Qual banco patrocinador do JN entrou em falência?

Banco que patrocinou o Jornal Nacional teve falência decretada após escândalos financeiros; Saiba como a fraude bilionária levou ao fim de um dos maiores bancos do Brasil
Ao longo da história do sistema bancário brasileiro, várias instituições de grande porte ruíram diante de crises, escândalos e má gestão. Entre elas, o Banco Nacional se destacou, não apenas por sua importância econômica, mas também por seu peso cultural.
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O banco mineiro, que chegou a patrocinar o Jornal Nacional, um dos principais jornalísticos da Globo, e os principais clubes cariocas, teve sua falência decretada após fraudes contábeis, rombo bilionário e anos de tentativas fracassadas de recuperação.
Da fundação ao estrelato nacional
Conforme dados expostos pelo portal Wiki, o Banco Nacional nasceu em 1944, em Minas Gerais, fundado pelos irmãos Magalhães Pinto. Ao longo das décadas seguintes, a instituição expandiu sua atuação nacional por meio de incorporações e pela abertura de agências em todo o país.
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Rapidamente, tornou-se um dos maiores bancos privados do Brasil.
Durante os anos 80 e 90, o Banco Nacional se transformou em referência quando o assunto era marketing esportivo e cultural.
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Chegou a patrocinar o saudoso Ayrton Senna, clubes como Vasco e Fluminense e, conforme citamos acima, chegou a associar sua marca ao Jornal Nacional, programa jornalístico de maior audiência da televisão brasileira.
Inclusive, à época, na abertura do JN, o anúncio de patrocínio do Banco Nacional se tornava símbolo de prestígio institucional.
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A marca ganhou força ao unir estratégia comercial, presença midiática e vínculos com ídolos do esporte.
No entanto, essa visibilidade mascarava uma estrutura financeira já comprometida.
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Um colapso silencioso
Desde 1987, o Banco Nacional começou a inflar seu balanço patrimonial com registros fraudulentos.
Criou operações fictícias de crédito conhecidas como “operações 917”, registrando recebíveis inexistentes para ocultar prejuízos e maquiar resultados.
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Essas manobras acabaram maculando a real avaliação da saúde financeira da instituição.
Em 1988, o Banco Central chegou a detectar sinais de irregularidade, mas manteve o banco em funcionamento.
Ao longo da década seguinte, o Nacional se afundou em problemas de liquidez e solvência.
Porém, a situação se agravou até 1995, quando o Banco Central instaurou uma intervenção por meio do Regime de Administração Especial Temporária (RAET).
A partir desse ponto, a instituição passou a ser administrada por interventores, com o objetivo de viabilizar sua cisão e venda.
O chamado “good bank”, com ativos saudáveis, foi incorporado pelo Unibanco.
Já o “bad bank”, com dívidas e passivos contaminados, permaneceu sob responsabilidade do governo federal.
A falência:
No final da década de 90, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra 33 pessoas, incluindo o ex-controlador Marcos Magalhães Pinto.
O MPF os acusou de fraudes contábeis, gestão temerária e prática de um esquema que se assemelhava a uma pirâmide financeira.
Em 2002, a Justiça condenou o ex-presidente do banco a 28 anos de prisão por crime contra o sistema financeiro.
Posteriormente, a pena foi reduzida para 12 anos, sendo extinta em 2011, antes de ser restaurada por decisão superior.
Mesmo após o encerramento das atividades, as investigações revelaram mais escândalos.
Descobriu-se que o banco ocultou sua real situação financeira por anos, mascarando inadimplência e forjando liquidez artificial.
No fim, a instituição deixou uma dívida estimada em R$ 5,36 bilhões com o setor público.
Declarações:
De acordo com o Senado Notícias, Marcos Magalhães Pinto, ex-controlador do Banco Nacional, fez declarações à imprensa e em audiências públicas após a falência, criticando o Banco Central e o governo da época.
Em 2004, ele acusou o Banco Central e o governo Fernando Henrique Cardoso de “doarem” o Nacional ao Unibanco, acompanhado de um cheque de R$ 3 bilhões, e questionou o processo de liquidação. Ele também atribuiu os problemas do banco ao fim da inflação do Plano Real e ao aumento da inadimplência.
Tal declaração não se tratou de um “mea culpa” ou um detalhamento profundo das fraudes, e sim de uma tentativa de transferir a responsabilidade ou justificar a situação.
O que sobrou do Banco Nacional?
Após a intervenção e a venda dos ativos para o Unibanco, o Banco Nacional permaneceu em liquidação extrajudicial por quase três décadas.
Conforme dito acima, os passivos continuaram sob responsabilidade do Banco Central, e a instituição passou a existir apenas juridicamente.
Inclusive, de acordo com o portal Valor Econômico, em junho de 2024, o BTG Pactual anunciou a compra da estrutura remanescente do Banco Nacional.
Em suma, o acordo incluiu todos os ativos e passivos remanescentes:
- Créditos tributários;
- Precatórios;
- Dívidas antigas.
O BTG informou na época que a operação integraria sua estratégia na área de investimentos especiais, focada na recuperação de carteiras inadimplidas e ativos alternativos.
Mas, para saber mais casos como esse, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.