Atenção, a Coca-Cola que você bebeu a vida inteira está prestes a acabar

E se a Coca‑Cola que você conhece deixasse de existir? Uma ousada proposta e decisão política pode sacudir o sabor, o bolso e a indústria

23/07/2025 9h00

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Decisão drástica afeta a Coca-Cola (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Freepik/Canva)

E se a Coca‑Cola que você conhece deixasse de existir? Uma ousada proposta e decisão política pode sacudir o sabor, o bolso e a indústria

A Coca‑Cola não é apenas uma bebida que se compra, ela é um símbolo cultural. Desde sua criação em 1886, passou a representar mais que um refrigerante, uma vez que ela traduz identidade, memória afetiva e um produto global com sabor reconhecível de imediato.

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Mas agora, esse padrão pode mudar de forma abrupta. Isso porque o presidente norte-americano Donald Trump anunciou sua intenção de alterar a fórmula da Coca‑Cola vendida no território americano, exigindo que a empresa adote o açúcar de cana em vez do xarope de milho.

No Brasil, ela já é adoçada com açúcar de cana, e essa fórmula também está presente em diversos países da Europa, na América Latina e no México.

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No entanto, levando em consideração que algumas versões são importadas para cá, milhares de consumidores, além dos próprios norte- americanos e turistas (incluindo brasileiros), poderão sentir não apenas no bolso, como no sabor do refrigerante que se bebeu e conheceu a vida toda.

Uma vez que essa identidade pode deixar de existir, pelo menos em solo norte-americano.

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De acordo com o G1, devido às pressões do político, a marca confirmou que lançará essa versão do produto adoçada com açúcar produzido nos EUA, o que pode também representar uma reviravolta nas engrenagens de produção e sabor que se mantêm estáveis há décadas.

Além disso, a proposta, apesar de aparentemente simples, carrega implicações profundas.

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O debate que se desenha agora não é apenas sobre ingredientes, mas sobre cadeias de suprimento, identidade de marca e viabilidade agrícola.

O que está em jogo com a substituição do xarope de milho pelo açúcar de cana?

  • 1. O impacto direto no sabor: Quem já provou a Coca‑Cola mexicana (adoçada com açúcar de cana) nos Estados Unidos sabe que o sabor muda. Ainda que sutil para alguns, essa diferença é perceptível. A versão com açúcar de cana costuma ter um gosto menos doce e menos encorpado, com um final mais limpo no paladar. Mas, consumidores acostumados à fórmula americana podem estranhar, o que impacta as vendas. A última vez que a Coca tentou uma mudança de sabor nos EUA, em 1985, com a “New Coke”, houve reação massiva e queda de vendas, obrigando a empresa a voltar atrás em poucos meses.
  • 2. Produção e autossuficiência: o gargalo norte-americano: Os Estados Unidos consomem aproximadamente 11 milhões de toneladas de açúcar por ano, mas só produzem cerca de 8 milhões. Isso os obriga a importar entre 3 a 5 milhões de toneladas anuais, em especial do Brasil e do México.

Ou seja, mesmo que Trump insista que a Coca‑Cola use açúcar “100% americano”, os números expõem uma dificuldade crônica de autossuficiência.

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A substituição massiva do xarope de milho em produtos industrializados exigiria um aumento significativo na produção agrícola e na infraestrutura de refino de açúcar, algo que não se resolve com decretos ou promessas eleitorais.

  • 3. O custo do produto e o peso no bolso do consumidor: O xarope de milho, além de abundante, é barato. Isso ocorre porque o milho nos EUA é amplamente subsidiado pelo governo federal, sendo assim, trocar esse insumo por açúcar de cana eleva o custo de produção.

Pontos mais críticos:

A Coca‑Cola, por sua vez, precisaria decidir entre repassar esse custo ao consumidor, encarecendo o produto, ou absorvê-lo, o que pressionaria suas margens de lucro. Em ambos os casos, o modelo atual de precificação e distribuição seria impactado.

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  • 4. Logística, escala e adaptação industrial: A produção em massa da Coca‑Cola envolve uma engrenagem que opera com precisão milimétrica, ou seja, mudar o tipo de adoçante significa revisar processos industriais, linhas de envase, armazenamento e transporte. Adoçantes diferentes exigem ajustes na estabilidade da bebida, no controle de fermentação e até na escolha dos conservantes. Trata-se de um investimento milionário que não se justifica sem garantia de aceitação do consumidor.
  • 5. A motivação política e o efeito bumerangue: Trump afirma que a mudança visa “proteger os interesses do agricultor americano” e resgatar um ingrediente mais “natural”. No entanto, a medida soa mais como um gesto político do que uma decisão baseada em evidência científica ou demanda de mercado. Ao pressionar empresas privadas a alterar fórmulas consagradas, o governo corre o risco de minar a competitividade e provocar reações negativas de consumidores e acionistas.

Isso sem falar na guerra das taxas, a qual colocou todo o cenário sócio-econômico em estado de alerta.

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O que pode de fato acontecer se Trump conseguir executar a substituição do açúcar na Coca‑Cola?

Se a mudança se concretizar em larga escala, o consumidor americano verá nas gôndolas uma Coca‑Cola diferente em sabor e preço.

A cadeia de produção enfrentará desafios logísticos e poderá gerar atrasos e gargalos. Politicamente, O Estados Unidos reafirma sua agenda protecionista, mas a um custo alto:

  • Aumento de importações disfarçadas;
  • Pressão sobre produtores locais;
  • Um possível desgaste da imagem de marcas que se veem obrigadas a atender vontades governamentais em detrimento da lógica de mercado.
  • Se o sabor mudar e o preço subir, o consumidor pode simplesmente abandonar o produto e nenhuma medida populista reverte isso.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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