3 empresas ressuscitam da falência no Brasil: Uma é a maior rival da Magalu

Tv Foco mostra hoje atrizes brasileiras dos anos 1990 já chegaram aos 50 anos, mas continuam arrancando suspiros por onde passam.

02/10/2024 10h16

13 min de leitura

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3 varejistas tiveram retorno ao Brasil após falências e fechamentos, incluindo rival da Magalu (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva/Magalu)

3 grandes empresas conseguiram dar a volta por cima e estão de volta no mercado brasileiro após passar pela falência e fechamentos de unidades

Como mencionamos anteriormente, o mercado varejista e empresarial anda atravessando um dos seus cenários mais desafiadores nos últimos anos. 

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E nem mesmo os nomes que pareciam imunes à crise financeira mundial, escaparam de ver suas lojas sendo fechadas, passar por pedidos de falências, entre outras situações.

Dando a volta por cima

Entretanto, muitas empresas que passaram pela crise conseguiram dar a volta por cima e, além de escapar da falência ainda conseguiram voltar de uma forma completamente repaginada,

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Falando nisso, nesta terça (02) separamos 3 desses casos impactantes aonde grandes empresas conseguiram reverter a falências e fechamentos e hoje permanecem ativas em nosso país:

1- Ricardo Eletro

Ricardo Eletro, fundada em 1989 por Ricardo Nunes, em Divinópolis, Minas Gerais, conquistou milhares de consumidores e se tornou uma das maiores referências em varejo de eletrodomésticos e variedades.

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Reconhecida como uma das maiores rivais da Magalu, uma vez que as mesmas competiam no mesmo setor e público alvo, ela chegou a contar com 1200 unidades espalhadas pelo país.

Porém, de acordo com o portal Exame, a Ricardo Eletro enfrentou 2 pedidos de falência só no período do ano de 2022.

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Ricardo Eletro (Foto Reprodução/ Internet)

Surpreendentemente, a Justiça de São Paulo suspendeu a decisão, criando uma verdadeira incógnita para muitos dos seus credores.

De acordo com a ação judicial que suspendia a falência, o desembargador Maurício Pessoa, da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo, alegou que a quebra poderia gerar danos irreversíveis,

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Porém, na época do ocorrido, o fundador Ricardo Nunes já não estava mais à frente da varejista.

Aliás, ele já se mantinha afastado desde o ano de 2019, época essa em que vendeu sua participação para Pedro Bianchi.

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Cenário de crise e escândalo

Entretanto, naquele momento, as coisas já não estavam nada boas e a empresa já beirava à falência.

Mesmo porque as dificuldades financeiras começaram a se agravar bem antes, no ano de 2015, após a acusação de que Nunes sonegava impostos.

Ricardo Nunes foi preso em julho de 2020, mas logo foi solto após prestar devidos esclarecimentos sobre o caso, conforme podem ver no vídeo abaixo:

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Vale destacar que na época da prisão do antigo fundador, a Ricardo Eletro fez questão de frisar que:

“A operação fez parte de processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo nenhuma ligação com a gestão atual da companhia

A empresa também afirmou que Ricardo Nunes e seus familiares não faziam mais parte do seu quadro de acionistas e nem da administração da companhia desde o 2019, conforme dito acima.

Fechamentos e demissões

Posteriormente, um mês depois, o grupo voltou a pedir novamente pela sua recuperação judicial, na época, a dívida chegava a R$ 4 bilhões.

  • As 300 lojas restantes foram fechadas;
  • 3.600 funcionários foram demitidos;
  • 75% dos credores haviam aprovado o plano mas o mesmo ainda não tinha sido homologado.

Até meados de 2022, a Ricardo Eletro contava apenas com um e-commerce. mas com poucos produtos disponíveis.

Um novo nome:

Segundo o portal da Veja, em abril de 2023, a varejista Ricardo Eletro assumiu o nome Nossa Eletro.

A rede inaugurou as duas primeiras unidades da nova bandeira em 2023, na região de Minas Gerais, após reverter sua falência na Justiça.

O objetivo era abrir entre 18 e 20 unidades até o final daquele ano, com a meta de alcançar 50 lojas em 2024.

Atualmente, a empresa emprega cerca de cem funcionários.

O CEO, Pedro Bianchi, afirmou que investiria na expansão da nova rede com o desbloqueio de valores que haviam sido penhorados pela Justiça.

Ricardo Eletro agora é Nossa Eletro (Foto Reprodução/Veja)
Ricardo Eletro agora é Nossa Eletro (Foto: Reprodução/Veja)

O executivo conta que a dívida da empresa está calculada atualmente em cerca de 3 bilhões de reais. Ele também entrou em negociação com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para quitar um passivo de mais de 1,2 bilhão de reais:

“É uma negociação complexa, porque envolve o pagamento de dinheiro e ativos da empresa, mas eu quero quitar esses passivos todos. Não fui eu que fiz essa dívida, mas eu quero resolver isso”

2- Texaco

A Texaco foi fundada em 10 de janeiro de 1901 e chegou ao Brasil em 1915, permanecendo por 100 anos em solo brasileiro.

