Extinção e engolida por rival: O fim de fábrica tradicional de eletrodoméstico e donas de casa desoladas

O fim de uma das maiores fábricas de São Paulo com o encerramento das atividades e venda confirmada a gigante

02/12/2025 22h14

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O fim de uma das maiores fábricas de São Paulo com o encerramento das atividades e venda confirmada a gigante (Foto: Reprodução/ Internet)

Saiba tudo sobre o fim de uma das maiores fábricas de São Paulo com o encerramento das atividades e venda confirmada a gigante

Por décadas, algumas das empresas mais emblemáticas do país moldaram o setor industrial e marcaram gerações inteiras. Entretanto, o fim de fábrica de eletrodomésticos em São Paulo e no Paraná trouxe um desfecho que conecta duas histórias diferentes: o encerramento de operações igualmente marcantes, deixando consumidores saudosistas e impactados.

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Tudo começou nos anos 40, quando a IBESA (Indústria Brasileira de Embalagens) surgiu como uma das empresas mais inovadoras do período. Fundada em 1945, destacou-se não apenas pela produção de embalagens, mas principalmente por um item que revolucionaria as áreas rurais: os refrigeradores a querosene Gelomatic, indispensáveis em regiões sem acesso à energia elétrica.

Antes disso, o terreno onde a fábrica seria instalada pertencia à alemã Mauser & Cia, fabricante de tambores metálicos que operava no Brasil desde 1938. Contudo, por causa das tensões políticas do pós-guerra, o espaço acabou embargado e posteriormente leiloado, abrindo caminho para a ascensão da IBESA.

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Curiosamente, o local onde funcionou a antiga fábrica paulista hoje abriga o conhecido SESC Pompeia, que preserva parte da história industrial da região, ainda que com um propósito totalmente diferente.

A evolução da IBESA e o início do fim

A partir de 1952, a IBESA ampliou sua atuação e passou a atender áreas rurais em vários estados. Com o avanço da eletrificação, a empresa iniciou a produção de refrigeradores elétricos e dos populares frigobares “Ibesinhas”, ícones de modernidade para muitas famílias.

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O crescimento chamou atenção da Indústria Pereira Lopes, responsável pelos refrigeradores Clímax, que adquiriu a empresa em 1968. Mesmo após a fusão, os produtos Gelomatic continuaram sendo fabricados. Entretanto, em 1975, a queda nas vendas marcou o início do fim de fábrica de eletrodomésticos tradicional em São Paulo. Já em 1983, a companhia se transformaria em Climax Indústrias e Comércio, até ser definitivamente absorvida pela Electrolux, que preservou boa parte de sua estrutura.

Enquanto isso, no Paraná: a ascensão e o declínio da Prosdócimo

Paralelamente, outra gigante do setor crescia no Sul do país. A Prosdócimo, fundada no início do século XX por João Prosdócimo, consolidou-se como uma das maiores redes de eletrodomésticos de Curitiba e referência absoluta entre donas de casa.

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Inicialmente voltada ao varejo, a marca expandiu suas operações e, no fim dos anos 1940, inclusive lançou bicicletas em parceria com empresas europeias. Em 1949, um dos filhos do fundador criou a Refripar, que passaria a fabricar geladeiras, freezers e ar-condicionados, tornando-se rapidamente a segunda maior indústria do setor no Brasil.

Em 1982, a Refripar adquiriu a Pereira Lopes Ibesa (de São Carlos), responsável justamente pelas marcas Clímax e Ibesa, as mesmas ligadas à história paulista. No entanto, apesar do movimento de expansão, problemas financeiros começaram a surgir ao longo dos anos 80 e 90.

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Em 1996, a multinacional sueca Electrolux comprou a Refripar por US$ 50 milhões, incorporando toda sua estrutura. Por algum tempo, os produtos foram vendidos sob a marca combinada Electrolux-Prosdócimo, até que em 1997 o nome Prosdócimo foi descontinuado de forma definitiva.

O encerramento das atividades desolou milhares de curitibanos, especialmente as donas de casa que confiavam na marca há décadas.

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ELECTROLUX (Foto: Divulgação)

Quantas fábricas tem a Electrolux atualmente?

Com a aquisição de estruturas industriais no Paraná e em São Paulo, a Electrolux consolidou-se como uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do país. Atualmente, a empresa mantém unidades em:

  • Curitiba: duas fábricas dedicadas a refrigeradores, freezers, aspiradores e lavadoras de alta pressão;
  • São Carlos: produção de lavadoras, fogões e freezers;
  • Manaus: condicionadores de ar e micro-ondas;
  • São José dos Pinhais: nova unidade em construção que reforçará a presença da marca no Paraná.

Assim, tanto a IBESA quanto a Prosdócimo, ícones de diferentes épocas, acabaram absorvidas pela mesma gigante sueca. Embora suas marcas tenham desaparecido, o legado de inovação e influência permanece vivo na memória de consumidores que acompanharam suas trajetórias de perto.

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