Prateleiras vazias e +: Alerta de fim de supermercado nº1 pega clientes de calças curtas em Salvador, BA

Rede nº 1 de um supermercado super popular de Salvador, BA, pegou clientes de calças curtas após um cenário de prateleiras vazias e mais.

29/04/2025 4h00

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Clientes se chocam com prateleiras vazias de supermercado em Salvador (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Canva/Lennita)

Na semana do último dia 26, o que parecia ser apenas uma desconfiança se transformou em um forte indício: uma das maiores redes de supermercado, vista como nº1 de Salvador, apresentou um cenário com prateleiras vazias e um ar de adeus, o que pegou milhares de clientes de “calças curtas” diante da situação.

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Trata-se de uma unidade do Salvador Shopping, Bompreço, a qual foi alvo de especulação após funcionários e clientes da unidade anunciarem esse alerta de adeus que rapidamente repercutiu nas redes sociais e na imprensa local.

Unidade do Bompreço do Salvador Shopping (Foto Reprodução/Bahia Econômica)
Unidade do Bompreço do Salvador Shopping (Foto Reprodução/Bahia Econômica)

Embora o Grupo Carrefour, controlador da marca, ainda não tenha dado uma data oficial para esse encerramento, o cenário aponta para um “fechar de portas” inevitável.

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Sendo assim, a partir de informações do portal Bnews e Correio, a equipe especializada em economia do TV Foco traz mais detalhes sobre o ocorrido.

Prateleiras vazias na unidade do Bompreço (Foto Reprodução/BNews)
Prateleiras vazias na unidade do Bompreço (Foto Reprodução/BNews)

MAS ATENÇÃO! Antes de prosseguirmos com essa matéria, é bom deixar claro que esses movimentos não têm nenhuma relação com crises financeiras e sim com uma estratégia de reestruturação.

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Prateleiras vazias e informações de bastidores:

No último dia 26 de abril de 2025, imagens obtidas pelo portal BNews escancaram a situação:

A loja do Salvador Shopping, antes símbolo de fluxo intenso de clientes e produtos variados, exibia:

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  • Gôndolas vazias;
  • Promoções pontuais;
  • Desabastecimento generalizado.

De acordo com o BNews, funcionários admitiram que a unidade será desativada em breve, embora a direção ainda não tenha formalizado a data exata desse encerramento.

Inclusive, esse comportamento repete o padrão observado nas unidades observadas desde 2024.

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Adeus de três lojas:

A movimentação ganhou força após o fechamento de três unidades históricas do Bompreço:

  • Canela;
  • Imbuí;
  • Rio Vermelho.

Em 13 de dezembro de 2024, essas lojas abriram suas portas pela última vez, surpreendendo clientes e funcionários.

As demissões, conduzidas de forma silenciosa e sem comunicados oficiais, reforçaram a impressão de um processo de esvaziamento gradual, evitando assim uma repercussão negativa ou especulações sensacionalistas.

As lojas do Bompreço estão gradativamente sendo convertidas em Atacadão em Salvador  (Foto Reprodução/Internet)
As lojas do Bompreço estão gradativamente sendo convertidas em Atacadão em Salvador (Foto Reprodução/Internet)

O plano nacional do Grupo Carrefour:

Mas a origem do encolhimento não está apenas nesse caso pontual. Em outubro de 2024, o Grupo Carrefour anunciou a contratação da assessoria de investimentos BR Partners para vender parte de suas unidades no Nordeste.

De acordo com o jornal Correio, essa decisão integra uma estratégia nacional de reestruturação:

  • Sair do varejo tradicional em praças menos rentáveis e apostar fortemente no segmento de atacarejo, onde o Carrefour opera com a marca Atacadão.

Essa guinada é embasada em números:

  • De acordo com um balanço divulgado pelo Carrefour, em fevereiro de 2025, o Atacadão representou mais de 70% da receita bruta no país no último ano.
  • Enquanto o varejo (como o Bompreço) vem sofrendo com margens menores e competição crescente, principalmente no Nordeste.

Atacadão domina tudo:

A conversão de unidades do Bompreço para o formato Atacadão ilustra bem essa transformação.

Em junho de 2024, o Bompreço da Avenida Centenário se transformou em Atacadão. Pouco depois, as lojas da Avenida Garibaldi, Brotas e Itapuã passaram pelo mesmo processo.

Essa mudança não trocou apenas o nome nas fachadas, como também o modelo de negócios:

  • Espaços maiores;
  • Venda em volume;
  • Preços mais baixos — adaptando-se ao perfil de consumo atual, muito pressionado pela inflação e pela queda no poder de compra.
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O contexto econômico da Bahia:

A Bahia, de acordo com dados da Fecomércio-BA, registrou em 2024 uma retração de 1,2% no consumo varejista.

Esse cenário, combinado à alta carga tributária e à concorrência agressiva de atacarejos regionais, tornou o mercado menos atraente para operações de varejo tradicionais.

Além disso, a população de Salvador mudou seu comportamento de compra:

  • Mais pesquisas de preços;
  • Busca por promoções;
  • Preferência por lojas que oferecem “preço de atacado” mesmo para consumidores finais.

Quantas unidades já fecharam em Salvador?

Até o momento, Salvador assistiu ao fechamento de seis unidades do Bompreço:

  • Canela (fechada)
  • Imbuí (fechada)
  • Rio Vermelho (fechada)
  • Centenário (convertida em Atacadão)
  • Garibaldi (convertida em Atacadão)
  • Itapuã (convertida em Atacadão)

A unidade do Salvador Shopping, uma das últimas grandes operações da marca, ainda está nesse processo, embora não esteja 100% concluído ou, conforme dito acima, anunciado oficialmente.

Inclusive, de acordo com o Correio, a informação foi confirmada pela assessoria do shopping, no entanto, o Grupo Carrefour ainda não se manifestou sobre o assunto e o espaço segue em aberto.

Conclusão:

Ao que tudo indica, a rede Bompreço, outrora sinônimo de supermercado para gerações de baianos, está saindo de cena em território soteropolitano de forma discreta.

O encerramento das unidades, impulsionado por uma estratégia nacional do Grupo Carrefour, confirma a virada de chave para o modelo de atacarejo.

Com prateleiras vazias como prenúncio e concorrência local em alta, a marca deixa saudades — e uma lição: no varejo, tradição pesa, mas os números pesam mais.

Mas, para saber mais sobre essas histórias de fins abruptos, retomadas e muito mais, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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