“As pessoas sempre saberão em que terreno estão pisando comigo”, afirma Felipeh Campos em entrevista ao “No Alvo” 

"As pessoas sempre saberão em que terreno estão pisando comigo", afirma Felipeh Campos em entrevista ao “No Alvo”.

16/09/2025 15h52

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Felipeh Campos no programa “No Alvo” (Créditos: Divulgação/SBT)

Conhecido por sua sinceridade, o jornalista fala sobre sua relação com a comunidade, seu casamento e a polêmica com Márcia Dantas

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Ator, jornalista e polêmico, já sofreu preconceito na infância e carreira. É casado com um homem que conheceu muito antes do sucesso, por quem se diz apaixonado até hoje. Foi protagonista de intrigas em reality show e, atualmente, se destaca como um dos nomes mais presentes na cobertura do universo das celebridades. Luiz Felipe da Silveira de Campos Mundin, mais conhecido como Felipeh Campos, se sentou na cadeira e ficou “No Alvo” na última segunda-feira, 15 de setembro.

Confira alguns trechos, em formato pingue-pongue, do episódio de “No Alvo” com Felipeh Campos:

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Você sente que recebe mais críticas ou até um certo ranço da comunidade LGBTQIA+ ou do pessoal hétero? Ou já conquistou o feito de desagradar todo mundo igualmente?
Olha, na verdade, eu pouco me importo, inclusive, para a comunidade, porque eu nunca pautei a minha vida, nem profissional, tampouco pessoal, em comunidade. Eu pautei a minha vida em cima da estrutura da minha família, em cima da estrutura do meu próprio trabalho, nunca pautado, inclusive, dentro de uma comunidade LGBT, GLS, como queiram dizer – que, na minha opinião, hoje, esse monte de sigla, eu coloco até “KY” no final. Justamente por causa disso, porque eu sou de uma época em que você defendia os seus direitos, você defendia os seus ideais através, realmente, de muito debate, e não com uma militância horrorosa, que hoje a gente assiste aí se digladiando e fazendo absolutamente tudo, na qual eu não me incluo nessa comunidade. Eu me incluo numa comunidade onde existem pessoas que trabalham, que fazem e que façam edificar a sua vida através, realmente, de algumas verdades nas quais eu acredito.

Se a sua mãe ainda estivesse viva, acha que ela teria orgulho do trabalho do filho?

Olha, se a minha mãe estivesse viva… Eu acho que a minha mãe já teve muito orgulho, né? Eu sempre fui um bom filho. Eu sempre respeitei demais os valores dentro da minha casa. Eu sempre respeitei demais os meus pais. Então, na partida da minha mãe, eu tenho certeza que ela foi orgulhosa, não somente do meu trabalho, das minhas conquistas, como também do meu irmão. Mas, se a minha mãe estivesse viva, ela sabe exatamente o filho que ela tem. E ela sabe exatamente quem eu sou e da forma como eu sou. Muitas pessoas talvez achem que eu não tenho coração, e é completamente ao contrário. Eu sou um cara extremamente dócil, mas, como todo ser humano, tenho o seu lado sombra também. E o meu lado sombra, como o de qualquer um, se você aguçar, você vai ter. Então, a pessoa vai ter de mim aquilo que ela procura; o melhor ou o pior. E isso eu não faço questão de esconder, porque comigo as pessoas sempre saberão em que terreno elas estarão pisando. Sempre.

Sua família queria que você fizesse medicina. Você acha que seria um bom médico?

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A minha família é toda médica, né? Então, eu tenho uma coisa muito séria com a saúde e um comprometimento. Eu acho que eu seria um bom médico. Qualquer outra profissão que você se dedica e que você se entrega de verdade, você acaba fazendo muito bem-feito. Então, sem dúvida alguma, eu seria um bom médico, sim. Eu queria ser psiquiatra.

