Carlos Henrique Schroder: gênio ou louco?

10/07/2014 8h05

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“”Movimento” é o lema da Globo atualmente.”

Quando, no final de 2012, a rede Globo anunciou Carlos Henrique Schroder como novo diretor geral muitos, inclusive eu, refletiram sobre o que estava por vir. Criei poucas expectativas, todavia, visto que Schoreder já estava na Globo há muitos anos. Concluí que o diretor estava “engessado” pelo “padrão globo” de comportamento, e pensei que teríamos uma continuidade do que já havia feito Marluce Dias e Octávio Florisbal. Mesmos nomes, mesma técnica. Enfim: mais do mesmo.

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Logo de imediato, começaram a surgir as surpresas, negativas ou positivas, dependendo de quem as analisa. Novo formato de chamadas, novo design do logo, substituição de nomes fortes na emissora, mudanças nos horários de programas que jamais haviam sido tocados e propostas futuristas de atrações que muitas vezes causaram um certo estranhamento. A partir disso, comecei a pensar: ” O que quer Carlos Henrique Schroder? Estaria ele preparado para o cargo?” Então fui em busca de respostas.

Carlos Henrique Schroder, foi o responsável pelo Emmy conquistado pelo “Jornal Nacional”, pois informalizou o jornalismo, tornando os apresentadores mais próximos do público. Em seu primeiro ano, consolidou as manhãs da Globo, que há anos vinham sofrendo com a concorrência, enfrentando os movimentos que pediam a volta dos programas infantis.

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No ibope atual, “Mais Você”, “Bem Estar” e “Encontro com Fátima Bernardes” lideram facilmente o ibope, sendo que a “TV Globinho” ficava, em algumas situações, em terceiro lugar. À tarde, embora o “Vídeo Show ” seja um fracasso, a grade foi alterada para beneficiar o efeito cascata. A “Sessão da Tarde” manteve a liderança e o “Vale A Pena Ver De Novo” cresceu consideravelmente, chegando a 18 pontos no ibope em diversos dias, fato que jamais aconteceu com a “Sessão da Tarde” no mesmo horário. “Malhação” tem registrado melhores números, resultado dessa mudança. “Meu Pedacinho de Chão” vem mantendo boa audiência e superando, em números, o último grande sucesso do horário, “Flor do Caribe”.

Onde muitos não arriscariam inovar, Schroder apostou e acertou, provando que era preciso fazer diferente. “Além do Horizonte” e “Em Família” são fracassos, concordo, mas representam a riqueza da diversidade, pois se todas as novelas fossem sempre iguais, não seria possível medir sucessos, nem haveria destaques. E se “Em Família”, por exemplo, não consegue 35 pontos no ibope, número alcançado por “Amor à Vida”, seus “míseros” 27 pontos indicam que ainda existe público que opta por novelas tradicionais.

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A poesia da trama, chata para muitos, inclusive para mim, indica que é importante ter telespectadores diferentes e atender a todas as demandas. Caso contrário, acabaríamos com um cenário semelhante ao da Record, a qual achou que investir sempre em tramas de ação manteria a audiência alta, o que confirmou não ser verossímil. A questão é que o público cansou da mesmice, e dos 18 pontos registrados em “Vidas Opostas”, cujo tema era ação, chegou a 5 pontos com “Pecado Mortal”, que continua apostando nas tramas de ação. Acho pertinente variar. “Movimento” é o lema da Globo atualmente.

O fato é que a emissora dos Marinho permanece arriscando e teremos novidades. A censura diminuiu, haja vista o “Tá no Ar”, que hoje é, na minha modesta opinião, o melhor programa humorístico da televisão. O “Fantástico” assumirá nova identidade, a qual ainda não sabemos se agradará. Enfim, o velho e o novo se encontram na programação atual da Globo. Os Emmys passaram a ser mais constantes e isso não representa sucesso, mas demonstra o reconhecimento que a Globo tem.

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Falar da queda de audiência é ignorar o fato de que hoje o brasileiro tem acesso a todos os canais. O ibope mudou a forma de medição. Todas as emissoras investem, mas ainda assim a Globo continua liderando. Manter o primeiro lugar em um país que hoje é mais politizado, em que as pessoas passam menos tempo em frente à TV, onde todas as emissoras contam com grandes nomes e bons formatos é mérito de uma grande equipe.

Nem tudo na Globo é bom, nunca foi. Mesmo no tempo de gestão de Boni, o mago da televisão, existiram grandes fracassos. Podemos contar quais programas da Globo não detêm o primeiro lugar atualmente: “Vídeo Show”, “Jô Soares” e… só! Ficar 10 minutos em primeiro lugar é muito diferente de ser líder de audiência! Acho que temos de avaliar melhor esse ousado homem de televisão!

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post do leitor

Texto escrito pelo leitor Dieiso Tessaro

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