Chegou a vez do arroz: Anvisa fica em alerta com risco de envenenamento em alimento nº1 do Brasil

Pesquisas trazem alerta sobre o arroz devido a presença de arsênio
O arroz, base da alimentação brasileira, naturalmente absorve arsênio, um contaminante presente no solo e na água. Normalmente, os níveis encontrados ficam dentro dos limites de segurança definidos por agências reguladores, como a Anvisa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No entanto, as mudanças ambientais recentes acendem um sinal de alerta global, especialmente para a Anvisa, sobre o futuro desse alimento.
De acordo com informações do portal BBC, pesquisadores indicaram que o aquecimento global e o aumento de CO₂ estão tornando o arsênio mais disponível no solo para ser absorvido pelas plantas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Essa combinação intensifica reações químicas e microbiológicas que liberam o contaminante em formas mais tóxicas, sendo uma espécie de envenenamento para o alimento.
Um estudo realizado na China, ao longo de dez anos e com 28 variedades de arroz, revelou um cenário preocupante:
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
- Quanto maior a concentração de CO₂ e a temperatura, maior o acúmulo de arsênio nos grãos
- Com esse ritmo até 2050, a China pode registrar cerca de 19,3 milhões de novos casos de câncer relacionados ao consumo de arroz contaminado
Por que o arroz absorve tanto arsênio?
A maior parte do arroz no mundo cresce em áreas inundadas. Esse tipo de cultivo reduz o oxigênio no solo e ativa bactérias que utilizam arsênio em seu metabolismo, liberando o elemento em formas que a planta absorve facilmente.
Ou seja, com o clima mais quente e mais CO₂ na atmosfera, essas bactérias se multiplicam e trabalham mais intensamente, podendo aumentar a contaminação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Porém, os pesquisadores também alertam que os resultados dependem de hábitos futuros. O estudo considera que o consumo de arroz será igual ao de 2021 e que a preferência do público continuará pelo arroz branco, que absorve menos arsênio do que o integral.
Riscos à saúde
De acordo com informações do portal BBC, a forma mais tóxica do arsênio traz diversos riscos quando ingerida por longos períodos:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
- Aumenta a probabilidade de câncer de pele, pulmão e bexiga
- Eleva o risco de doenças cardiovasculares e diabetes
- Afeta gestantes e o desenvolvimento fetal
- Pode causar danos ao organismo, mesmo em pequenas quantidades
Lewis Ziska, professor da Universidade de Columbia e coautor do estudo, reforça que o arsênio inorgânico é um carcinógeno amplamente reconhecido.
No entanto, especialistas afirmam que o risco individual permanece baixo quando os limites regulatórios são respeitados, como é o caso do Brasil.
Desse modo, as consequências mais sérias atingem populações que consomem grandes quantidades de arroz diariamente.
Situação no Brasil
Por conta do risco, a Anvisa define limites seguros do arsênio no arroz:
- 0,20 mg/kg para o arroz branco
- 0,35 mg/kg para o arroz integral
De acordo com pesquisas da UFABC e a última avaliação da Anvisa, em 2023, o arroz brasileiro costuma apresentar níveis baixos desses valores, o que mantém o risco sob controle.
Porém, mesmo com níveis baixos, a Anvisa segue em alerta com os produtos e até mesmo com novos pesquisas, já que as mudanças climáticas podem alterar o cenário nos próximos anos.
O que pode ser feito para reduzir o arsênio no arroz?
Além disso, estudos apontam diversas estratégias para diminuir a contaminação diretamente no campo:
- Selecionar variedades de arroz que acumulam menos arsênio
- Aplicar fertilizantes e compostos que reduzem a absorção do contaminante
- Priorizar o cultivo em regiões naturalmente pobres em arsênio
- Reforçar a regulamentação e o monitoramento global do contaminante
- Substituir o arroz por outros produtos
Como reduzir o arsênio no preparo do arroz em casa
Por fim, consumidores também podem adotar práticas simples que diminuem a presença do contaminante no prato:
- Primeiramente, lavar bem os grãos antes do cozimento
- Cozinhar o arroz com maior quantidade de água e descartar o excesso
Esses métodos ajudam a remover parte do arsênio e tornam o consumo ainda mais seguro.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Giovana Misson
Formação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, é colunista do portal TV Foco desde 2020, com foco em beleza, televisão e celebridades. Com apuração jornalística rigorosa, tem como compromisso informar o público com credibilidade e precisão. Apaixonada por moda e pelo universo das celebridades, acompanha de perto as principais tendências e acontecimentos. Antes disso, atuou como assessora de imprensa e redatora.