Recentemente, você adicionou mais um nome à sua coleção de desafetos. A jornalista Márcia Dantas. O que rolou? Briga de ego? Desencontro de versões? Ou só mais uma terça-feira normal na sua vida?
Eu entrei para fazer o jornal, trabalhei com a Márcia, não tive problemas com ela durante o período que eu passei, que só foram duas semanas com ela. Eu saio, e quando eu volto de férias, infelizmente tinham desligado ela do SBT, e não tive mais contato com a Márcia, não nos falamos. Quando fui convidado para integrar o júri do Troféu Imprensa e dei meu voto, inclusive no próprio SBT Brasil, não foi por ser um jornal do SBT, mas porque eu, Felipeh Campos, já não aguento mais assistir ao Jornal Nacional. Essa é uma escolha minha: o que eu quero assistir, o que tenho vontade de ver. A Márcia Dantas já trabalhou na emissora [SBT], que a projetou, que fez tudo que pôde por ela. Teve um cara na internet que comentou: “eu não sei como o SBT atura ou consegue colocar um cara desse no júri”, e ela comentou: “eu também não”, com palminhas.

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Eu estava defendendo esse jornalismo novo, esse jornalismo sem bancada, esse jornalismo autoral, esse jornalismo que realmente veio pra ficar, porque a gente não aguenta mais esse jornalismo engessado, onde simplesmente vendem pra você aquilo que você quer, que simplesmente entra nas casas a informação da forma como ela tem que ser manipulada. E isso não acontece no SBT Brasil e tampouco, inclusive, com o próprio César Filho. Então, quando ela fez isso, me desculpa, aí fui pro meu canal, onde eu tenho um quadro chamado Cancela, e coloquei ela no quadro sem o mínimo pudor, porque ela deveria ter respeito, inclusive, não só por mim, que trabalhei com ela duas semanas, como também pela própria casa que a projetou.

A Deolane Bezerra é praticamente uma personagem pronta para a novela. Você admira o show ou acha que ali tem mais performance que autenticidade?

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Ah, me desculpe, né? Talvez essa pergunta nem deveria estar aqui, tá? A Deolane Bezerra é o substrato de tudo aquilo que a gente não deve ser quando a gente quer galgar um caminho como celebridade. Primeiro lugar que eu não posso falar que ela é uma celebridade, ela é uma ex-presidiária, ponto final. Ela não é uma artista, ela não é uma celebridade, ela não é absolutamente nada. Ela ficou famosa através das futilidades e através dos dinheiros que ela esbanjava nas suas redes sociais. Essa é Deolane Bezerra. Então, simplesmente me perguntar se ela está pronta para uma novela, só se for uma novela da vida real, com tornozeleira eletrônica e absolutamente tudo. Porque ela é o substrato de tudo aquilo que você não deve ser quando você quer galgar o seu espaço na fama. Isso sim, ela é. Ela é o substrato.

Se tivesse que passar uma semana trancado numa casa com a Anitta, Deolane e Sonia, uma espécie de BBB do Deboche, quem você acha que sairia por vontade própria primeiro? Você ou elas?

Eu acho que eu comeria as três. Brincadeira! Brincadeira! Olha, eu vou te dizer uma coisa. Eu acho que ficaria eu e a Sonia Abrão, porque a Anitta ia bater o sino e a Deolane também não ia aguentar, sabe? Agora, quem iria levar o prêmio, aí o público é que teria que escolher.  Mas eu acho que é isso. Num reality, eu, a Anitta, a Deolane e a Sonia? Eu iria me juntar com a Sonia, com toda certeza.

Seu casamento parece ter saído de um comercial de margarina. Mas sem as crianças e com muito mais estilo. É tudo isso mesmo? Ou o bastidor é mais reality do que conto de fadas?

Não, meu casamento nunca foi um conto de fadas. Eu não sei de onde você tirou essa ideia. Ao contrário, eu acho que um convívio, principalmente entre dois homens, é muito complicado também, porque é testosterona rodando na veia dos dois e os dois com opiniões fortes, mas existe uma coisa na minha relação chamada “respeito”. Então, a partir do momento que você tem respeito e prosperidade na sua relação, onde você construiu absolutamente tudo com aquela pessoa é porque você está indo no caminho certo. Até porque não é fácil. 

