
O ator global Caio Blat (Foto: Reprodução)
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ator da Globo Caio Blat, entre outros artistas, denunciaram atitudes de censura do governo em depoimento durante audiência no STF
Nos últimos dias, diversos artistas da Globo e grandes nomes do cenário da música nacional, do cinema e do teatro têm comparecido a uma audiência pública realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), para denunciar a tentativa de censura promovida por atos do presidente Jair Bolsonaro. Um dos famosos a prestar seu depoimento sobre o atual momento das artes no país foi justamente o ator Caio Blat.
O contratado da Globo participou da audiência pública no STF nessa segunda-feira, 04, e falou em tom crítico sobre um decreto presidencial que tenta impor censura na estrutura do Conselho Superior do Cinema e, para Caio Blat, a censura no país foi reinstalada e está pior do que nos tempos da ditadura militar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“A censura já está de volta, instalada nesse país, de forma velada, de forma imunda, de forma disfarçada. O que acontece é que a censura voltou pior que 64 e 68. Ela era institucional e agora o que se está fazendo é limpeza ideológica, velada, tentando excluir os mais fracos, tentando excluir a diversidade. As minorias vão ser excluídas de um edital? Para que serve um edital se não é para distribuir justiça, igualdade?”, afirmou Caio Blat.
Como exemplo para dar crédito a sua fala, Caio Blat citou o escritor brasileiro pós-modernista Guimarães Rosa, e afirmou que está “há quase três anos viajando o Brasil apresentando a grande obra de Guimarães Rosa que é Grande Sertão Veredas. Eu fico me perguntando se ele estivesse aqui hoje e tivesse decidido desenvolver sua obra prima através de uma série de TV, independentemente desse edital, ele seria excluído nesse momento. Guimarães Rosa não poderia apresentar Grande Sertão Veredas hoje, sob esse governo”, declarou.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Do que se trata Grande Sertão Veredas? Em primeiro lugar, se trata de grupos armados, milicianos, disputando o poder no Planalto Central. É exatamente o que estamos vivendo. Em segundo lugar, uma história subliminar, que é uma história de amor homoafetiva, o amor entre dois homens no meio dessa guerra”, completou o ator da Globo Caio Blat, que está produzindo um filme sobre a obra, mas está enfrentando o boicote da Ancine.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE