Fuga recorde de R$242 bilhões da poupança provoca alerta grave no Banco Central enquanto a Caixa enfrenta forte abalo financeiro
A maior fuga de recursos da poupança em toda a história do Brasil, com adeus de R$ 242 bilhões, acendeu um alerta no Banco Central e colocou a Caixa Econômica Federal sob pressão.
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O movimento, que cresceu de forma acelerada nos últimos meses, revela um novo comportamento dos brasileiros diante da inflação persistente, dos juros elevados e da falta de atratividade da caderneta.
O TV Foco, a partir do seu time de especialistas em finanças e das informações do Folha PE, detalha agora sobre saque da poupança.
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Movimentação na poupança
Nos últimos quatro anos, a caderneta de poupança registrou saídas líquidas consecutivas, totalizando aproximadamente R$ 242 bilhões.
Contudo, esse movimento, impulsionado por juros elevados e pela busca por investimentos mais rentáveis. Além disso, compromete a principal fonte de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), essencial para o financiamento habitacional no país.
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Em 2024, apesar de uma redução nas retiradas líquidas para R$ 15,4 bilhões — o melhor resultado desde 2020 — o fluxo negativo persiste.
Porém, a tendência de migração dos investidores para aplicações como LCIs, LCAs e CDBs, que oferecem rendimentos superiores e isenção de Imposto de Renda, continua a drenar recursos da poupança.
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Impacto
A escassez de recursos na poupança já impacta diretamente o setor imobiliário. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu o percentual financiado para imóveis, exigindo entradas maiores dos compradores.
Porém, pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), o financiamento caiu de 80% para 70% do valor do imóvel; pela Tabela Price, de 70% para 50%.
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Banco Central
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a queda nos depósitos da poupança é estrutural, indicando uma mudança permanente no comportamento dos poupadores.
No entanto, essa perspectiva reforça a necessidade de alternativas para sustentar o crédito imobiliário.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a urgência de desenvolver um mercado secundário de crédito imobiliário no Brasil.
Porém, esse mercado permitiria que bancos e instituições financeiras vendessem contratos de financiamento habitacional já concedidos, transformando-os em títulos negociáveis, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG).
Principais pontos:
- Saídas líquidas da poupança totalizaram R$ 242 bilhões entre 2021 e 2024.
- Em 2024, retiradas líquidas foram de R$ 15,4 bilhões, menor valor desde 2020.
- Investidores migram para aplicações mais rentáveis, como LCIs, LCAs e CDBs.
- Caixa Econômica Federal reduziu percentual financiado para imóveis.
- Banco Central classifica queda nos depósitos como estrutural.
- Governo propõe desenvolvimento de mercado secundário de crédito imobiliário.
Quanto rende mil reais na poupança hoje?
Com a taxa Selic atualmente em 14,25% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).
Isso resulta em uma rentabilidade anual de aproximadamente 6,17%. Assim, um investimento de R$ 1.000 na poupança ao longo de um ano renderia cerca de R$ 61,70, totalizando R$ 1.061,70.
CONCLUSÃO
Por fim, a persistente retirada de recursos da poupança evidencia uma transformação no perfil do investidor brasileiro, que busca maior rentabilidade em um cenário de juros elevados.
Porém, essa mudança estrutural desafia o modelo tradicional de financiamento habitacional, exigindo soluções inovadoras e a implementação de um mercado secundário robusto para garantir o acesso à moradia e a estabilidade do setor imobiliário.
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