Aviso do Banco Central hoje 12/6 a todos que têm poupança no Brasil

Banco Central emite alerta sobre poupança e reforça necessidade de uma atenção redobrada dos brasileiros quanto aos investimentos
E nesta quarta-feira, 12 de junho, a equipe especializada em economia do TV Foco, com base em um aviso do Banco Central, traz informações cruciais para quem tem ou pretende ter uma poupança neste ano de 2025.
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Isso porque a instituição chama a atenção para o aumento expressivo de fraudes digitais relacionadas a esse tipo de conta, além da importância de compreender com precisão o funcionamento, as limitações e as vantagens da poupança.
Vale destacar que esse aviso ocorre em um momento de alta na taxa de juros, inflação ainda pressionada e crescente migração de recursos para investimentos de maior rentabilidade.
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A poupança, apesar de apresentar rendimento modesto, permanece como um dos instrumentos financeiros mais utilizados pela população.
Com cerca de 120 milhões de contas ativas, a caderneta ainda atrai investidores conservadores, especialmente aqueles com pouca familiaridade com produtos mais complexos do mercado financeiro.
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O que é a poupança e por que ela é tão popular?
A poupança surgiu no Brasil em 1861, com o objetivo de democratizar o acesso à formação de reservas financeiras.
Seu apelo está na simplicidade de operação, na isenção de tarifas e na proteção garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o qual assegura até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, em caso de falência do banco:
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- A conta poupança não exige comprovação de renda;
- É isenta de imposto de renda para pessoas físicas;
- Permite liquidez diária, ou seja, o resgate do valor a qualquer momento.
Esses fatores tornam a poupança uma escolha acessível para a maioria dos brasileiros.
Além disso, os valores aplicados na poupança financiam, por determinação legal, setores estratégicos como habitação popular e infraestrutura urbana.
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Mas, mesmo diante de sua popularidade, especialistas apontam que a preferência pela poupança decorre, em grande parte, de um baixo nível de educação financeira e da aversão a riscos.
Essa condição leva muitos brasileiros a manterem seus recursos em aplicações menos rentáveis, mesmo quando o cenário econômico favorece opções mais vantajosas.

Como funciona o rendimento da poupança?
O rendimento da poupança é calculado de forma diferente conforme a taxa básica de juros, a Selic. Desde 2012, a fórmula segue duas regras distintas:
- Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR), atualmente próxima de zero.
- Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser de 70% da Selic, mais a TR.
Atualmente, com a Selic fixada em 14,75% ao ano, porcentagem que foi acertada em maio de 2025.
Assim, o cálculo de rendimento da poupança segue a regra antiga, pois a taxa está acima de 8,5% ao ano.
Isso significa que a poupança rende:
- 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial)
Aliás, atualmente, a TR está praticamente em 0% (zero), o que é comum nos últimos anos.
Exemplo prático:
Suponha que você faça um depósito de R$ 10.000 e o mantenha intacto, ou seja, sem retiradas, por 12 meses e sem novos aportes.
- Rendimento mensal: 0,5% de R$ 10.000 = R$ 50 por mês;
- Rendimento em 1 ano (bruto): R$ 50 × 12 meses = R$ 600;
- Montante final após 12 meses: R$ 10.000 + R$ 600 = R$ 10.600.
MAS ATENÇÃO! Esse cálculo desconsidera a TR por estar praticamente zerada e não considera saques ou depósitos adicionais. É uma projeção simples, mas útil para fins comparativos.

