“Avenida Brasil” se resume ao termo: “Carminha”

Não se discute o sucesso de “Avenida Brasil”. É um dos maiores da Globo nos últimos tempos, nem tanto pela audiência, porque os seus números se enquadram perfeitamente na média do horário, mas por tudo que vem representando no universo da mídia. Ninguém é mais falada ou escrita que ela. Uma coisa impressionante.

Só que também é interessante verificar o que acontece nos interiores de uma novela tão bem-sucedida. Tudo, a partir de um determinado momento, passou a girar em torno da Carminha – ela, muito dela, e da sua turma, Tufão, Nina, Max, Jorginho, além da Muricy e do seu Leleco como convidados especiais.

Todos os demais, aos poucos, sentiram as suas participações diminuir. O próprio Divino virou um simples pano de fundo, cujos moradores já não têm mais o que tirar e nem pôr no meio da história. E o mesmo se aplica ao núcleo do Cadinho e suas mulheres, que jamais conseguiram ultrapassar a marca de simples figurantes de luxo. Não tiveram até agora e dificilmente virão a ter qualquer ligação com a trama principal.

Mas novela, como obra aberta, é assim mesmo. O autor, com o desenrolar dos seus capítulos, foi tomando o pulso do público e oferecendo tão somente aquilo que ele queria ver. Deu nisso.

Flávio Ricco – UOL Televisão