Eu não vou me vitimizar e falar que é muito difícil ser homossexual. Não! É muito difícil ser humano. Ser humano é muito difícil, porque você está sendo vigiado todos os momentos e todos os dias, milhares de dedos sendo apontados pra você, independente se você seja homem, mulher, gay, trans, não importa. Obviamente que quando a gente faz escolhas, inclusive na própria sexualidade, como eu fiz, talvez eu tivesse, lá no passado, todos os dedos apontados para eu não dar certo, mas eu consegui virar esse jogo. E é possível, sim, você viver com um outro homem numa estrutura extremamente digna e familiar. Sem drogas, sem bacanal, sem absolutamente nada. Você pode viver, sim, uma relação muito respeitosa. Basta você querer saber onde você está se colocando e onde você está colocando, inclusive, a pessoa que está junto com você e ao seu lado. Então, eu blindo a minha relação. O Cláudio blinda a nossa relação. E tem mais, um time que está ganhando nunca se mexe.

E neste momento em que se discute política como se fosse futebol, que camisa você veste?

Olha, eu acho que pela minha personalidade, até mesmo pela forma como eu já venho me descrevendo aqui, às vezes não concordando com algumas perguntas, mas estou aqui, eu sempre faço parte de um centro-direita, de uma linha mais conservadora. Eu sou o mais conservador. Eu não estou nem um pouco preocupado com o que os outros vão dizer. E esses dedos também que levantaram do solo, que saíram até a própria comunidade, colegas jornalistas que deixaram de falar comigo por serem gays e por eu ter assumido uma posição política e simplesmente deixaram de falar comigo. E detalhe, muitos me perseguiram também depois disso. Mas eu fico muito tranquilo. Isso não significa que eu não ouça o que uma esquerda tenha pra dizer, sempre tem alguma coisinha que cabe dentro de uma prateleira. Mas as minhas convicções, elas estão muito, mas muito mais associadas ao conservadorismo, realmente à questão da família, a questão de absolutamente tudo. Por exemplo, o Papa Leão XIV, ele simplesmente defende ser mais conservador e fala sobre casais de homens e mulheres. E desculpa, eu não tenho como ir contra o Papa, eu sendo um homem gay. Até porque, pra que eu estivesse aqui, eu fui fruto de uma relação de um homem e de uma mulher. Eu não brotei de um pé de uma couve-flor, gente. Eu não nasci em pé de couve, sabe? Eu não nasci em rama. Não fui fruto de uma mandioca. Tudo bem que a mandioca teve que encontrar couve-flor para que eu tivesse aqui. Mas isso não significa que eu tenho que ir contra o Papa. Ele quis dizer que o homem e a mulher vão fecundar sempre e que a gente tem que tomar cuidado para que o ser humano não seja extinguido da face da terra. E aí todo mundo já querendo cancelar o Papa. Acho que estava todo mundo afim de ver a fumaça de novo. Gostaram mais da fumaça subindo do que do Papa. Então, na minha opinião, pessoal, eu vou sempre pender mais para o conservadorismo, faz parte da minha essência, faz parte da minha cultura, faz parte da minha criação. Aprendemos outras questões? Sim. Olhamos, inclusive, e observamos outras histórias que a gente pode ter um pouco mais de cuidado? Sim. Mas militância vocês nunca vão ver eu fazendo. Nunca. Eu não suporto esse barulho ensurdecedor e burro que fazem. Tanto a esquerda, quanto a direita, porque eu acho que a política fala justamente sobre isso. Sobre você debater, conversar e tentar entender. 

Você é abertamente gay. Quando vê alguém escondido no armário, sente vontade de ajudar, cutucar ou apenas observar?

