Boni diz que Record não terá outro ‘Dez Mandamentos’ e critica ‘JN’ informal: “Está jogando prestígio na rua”

Boni em entrevista a Amaury Jr. no programa desta quarta-feira (02)
(Foto: Divulgação/RedeTV!)

Em entrevista ao apresentador Amaury Jr., nesta quarta-feira (02), José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, falou sobre Xuxa, a novela “Os Dez Mandamentos”, o novo formato do “Jornal Nacional”, e explicou porque critica seu filho, Boninho, que é diretor de Variedades da Globo (cuida de programas diários e realities).

Boni falou sobre Xuxa Meneghel ter deixado a Globo para comandar um programa na Record. “Evidentemente que o sucesso da Xuxa dentro do bojo da TV Globo seria maior. Eles não se entenderam na verdade, não foi a Globo que liberou, foi a Xuxa que quis sair e a Globo acabou liberando. Eu acho uma pena, porque eu adoro a Xuxa. Eu sou muito amigo dela e acho que ela poderia perfeitamente abrir mão de algumas coisas e a Globo também. Uma simples questão de manter a tradição. Eu acho que a luta dela na TV Record será mais difícil do que a luta dela na TV Globo”, ponderou ele.

O ex-chefão da Globo elogiou novamente a novela “Os Dez Mandamentos”, da Record, mas disse que a emissora não terá outra igual, que faça o mesmo sucesso. Para exemplificar, Boni usou “Pantanal”, de Benedito Ruy Barbosa, trama de enorme sucesso na década de 90, que fez a extinta TV Manchete incomodar muito a Globo na época em que ele era o mandachuva do canal. “Eu dizia para não se preocupar, porque eles precisariam ter três pantanais, um às 18h, um às 19h e outro às 20h”. O executivo disse que não é todo dia que se tem um fenômeno de audiência do tipo e elogiou o atual comando da Globo, o qual declarou que tem feito uma programação muito boa.

Sobre o novo formato do “Jornal Nacional”, em que William Bonner e Renata Vasconcellos apresentam o telejornal com mais informalidade, Boni não poupou suas críticas. “Daqui a pouco a Maju vai chamar o Bonner de Bubu. Eu sou um grande amigo do Bonner, ele é um bom editor, um grande apresentador. Tenho o maior respeito por ele, é um grande profissional, mas quando você tem tanta informalidade, perde institucionalidade, a instituição vai pro ‘vinagre’. A credibilidade passa a ser comprometida. Se eu estou brincando com a notícia do tempo, estou brincando com a noticia de polícia, de política, de economia”, declarou ele, que trabalhou para a emissora durante trinta e um anos. “Os grandes jornais americanos da noite têm um único apresentador pra não haver diálogo, porque aquilo é um diário oficial. Agora, os programas locais que passam à tarde, com quatro ou cinco pessoas, em que o cara dá um tapinha nas costas, passa a mão na cabeça, cabe e deve, porque está se tratando de uma coisa da cidade, entre amigos. Mas o jornal da noite é um diário oficial, as pessoas não só assistem para saber o que está acontecendo, como também para saber se aconteceu de fato, porque é uma informação institucional. E, quando você passa essa informação institucional de uma maneira informal, está jogando metade de seu prestígio na rua”, avaliou.

Para encerrar o bate-papo com Amaury, Boni explicou o motivo de ser tão exigente com o trabalho do filho Boninho, diretor de Variedades da Globo. “Eu acho que em termos de entretenimento o Boninho é o melhor diretor que existe hoje na TV Globo. Além disso, eu tenho admiração por vários programas que ele faz e outros não”, disse ele, que ainda aproveitou para mandar um recado para o filho: “Um pai com um filho é sempre muito exigente. Os outros diretores podem fazer qualquer coisa, mas você não, você só pode fazer o melhor”.