Porém, se a inflação anual for, por exemplo, 4,2%, o rendimento real da poupança (ajustado pela perda do poder de compra) será inferior:
- Rendimento real aproximado = (1 + 0,06) / (1 + 0,042) − 1 ≈ 1,72% ao ano.
Opinião: Isso mostra que, apesar de não haver perdas nominais, a poupança quase não gera ganho real quando comparada ao avanço dos preços.
Outro ponto fundamental diz respeito à forma de apuração do rendimento.
O crédito de juros só ocorre a cada 30 dias da data de depósito — o chamado “aniversário da poupança”.
Ou seja, se o saque for feito antes da data correspondente, o investidor perde a remuneração daquele mês.
Vantagens e desvantagens da poupança
Vantagens:
- Segurança garantida pelo FGC até o limite estipulado.
- Facilidade de acesso e abertura, inclusive para menores de idade.
- Isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
- Liquidez imediata, sem carência para resgate.
- Utilização automática para crédito de rendimentos de FGTS, abonos e benefícios sociais.
Desvantagens:
- Rentabilidade baixa em comparação com outros investimentos de renda fixa.
- Perda do rendimento caso o saque ocorra antes da data de aniversário.
- Ausência de correção automática pela inflação.
- Pouco eficaz para construção de patrimônio no longo prazo.
Um alerta do Banco Central:
Vale destacar que o Banco Central também expressou uma preocupação quanto à crescente incidência de fraudes envolvendo contas poupança, principalmente por meio de engenharia social.
Golpistas têm utilizado mensagens por aplicativos, ligações automáticas e e-mails falsos para enganar clientes e obter acesso às contas bancárias. Muitos dos ataques envolvem instalação de aplicativos espiões e falsos links de atualização cadastral.
Diante desse cenário, o BC reforçou a importância de medidas preventivas, como:
- Verificação frequente do extrato bancário.
- Criação de senhas fortes e uso de autenticação em duas etapas.
- Desconfiança de mensagens não solicitadas ou promessas de rentabilidade elevada.
- Atualização constante de aplicativos bancários e antivírus.
- Evitar acesso a contas bancárias por redes Wi-Fi públicas.
Além disso, a instituição determinou que os bancos aprimorem os mecanismos de monitoramento e bloqueio preventivo de transações atípicas, sobretudo no uso do sistema Pix, que se tornou alvo recorrente de criminosos.
Poupança em queda: brasileiros começam a migrar
Vale destacar que, entre janeiro e maio de 2025, os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 51,7 bilhões, segundo dados oficiais do Banco Central.
Essa saída líquida evidencia a insatisfação com o baixo rendimento da modalidade e a maior disposição dos investidores para buscar alternativas mais rentáveis, como:
- Tesouro Direto;
- CDBs;
- Fundos de renda fixa;
- Previdência privada.
Embora a poupança tenha registrado uma entrada líquida de R$ 336,8 milhões só em maio, analistas consideram o resultado pontual e insuficiente para inverter a tendência.
A movimentação sugere que os brasileiros vêm se conscientizando sobre a necessidade de revisar suas estratégias financeiras e ampliar seus conhecimentos sobre o mercado de capitais.
Como ter uma educação financeira efetiva quanto à poupança?
Para quem deseja dar os primeiros passos rumo à independência financeira, é essencial compreender o papel da poupança como ponto de partida — e não como destino final.
A educação financeira permite transformar o hábito de guardar em uma estratégia consciente de investimento.
Passos recomendados:
- Estabeleça metas claras de curto, médio e longo prazo.
- Controle suas despesas mensais e elimine supérfluos.
- Se possível, crie uma reserva de emergência equivalente a três a seis meses de despesas fixas.
- Avalie seu perfil de investidor: Conservador, moderado ou arrojado.
- Estude o tripé dos investimentos: liquidez, segurança e rentabilidade.
- Diversifique suas aplicações, de acordo com os objetivos e prazos definidos.
- Leia materiais oficiais, como os cadernos e cursos gratuitos oferecidos pelo Banco Central, que abordam poupança, juros, previdência e proteção patrimonial.
Por fim, busque simular diferentes cenários de aposentadoria, tanto em planos privados quanto em modelos autogeridos.
Conclusão
Em suma, a poupança cumpre um papel histórico no Brasil e segue como porta de entrada para milhões de brasileiros no sistema financeiro.
Contudo, seu rendimento limitado, associado ao avanço da inflação e à sofisticação dos crimes digitais, exige atenção e atualização constante por parte do cidadão.
Neste contexto, a educação financeira é o único caminho eficaz para proteger o patrimônio, multiplicar recursos e garantir segurança em todas as fases da vida. Mas, para saber mais novidades sobre o Banco Central, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.