Eu acho que num momento em que a gente fala de homossexualidade e a gente não pode falar de homossexualismo, porque o sufixo “-ismo”, tem conotação de doença. Isso foi abolido em 1978, né? Faz parte do próprio segmento da sexualidade, como existe a bissexualidade, a heterossexualidade, enfim, tantas outras vertentes aí que hoje também colocaram. Eu acredito muito que você pode ser quem você quiser ser, a partir do momento que você tenha verdades com você. Independente de ser enrustido ou não enrustido, pouco importa. Mas eu não acredito no enrustido. O enrustido, ele se torna uma pessoa cruel, se torna uma pessoa vil. Sabe por quê? Porque ele não consegue ver a felicidade do outro, porque o pedregulho está dentro dele. As pedras estão dentro dele. Não sou eu que atiro pedras, é ele que vai acumulando pedras durante a vida. A única coisa que se eu tiver oportunidade ou amizade com a pessoa, posso até tentar conversar, mas não faz parte de mim arrancar alguém do armário, ou talvez você esteja perguntando isso pelo episódio que eu tive com o próprio Agnaldo Timóteo, lá no Super Pop. Aquilo foi uma coisa que aconteceu ao vivo num programa de televisão e que foi natural, mas simplesmente você arrancar as pessoas do armário, tirar as pessoas do armário ou mexer com a sexualidade do outro, eu acho que isso é uma decisão única, individual e pessoal. Alguém tem que saber, nem que se for uma terapeuta, um psicólogo, um psiquiatra, alguém tem que saber. Porque é difícil segurar a onda, é difícil segurar realmente o peso de uma sociedade que sempre está pronta para te apontar os dedos

Existe algum nome da lista de celebridades que Felipeh Campos já alfinetou e que hoje você revê e pensa: “peguei pesado com ele ou com ela? Não merecia tudo aquilo”.

Não me arrependo, sabe? De absolutamente nada. Na época mereceu, na época era o que tinha pra ser feito. Não só com celebridades, com médicos e com políticos também. Dane-se, dane-se. E na época foi, mereceu. Mas eu tive uma passagem, inclusive com a Roberta Miranda, que hoje é minha amiga pessoal, e a gente constrói a nossa amizade depois de uma briga ao vivo no programa de televisão, discutindo de boca, ela pelo telefone e eu ao vivo. E foi assim que começou a minha amizade com a Roberta Miranda e hoje a gente se ama, Roberta frequenta a minha casa. É muito engraçado isso, porque tem algumas pessoas que eu briguei, que tivemos alguma discórdia por causa do trabalho, e que hoje fazem parte do meu hall de amizades.

Olhando para os seus sonhos de menino, hoje você é um homem realizado?

Nossa! Olha, eu vou dizer, eu jamais imaginei na minha vida que eu fosse conseguir conquistar as coisas que eu conquistei. Era tão longínquo, mas tão longínquo a probabilidade, talvez de um dia eu sair do país, sabe? De conquistar minha casa, de ter alguém que realmente me ama e que eu ame alguém. Se você me perguntar na minha vida pessoal, eu sou muito feliz diante de tudo que eu conquistei. O Cláudio, minhas casas, minhas coisas, tudo isso. Profissionalmente ainda falta o meu programa de televisão, porque eu acho que muita gente precisa assistir ainda o Felipeh Campos assinando alguma coisa de verdade. Fiz o que eu pude. Se vocês não gostaram, paciência. Eu fui feliz. Eu não me culpo por absolutamente nada, nada do que realmente tenha acontecido. Não se culpe por coisas que vocês talvez não tenham feito na sua vida. O erro é um conjunto de atitudes, porque você nunca erra sozinho, você sempre erra com outras pessoas. A gente nunca deve se culpar, carregar esse sentimento da culpa. Então, eu acho que isso, eu fui feliz, eu sou e eu sempre serei. E volto a frisar, eu sou um cara extremamente doce, extremamente doce e gentil. Mas as pessoas, elas terão de mim aquilo que elas procuram. Se for legal, leal, eu vou ser o primeiro a pegar na sua mão e sair de mão dada com você. Mas você pode ter certeza que se você quiser também, eu te empurro do barranco. Depende do que você pedir.

“No Alvo” é exibido toda segunda-feira, às 23h15 (horário de Brasília), no SBT e no +SBT.

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Eu sou Sophia Villanueva, tenho 27 anos é sou jornalista graduada em Comunicações Sociais pela Metodista de São Paulo em 2020. Trabalho na área desde 2019 e tenho uma ampla trajetória no site, desde que entrei em 2021. Tenho forte atuação na cobertura esportiva com o futebol, por exemplo, no mundo da televisão, realitys e também das celebridades. Sou apaixonada pelo entretenimento. Caso queira me encontrar, pode me chamar através do número (13) 99139-7771

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