Apesar de não ter falido, no ano de 2008, o Grupo Ultra, donos da marca dos postos Ipiranga, gastou a quantia de R$1,16 bilhão para comprar a marca.

Segundo o jornal da Folha de S.Paulo, essa aquisição fez a detentora da marca Ipiranga obter 23% do mercado brasileiro em combustível, na época, somando a 5 mil postos.

Mas, apesar da Texaco ter deixado os serviços de postos ela permaneceu no país como fornecedora de lubrificantes e de exploração de petróleo.

Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, mesmo após a compra do Ipiranga, os postos da Texaco permaneceu por 5 anos e foi substituída gradualmente pela bandeira Ipiranga.

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Liberação do Cade

Segundo o Jornal Estadão, o Cade aprovou por unanimidade a compra, oficializada em 2008, apenas em 2010.

Os conselheiros, no entanto, condicionaram o negócio à assinatura de um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD).

  • Inicialmente, apontaram casos específicos em 54 municípios onde, após as negociações, constataram a existência de monopólio ou uma concentração superior a 60% do mercado;
  • No segundo filtro, indicaram a dificuldade de entrada de outra distribuidora, o que reduziu esse número para 17 cidades;
  • No total, avaliaram a situação de cerca de 2 mil municípios.

O Grupo Ultra adquiriu participações societárias da Chevron Brasil e da Galena. Com isso, toda a revenda de combustíveis Texaco do Brasil passou a ser do Grupo Ultra.

Poder da Ultra:

Conforme publicado pela Exame, em 2023, a Ultra visou investir na transição energética do Brasil.

Leonardo Linden (Ceo do Ipiranga) declarou que a medida foi tomada em prol do crescimento dos biocombustíveis na matriz energética.

“A transição para o Brasil vai ter pegada diferente, pela força do país nos biocombustíveis, dos quais somos um dos maiores distribuidores do país” – Disse ele

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Postos de combustíveis da Texaco (Foto Reprodução/Internet)

Em 08 de março de 2023, a companhia apresentou aos donos de postos, fornecedores e parceiros a sua nova marca.

A Ultra fortaleceu a oferta de recarga para carros elétricos, o que consolida o espaço do posto como algo além do abastecimento de combustível e mais integrado à jornada do consumidor.

Fora isso ela pensou também nas estruturas com mobiliário para convívio social e água para pets para quem vai às lojas AmPm.

Toda essa mudança fazem parte da transformação da empresa para retomar o crescimento:

“Estamos num processo de transformação da companhia, de resgate da essência e de retornar à jornada de crescimento. Parte dessa história era dar revisitada na marca, que era de 1996” – Frisou Leonardo Linden na época

Em 2024, mais de 800 postos Ipiranga foram reformados .

Retorno inesperado

Em maio de 2024, a marca Texaco surpreendeu ao anunciar seu retorno ao Brasil.

De acordo com a Automotive Business, a Chevron Brands International LLC (Chevron), subsidiária da Chevron Corporation, firmou um acordo de licenciamento com a Ipiranga, para o retorno da marca por aqui.

Conforme anunciado pela Ipiranga, a Chevron autorizou a mesma a vender combustíveis Texaco com a tecnologia Techron no Brasil e a fazer ma rede de postos da marca em todo o país.

A Ipiranga também vai operar as lojas de conveniência, sob a marca Star Mart.

Tracey Gardiner, vice-presidente de Lubrificantes da Chevron para as Américas, disse que a parceria com a Ipiranga vai aumentar a presença da companhia no mercado brasileiro.

Atualmente, a Ipiranga já é parceira da Chevron no Brasil com a marca Iconic, que comercializa lubrificantes, fluidos e graxas das marcas Ipiranga e Texaco e distribui óleos básicos Chevron.

Bárbara Miranda, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga, afirmou que o retorno da marca Texaco nos postos beneficia o mercado de distribuição de combustíveis no país.

Fora isso, ela afirmou que a operação traz um selo internacional ao portfólio de produtos.

Além da parceria para o retorno da marca Texaco ao Brasil, a Chevron estrutura um projeto de exploração no país.

A companhia tem interesses em 19 blocos em águas profundas na costa do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Atualmente, a empresa mantém uma fábrica de aditivos para lubrificantes, no Pólo Petroquímico de Mauá, em São Paulo, por meio da Chevron Oronite

Avianca:

A Avianca Brasil foi fundada em 1998 como um táxi aéreo e já esteve entre as principais responsáveis por voos no país.

