A Record me lembra a antiga Tupi

Maquiavélico

O caso das reportagens da TV Record contra anunciantes que não investem na Record me faz lembrar caso parecido antigo da TV Tupi e seu dono Assis Chateaubriand. “Chateau” era conhecido por seu temperamento pouco pacífico e de gênio difícil. Ele era conhecedor profundo dos bastidores da sociedade brasileira e sabia se valer disto. E ninguém queria ser alvo de sua ira. Assim, quando telefonava para um milionário pedindo que este milionário fizesse uma grande doação pra aquisição de obras de arte para a criação do MASP, este milionário de imediato aceitava sua convocação pra contribuir com muito dinheiro.

Aconteceu uma vez um caso de um telefonema de “Chateau” a um conhecido milionário brasileiro que esta coluna não vai revelar o nome. E o tal milionário, achando-se sem telhado de vidro, resolveu o desafiar recusando fazer contribuição financeira para as aquisições de obras de arte. No dia seguinte bastou que um repórter da antiga Tupi telefonasse à senhora do milionário para fazer uma reportagem com ela que de imediato o telefone de “Chateau” tocou, era o milionário dizendo ter pensado melhor no seu pedido e achou que deveria contribuir para desenvolvimento da cultura dando dinheiro às compras das obras de arte.

Tenho certeza que a Record não fez nenhuma reportagem contra anunciantes com este objetivo pois são pessoas de grande responsabilidade que ali estão e que apenas foi uma coincidência o fato da reportagem sobre fatos do cotidiano coincidirem com anunciantes não ativos da emissora. Também, vamos combinar, se Assis Chateaubriand, dono da antiga TV Tupi, usou de tais métodos para criar o MASP, valeram os meios que tiveram fins tão nobres.

Texto: James Akel