Calote de R$2 milhões e falência: O fim de empresa nº1 dos imóveis em Fortaleza, CE, após 38 anos

Empresa gigantesca, n°1 dos imóveis em Fortaleza, Ceará, acumulou uma dívida de R$ 2 milhões e acabou tendo sua falência decretada

11/12/2025 23h04

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Calote e falência: O fim de empresa de imóveis em Fortaleza, CE (Foto: Reprodução/ Internet)

Empresa gigantesca, n°1 dos imóveis em Fortaleza, Ceará, acumulou uma dívida de R$ 2 milhões e acabou tendo sua falência decretada

Uma empresa queridinha do ramo imobiliário em Fortaleza, Ceará, acabou conhecendo o pior lado do mercado: a falência. Em 2022, a Porto Freire Engenharia, que já foi considerada a maior do setor de imóveis na capital cearense acabou fechando as portas depois de 38 anos.

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A Porto Freire nasceu em 1984, em Fortaleza, e ganhou fama por levantar grandes empreendimentos em bairros conhecidos da cidade. Durante décadas, esteve entre as principais empresas do setor imobiliário local. Mas, por trás da imagem sólida, os problemas já se acumulavam.

Clientes no prejuízo

De acordo com as informações divulgadas pelo portal Diário do Nordeste, em 2015, a advogada Ana Tarna Mendes comprou um apartamento na planta no Condomínio Cruzeiro do Sul. A entrega seria rápida, mas a obra foi abandonada poucos meses depois.

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Sem conseguir reaver o dinheiro, ela seguiu para a Justiça e fechou um acordo para receber outro imóvel, desta vez no Solaris Residence. A nova entrega ficou marcada para dezembro de 2021, mas a construtora anunciou a falência em março de 2022.

Outra cliente, a advogada Nazare Silva Cajado, viveu situação parecida. Ela comprou seu imóvel em 2015, com entrega prometida para 2016. Vieram desculpas sobre chuva, crise e pandemia, mas nada avançava. Mesmo vivendo no exterior, ela acompanhava tudo de perto.

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Em 2021, o irmão dela visitou a obra e encontrou várias partes inacabadas. A empresa prometeu que tudo estaria pronto até o semestre seguinte, mas não cumpriu. Além disso, ela descobriu que a construtora nem o IPTU estava pagando. Para evitar problemas, ela mesma quitou a dívida.

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Solaris Residence, no Mondubim, empreendimento da Porto Freire (Foto Reprodução/Diário do Nordeste)

Contratos fechados mesmo após o colapso

A situação da empresa piorou em 2020, quando entrou com pedido de recuperação judicial. Mesmo assim, continuou assinando contratos.

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O caso mais grave envolveu o empreiteiro Antônio Maurício Tavares. Ele fez um acordo de permuta: prestaria serviços e receberia 14 apartamentos avaliados em R$ 2 milhões. Entregou a obra no fim de 2021 e esperava apenas o Habite-se. Mas, quando a falência veio à tona, ele ficou sem os imóveis e com dívidas.

Ele contou que profissionais de alumínio, gesso e pintura também aceitaram permutas e acabaram sem receber. Para segurar os materiais, Maurício chegou a oferecer os apartamentos prometidos como garantia. Sem eles, afundou em dívidas e disse que a falência destruiu famílias inteiras.

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Pronunciamento da administração judicial

A P2S Administração Judicial explicou que os empreendimentos inacabados não entram como ativos da falência da empresa. Isso impediu o leilão, mas deixou os compradores responsáveis por finalizar as obras. Na prática, muitos entenderam a decisão como um calote completo.

Sobre possíveis indenizações, a administradora informou que cada caso seria analisado individualmente. Se houver reconhecimento judicial, esses clientes entram no fim da fila como credores sem prioridade.

Os prestadores que trabalharam em troca de apartamentos também foram colocados na categoria comum, sem qualquer prioridade.

Hoje, a empresa aparece como permanentemente fechada nas buscas do Google. Há ainda diversas reclamações registradas no Reclame Aqui. Depois de 38 anos, a empresa deixou para trás dívidas, obras abandonadas e centenas de pessoas no prejuízo.

Qual a diferença entre falência e recuperação judicial?

Conforme o portal ‘Vem Pra Dome’, ambos os institutos visam a satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento. No caso da recuperação judicial, se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa.

Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação e o negócio acaba fechando as portas. A recuperação judicial visa manter o negócio ativo, gerando empregos e possibilitando que a empresa pague as suas dívidas. Na outra, ocorre o encerramento, ou seja, ele é considerado irrecuperável.

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Larissa Caixeta é redatora no TV Foco desde 2023 e atua na produção de conteúdos voltados aos bastidores da TV, ao universo das celebridades, ao futebol e aos principais acontecimentos do momento. Além disso, também se dedica à cobertura de temas de interesse público, como benefícios sociais, beleza, saúde e assuntos que impactam diretamente o dia a dia do leitor. Desenvolve seu trabalho com responsabilidade e precisão, sempre em sintonia com o que acontece no Brasil e no mundo. Contato: larissa.caixeta@otvfoco.com.br

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