Falência decretada e demissão em massa: A empresa que exigiu seu próprio fim após enfrentar crise

Empresa tradicional brasileira teve falência inevitável e acabou prejudicando milhares de funcionários
E a onda implacável da crise financeira engoliu, com força, diversas empresas e companhias em todo o território nacional. Inclusive ficamos até em choque em ver que, entre elas, existem empresas gigantes que marcaram a história do país.
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Entre tantas, temos uma empresa com 42 anos de existência e que contava com2,5 mil funcionários.
Infelizmente, após uma crise ferrenha, ela pediu pelo seu fim através de um pedido de autofalência e fechou as suas portas. O negócio atuava nos mercados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, no setor de vigilância e facilites.
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Fechamento inevitável …
Estamos falando do Grupo Mobra, que apesar de tantos anos e confiança no mercado, em maio de 2023, por meio de um comunicado enviado a todos os seus funcionários parceiros, informou os motivos que resultou em sua derrocada
Segundo o portal Edital Concursos, o comunicado deixou bem destacado que uma das principais razões para esse triste desfecho foi a concorrência desleal, com preços muito abaixo do mercado.
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Grupo Mobra, após 40 anos no mercado, fecha as portas e demite funcionários (Foto Reprodução/Internet)
Isso sem falar dos impactos que a pandemia trouxe, o que os levou a um endividamento insustentável.
Segundo o que foi dito pelo próprio sócio administrador, Antônio Carlos Coelho, eles fizeram o que foi “humanamente possível” para garantir a permanência da empresa no mercado.
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Fora isso, os preços incompatíveis da concorrência foram determinantes e inviabilizaram ainda mais a operação de tentar “sobreviver”.
Funcionários em apuros
Toda essa situação se desencadeou após a empresa não conseguir mais arcar com todas as despesas. O pedido de falência foi protocolado no dia 21 de maio de 2023.
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Pela primeira vez em quatro décadas, o grupo começou a atrasar o pagamento dos salários dos funcionários em janeiro de 2023. Toda essa situação insustentável levou a consequências ainda mais difíceis como à rescisão de contratos por parte de alguns clientes.
Pra se ter ideia, segundo o portal GZH, a dívida chegava a 15 milhões de reais fora essa questão dos salários atrasados.
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Além disso, houve também a proibição da participação em processos licitatórios. Há poucos dias, o grupo quitou parte de suas dívidas trabalhistas.

A Mobra já estava atravessando um cenário de salários atrasados entre outros problemas causados pela concorrência (Foto Reprodução/Internet)
Auto falência
Com o processo de auto-falência, a Mobra pretendia liquidar as demais dívidas que estavam em aberto e todo o processo estava sendo conduzido pelo escritório MSC Advogados.
Ainda segundo Antônio Carlos Coelho, em mais de quatro décadas, a empresa nunca havia atrasado o salário. Ele ainda reafirmou que fizeram de tudo para manter as atividades, principalmente os funcionários, mas infelizmente não conseguiram prosseguir.
Mas quando a falência da Mobra foi finalmente decretada?
De acordo com o SindiVigilantes, no dia 19 de junho de 2023, a juíza Giovana Farenzena, da Vara Regional Empresarial de Porto Alegre, decretou a falência da Mobra Serviços de Vigilância Ltda, atendendo enfim o pedido de autofalência dos próprios donos, protocolado no mês de maio.
a juíza Giovana Farenzena, da Vara Regional Empresarial de Porto Alegre, decretou a falência da Mobra Serviços de Vigilância Ltda (Foto Reprodução/Internet)No decreto de falência, a juíza ressalta que a grave situação financeira da empresa era irreversível:
“A requerente (Mobra) refere não possuir ativos financeiros em montante suficiente para lastrear suas provisões técnicas, não sendo possível a reversão da sua grave situação patrimonial e financeira, eis que o passivo circulante atual alcança o montante de R$ 15.082.804,06 (quinze milhões, oitenta e dois mil e oitocentos e quatro reais e seis centavos)”
Ela nomeou como administradora judicial da massa falida uma empresa de São Paulo, a TLG Administradora Judicial Ltda.
Também fixou o prazo de 15 dias para que os credores da empresa se apresentem, ao mesmo tempo em que ordenou “a suspensão das ações e execuções em tramitação contra a falida…”.
A juíza informou ainda que realizou o bloqueio das contas bancárias existentes em nome da SV e Mobra, bem como ordenou a indisponibilidade dos seus imóveis, que irão a leilão em data a ser marcada e seus créditos serão, possivelmente, destinados aos credores (o que inclui os seus trabalhadores (as), prioritariamente).
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.