Falência repentina de agência de viagens deixa rastro de calotes e clientes em desespero no interior de SP
O colapso de uma agência de viagens sediada em São João da Boa Vista (SP) pegou centenas de clientes de surpresa e até mesmo assustou diante do rastro de calote deixado. De acordo com o portal G1, a empresa fechou as portas de forma abrupta e a dona simplesmente enviou mensagens informando que o negócio havia entrado em falência, deixando cerca de 300 pessoas no prejuízo.
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Trata-se da Rota Turismo, cuja dimensão do calote expôs um esquema que, segundo a polícia, pode ter características de pirâmide financeira. A Polícia Civil investiga o caso como estelionato.
Até o momento, a proprietária não se manifestou publicamente, e a equipe de reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, informou não ter conseguido contato com ela.
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Já não estava normal…
Os primeiros sinais de que algo estava errado já estavam ocorrendo há um tempo, mas, no início de outubro, é que explodiu de vez.
Clientes começaram a relatar dificuldades em obter confirmação de passagens e hospedagens.
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Pouco depois, a própria dona da Rota Turismo, Michele Cunha de Carvalho, enviou uma mensagem padronizada aos contratantes afirmando que, após tentativas de reestruturação, não havia mais condições de manter a empresa em funcionamento.
Na mensagem, Michele também afirmou não possuir recursos financeiros para reembolsar os serviços contratados e não prestados, o que ampliou o desespero entre os consumidores.
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A agência, registrada formalmente como OPR Turismo e Viagens Ltda., atua desde julho de 2020 e tem Michele como única sócia-administradora.
No entanto, diversas vítimas relataram que outra mulher, identificada apenas como Karen, também participava das negociações e se apresentava informalmente como sócia.
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Relatos de prejuízos
Ainda de acordo com o G1, uma das clientes relatou que viajaria com seis amigas, mas descobriu que, embora as reservas estivessem confirmadas, os pagamentos não haviam sido efetuados pela agência:
“Eu quitei a viagem há dois meses, a minha e das pessoas que iam comigo. A reserva estava confirmada, mas o valor não foi repassado. Era um esquema que ninguém entende.”
Uma técnica de enfermagem e a filha também relataram ter perdido o valor integral de uma viagem planejada para Salvador:
“No dia 16 de outubro, entrei em contato e recebi uma mensagem automática dizendo que a empresa estava falida. Foi um sonho destruído. Era nossa primeira viagem juntas”,
Letícia complementou: “Ela nos indicou Salvador, falou que seria inesquecível. No fim, deixou um golpe em todo mundo.”
Investigações e suspeita de pirâmide financeira
O delegado Fabiano Antunes de Almeida, responsável pelo caso, informou que a Polícia Civil já registrou mais de 170 boletins de ocorrência e que o prejuízo estimado chega a R$ 3 milhões. Quatro inquéritos policiais estão em andamento.
A advogada Isabela Pesoti Lise, que representa parte das vítimas, afirma que o negócio operava em modelo semelhante ao de pirâmide, no qual se usava o dinheiro de novos clientes para cobrir despesas de viagens anteriores:
“As últimas pessoas que pagavam acabavam sendo as mais prejudicadas.”
Declarações da empresa:
Conforme destacado logo no começo, a equipe de reportagem da EPTV chegou a ir ao escritório da Rota Turismo, mas o local estava fechado e ninguém atendeu às ligações.
A dona da agência não respondeu aos contatos da imprensa até a última atualização do caso.
A Polícia Civil informou que o efetivo local está dedicado à apuração das responsabilidades e que pretende solicitar medidas cautelares à Justiça, incluindo:
- Bloqueio de bens;
- Quebra de sigilo bancário, caso haja indícios de movimentações ilícitas.
O que os clientes devem fazer quando uma agência de viagens alega falência sem retorno ou reembolso?
Diante da falência e da ausência de reembolso, advogados e órgãos de defesa do consumidor orientam que as vítimas adotem as seguintes medidas:
- Primeiramente, deve se registrar um boletim de ocorrência imediatamente, informando o valor pago, data e destino da viagem contratada;
- Em seguida, reúna todos os comprovantes de pagamento e mensagens trocadas com a agência;
- Procurar o Procon da cidade ou o Juizado Especial Cível, que pode intermediar acordos e iniciar ações de ressarcimento;
- Evitar grupos informais de reembolso ou negociações não oficiais, que podem resultar em novas fraudes;
- Por fim, acompanhe as atualizações da investigação pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que podem determinar o bloqueio de bens da empresa para ressarcir parte dos consumidores.
Inclusive, esse caso da Rota Turismo serve como alerta para consumidores que contratam pacotes de viagens pela internet ou por empresas de pequeno porte.
Especialistas recomendam verificar a regularidade da agência na Embratur, pesquisar o histórico de avaliações e confirmar diretamente com hotéis e companhias aéreas se as reservas foram efetivamente pagas.
Fazendo isso, as chances de tomar um prejuízo diminuem drasticamente. Mas, para saber mais informações e casos de falências, clique aqui*.