Porém, de acordo com o portal UOL, a Avianca Brasil realizou seu último voo no dia 24 de maio de 2019, deixando de vez o mercado nacional.

Foram 5 meses entre o pedido de recuperação judicial, feito em 10 dezembro de 2018, e o fim das decolagens.

Período marcado por apreensão de funcionários e pedidos de retomada dos aviões pelos proprietários.

Aliás, desde 2018, a Avianca Brasil já apresentava problemas para se manter.

Na época, pelo menos 13 aviões da companhia haviam sido pedidos de volta por seus verdadeiros donos, empresas de leasing, que pra quem não sabe funciona como uma espécie de aluguel.

Segundo a Folha de S.Paulo a empresa chegou a ter US$ 7,3 bilhões em dívidas em 2019, conforme exposto pela agência Reuters.

Ela também ficou em situação insustentável com a pandemia, cuja qual paralisou o setor aéreo como todos os outros setores comerciais.

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Avianca Brasil (Foto Reprodução/Internet)

No entanto, em 2019, a Justiça de São Paulo chegou a conceder a tutela de urgência à Avianca para reintegrar à sua frota 14 aviões que haviam sido retomados por arrendadores.

Porém, novas decisões permitiram que os credores resgatassem as aeronaves. Além disso, o Tribunal de Justiça paulista permitiu a redistribuição dos slots ociosos da companhia no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Falência

Entretanto, a Avianca Brasil afirmou que não conseguiria cumprir o plano de reestruturação e pediu a convolação da recuperação judicial em falência.

Ela admitiu a impossibilidade de cumprir o programa por falta de qualquer atividade empresarial, afinal ainda enfrentávamos uma pandemia.

Sendo assim, o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi decretou a falência da empresa no dia 14 de Julho de 2020.

Não quis se manifestar …

De acordo com a Forbes, foi dado um prazo de 60 dias para que a empresa apresentasse uma lista de ativos, que seriam leiloados para pagar parte das dívidas.

O escritório de advocacia Álvarez & Marsal, escolhido pela Justiça para administrar a companhia aérea durante o processe de recuperação, se encarregou de avaliar os bens antes da venda.

O magistrado também pediu que levasse em conta a proposta apresentada pelo Pacific Bank para adquirir os ativos da Avianca Brasil.

Procurada, a holding na Colômbia não quis se manifestar sobre a falência na unidade brasileira.

MAS ATENÇÃO! A Avianca Colombiana não tem relação direta com a Avianca Brasil.

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Os aviões:

Alguns aviões da extinta Avianca Brasil foram direcionados para o centro de manutenção da Latam, em São Carlos (SP).

À época, a própria Latam firmou um contrato com a empresa de leasing Aircastle, dona de algumas aeronaves, e ficou com dez Airbus A320-200 inicialmente.

De acordo com o UOL, a Azul arrendou dez aviões que estavam na empresa falida, todos do modelo A320 Neo.

A Azul registrou a matrícula dessas aeronaves como PR-YY, diferente de outros A320 da empresa, que, geralmente, têm o prefixo iniciado por PR-YR.

Além da Azul, a Latam também tem a mesma quantidade de aviões da extinta companhia em operação.

  • Entre 2020 a 2021, 4 aviões que operaram na empresa foram voar na low cost Allegiant Air, os Estados Unidos.
  • Outros quatro A320 foram para Austrian Airlines.

A Avianca, grupo homônimo sediado na Colômbia, também recebeu dois aviões, sendo um A330F para sua divisão de cargas.

Outras unidades também se encontram espalhadas em empresas menores e em menor quantidade pelo mundo.

A Avianca voltou a operar no Brasil?

De acordo com a Folha de S.Paulo, a Avianca voltou a voar no Brasil em 2022, após um ano de transição.

A empresa ampliou os voos diretos entre o Brasil e a Colômbia, lançando rotas diretas para atrair passageiros que evitam conexões. 

Em 2023, a Avianca liderou em pontualidade, ocupando a sexta posição no ranking global da Cirium em 2022. 

A Avianca também busca uma nova marca e uma abordagem mais aberta, acessível e para todos. A empresa está implementando projetos estratégicos para ser mais eficiente, competitiva e sustentável. 

Vale dizer que ainda em 2022, a Avianca e a Gol anunciaram um acordo para criar a holding Grupo Abra, que passou a controlar as duas companhias aéreas, como podem ver por meio deste link*

Conclusões finais:

Três grandes empresas conseguiram superar a falência e fechamentos e estão de volta ao mercado brasileiro, demonstrando resiliência e capacidade de recuperação diante de um cenário econômico desafiador.

A Ricardo Eletro, Texaco e Avianca Brasil enfrentaram crises e mudanças ao longo dos anos.

No entanto, com novas estratégias e reestruturações, essas empresas se reinventaram e voltaram ao mercado de maneira competitiva, reafirmando sua presença no Brasil

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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