Dívidas, falência e demolição: Fim devastador de 2 shoppings populares tira o chão de clientes em SP

Nem os gigantes escapam: Conheça a história de dois grandes shoppings que marcaram São Paulo, mas que acabaram em ruínas após dívidas, falências e demolições
No Brasil, especialmente em São Paulo, shoppings centers sempre ocuparam um papel muito além de pontos de venda.
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Eles são espaços de convivência, lazer, alimentação e, por muito tempo, símbolos de desenvolvimento e status para as cidades.
Empreendimentos que surgiram para centralizar o consumo, proporcionar conforto e reunir diferentes perfis de público sob um mesmo teto.
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No entanto, nem mesmo a grandiosidade e a tradição garantem imunidade. Inclusive, existem dois conhecidos shoppings paulistas os quais passaram por um fim devastador em meio a dívidas, falências e até demolição, o que tirou o chão de milhares de clientes.
Sendo assim, a partir de informações do portal Wiki e Diário do ABC, a equipe especializada em economia traz abaixo todos os detalhes desses dois colapsos:
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Shopping Center Matarazzo
Inaugurado em 1975 no bairro da Pompeia, o Shopping Center Matarazzo foi um dos primeiros shoppings da capital paulista, consolidando-se como uma verdadeira vitrine de modernidade para a região oeste.
O empreendimento se firmou inicialmente graças a dois grandes pilares: o hipermercado Jumbo Eletro e uma unidade do McDonald’s que atraiu gerações de consumidores.
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Mas, a partir dos anos 90, o cenário começou a mudar e alguns fatores acabaram contribuindo para seu fim, como:
- O crescimento imobiliário acelerado, o surgimento de novos centros comerciais — como o West Plaza, inaugurado em 1991;
- A mudança de hábitos dos consumidores que reduziu drasticamente o fluxo de visitantes.

A situação financeira se deteriorou ainda mais quando o Jumbo Eletro encerrou suas atividades, levando o shopping a enfrentar um processo de:
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- Esvaziamento;
- Inadimplência dos lojistas;
- Colapso estrutural de receitas.
Em 1997, endividado e sem capacidade de recuperação, o Shopping Center Matarazzo foi levado a leilão para quitação de dívidas tributárias e bancárias que ultrapassavam a casa dos R$ 200 milhões, o que acabou consolidando a sua falência financeira:
- R$ 3,6 milhões apenas em IPTU em atraso junto à Prefeitura;
- R$ 12,9 milhões em débitos com a Receita Federal;
- R$ 182,9 milhões com o BNDES.
Qual foi o desfecho do espaço deixado pelo Shopping Matarazzo?
Em suma, um leilão marcou o ponto final do Shopping Matarazzo.
O grupo gaúcho Zaffari arrematou o imóvel por R$ 18,5 milhões — valor muito inferior ao passivo acumulado.
No mesmo terreno, o Zaffari ergueu o Shopping Bourbon, inaugurado em março de 2008.
Procurados na época, os responsáveis pelo grupo Matarazzo preferiram não se manifestar sobre o colapso financeiro e a perda do ativo.
Inclusive, a dinastia toda dos Matarazzo acabou entrando em falência e teve um fim desolador na época. Para saber mais, clique aqui*.
Best Shopping:
Já em São Bernardo do Campo, o Best Shopping seguiu um roteiro ainda mais sombrio.
Fundado em 1987, o empreendimento rapidamente se tornou o principal centro de compras do ABC Paulista, atraindo milhares de consumidores nos finais de semana.
No entanto, a partir do fim da década de 90, o Best Shopping entrou em colapso administrativo.
O número de lojistas ativos despencou, as dívidas se acumularam e a deterioração do espaço físico avançou a olhos vistos.
De acordo com o G1, o secretário municipal de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli, disse que o modelo de gestão do Best Shopping não deu certo:
“Cada lojista era dono do seu espaço, e isso provocou uma inadimplência muito grande. A construtora acabou entrando em falência. Essa chaga que existe em São Bernardo do Campo terá um fim.”
Em 1999, menos de um quarto das lojas ainda operava. Sem alvará do Corpo de Bombeiros e sem condições financeiras de manter a estrutura, o shopping foi lacrado pela Prefeitura.

Ou seja, o que antes foi um símbolo de consumo, se transformou em completa ruína.
Nos anos seguintes, o espaço abandonado tornou-se conhecido pelo seu estado de decadência:
- Vidros quebrados;
- Ferragens expostas;
- Invasões;
- Atividades ilícitas e relatos de rituais macabros registrados por vizinhos e ex-ocupantes.

Declarações sobre os perigos do abandono:
Denise Gil Bilha, 56 anos, síndica de um dos prédios residenciais no entorno do Best Shopping na época, afirmou na época que tinha medo de andar pela região:
“Não consigo e não ando aqui, nem minhas filhas. Em função do prédio abandonado, como está, minha família não anda a pé aqui. Já soubemos de casos de assaltos e outros crimes.”
Segundo ela, já foram registrados vários crimes na região e a demolição do prédio deve melhorar a segurança dos moradores:
“Já vimos assaltos à mão armada, roubo de carro, de celulares, estupros, abandono de carro roubado aqui perto.”
Qual foi o desfecho do Best Shopping?
O tão esperado anúncio da demolição do que sobrou do Best Shopping foi feito pelo advogado do empreendimento, Marco Alexandre:
“Assumi o Best Shopping há quatro anos com o objetivo de unificar as 192 matrículas de proprietários das lojas. Para fazer qualquer ação, como a demolição do prédio, é preciso ter até 80% do quórum e chegamos a 92% desses proprietários, mais a massa falida da construtora.” – Disse ele na época.
Em 2015, após 14 anos de abandono completo, o Best Shopping foi finalmente demolido, pondo fim ao esqueleto que, por anos, serviu de símbolo da falência de um projeto que não resistiu à crise e ao acúmulo de dívidas.
Conclusão:
Em suma, dois grandes shoppings enfrentaram finais devastadores em meio a dívidas, falências e abandono, e o resultado foi ainda mais brutal do que o fechamento físico.
O que mostrou que até os mais imponentes centros comerciais, pilares do consumo paulista, podem ruir sob o peso de má gestão e passivos insustentáveis. Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

