A casa caiu: Gigante do lar pede falência e corre risco de extinção em 2025

A casa caiu – literalmente – para uma das maiores varejistas de itens para o lar e pedido de falência ocorre entre crise das tarifas, rombo bilionário e consumo retraído
E a casa caiu para uma das maiores varejistas de artigos para o lar dos Estados Unidos. Isso porque a mesma entrou com pedido de falência no Capítulo 11 em 16 de junho de 2025, após uma série de adversidades e ainda corre risco de extinção neste ano.
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Trata-se do At Home, sede no Texas e presença em 40 estados por meio de 260 lojas.
A rede sucumbiu depois de contrair uma dívida de cerca de US$ 2 bilhões, agravada por tarifas de importação elevadas e pela desaceleração nos gastos do consumidor americano.
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O plano de reestruturação prevê a eliminação da dívida e a injeção de novos recursos, enquanto a empresa tenta manter operações e evitar colapsos operacionais imediatos.
A equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal CNN, traz abaixo mais detalhes sobre o que levou esse império dos utensílios ao buraco.
O que aconteceu?
- Abril de 2025: A At Home admitiu publicamente o risco de colapso. O principal fator apontado foi o aumento das tarifas americanas sobre produtos importados da China, país de onde a rede obtém a maior parte de seus itens. As tarifas chegaram a 145% em determinados períodos antes de um acordo reduzi-las temporariamente para 30%. O impacto, porém, já comprometera as margens e os estoques.
- 29 de maio de 2025: A empresa informou que não havia conseguido cumprir o pagamento de juros de parte de sua dívida. Anunciou então um acordo de forbearance com os credores, garantindo mais 30 dias para formalizar um plano de reestruturação e evitar um default imediato.

- 11 de junho de 2025: Com os prazos se esgotando, a At Home comunicou oficialmente que entraria com pedido de falência. Informou também que cerca de 20 lojas já estavam programadas para fechamento como parte da reavaliação da rentabilidade de sua operação física.
- 16 de junho de 2025: A At Home protocolou seu pedido de recuperação judicial sob o Capítulo 11. O plano prevê a eliminação de aproximadamente US$ 2 bilhões em dívidas e a entrada de US$ 200 milhões em novos financiamentos.
A proposta foi construída em parceria com os principais credores da empresa, que devem assumir o controle da operação ao final do processo.
O pacote financeiro totaliza US$ 600 milhões, com US$ 400 milhões convertidos de dívidas existentes para capital da nova estrutura.
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As causas do colapso
O CEO Brad Weston, que assumiu a empresa em 2024, declarou que a At Home operava em um ambiente comercial altamente instável e que a combinação entre tarifas de importação e retração do consumo havia inviabilizado a continuidade do modelo de negócios vigente.
Weston afirmou que o plano de reestruturação dará à empresa mais capacidade de competir e maior resiliência no longo prazo.
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Outro fator determinante foi a estrutura de endividamento construída após a aquisição da rede por um fundo de private equity em 2021.

No entanto, a dívida, até então administrável, cresceu de forma agressiva até ultrapassar US$ 2 bilhões, tornando-se insustentável diante da queda nas receitas.
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O setor de artigos para casa, como um todo, enfrenta dificuldades:
- Bed Bath & Beyond, The Container Store e Big Lots também apresentaram pedidos de falência nos últimos anos.
- O segmento sofre com a diminuição dos gastos discricionários nos Estados Unidos e com a redução da atividade no mercado imobiliário, que influencia diretamente o consumo de móveis e acessórios domésticos.
Além disso, analistas apontam fragilidades estruturais no posicionamento da marca.
Neil Saunders, diretor da GlobalData, classificou a proposta da At Home como “fraca” e pouco competitiva diante de rivais como Ikea e Wayfair.
De acordo com ele, a empresa oferece “pouca inspiração” e não consegue atrair consumidores em regiões com alta concorrência.
O que dizem os envolvidos?
A atual diretoria da At Home foi a única a se manifestar até o momento.
Nem os antigos controladores da empresa, nem os fundos de private equity responsáveis pelo endividamento, apresentaram defesa pública.
O CEO Brad Weston e o diretor financeiro Jeremy Aguilar conduziram os comunicados oficiais e afirmaram que as medidas adotadas visam:
- Preservar a operação;
- Proteger empregos;
- Garantir continuidade para fornecedores e consumidores.
Os credores que assumirão o controle da companhia – entre eles Redwood Capital, Farallon Capital e Anchorage Capital – também não se manifestaram até agora.
Quais são as expectativas para a At Home?
Porém, durante o processo de recuperação judicial, a At Home manterá suas operações.
Além disso, a empresa anunciou que continuará atendendo pedidos, pagando fornecedores e preservando o programa de fidelidade de clientes.
A maioria das lojas permanecerá aberta, embora o fechamento de pelo menos 20 unidades já tenha sido confirmado.
Outras lojas poderão ser encerradas nos próximos meses, conforme avaliações individuais de desempenho.
A nova estrutura financeira deverá permitir à At Home sair do processo com uma posição de caixa fortalecida e um passivo consideravelmente menor.
Os credores tornar-se-ão acionistas majoritários, substituindo os antigos controladores. A expectativa é concluir o processo até o fim de 2025.
Apesar da injeção de recursos e da retirada de dívidas, analistas alertam que a empresa precisará repensar sua proposta de valor, seu marketing e sua presença digital.
Sem uma revisão profunda da estratégia, o alívio financeiro poderá ter efeito apenas temporário.
Conclusão:
Em suma, a At Home não resistiu à combinação de tarifas pesadas, consumo retraído e endividamento excessivo.
O pedido de falência formaliza um processo de deterioração anunciado meses antes e confirma a dificuldade estrutural do setor de artigos para o lar.
Com uma nova estrutura financeira, a empresa busca se manter viva, mas depende de muito mais do que dinheiro para reconquistar espaço.
A próxima fase exigirá reinvenção, clareza estratégica e disciplina operacional. Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.