800 toneladas de carne podre: Globo desmascara frigorífico gigante e acende alerta na ANVISA em 2025

Globo expõe venda de carne podre podre maquiada e situação acende alerta nacional da ANVISA: mais de 800 toneladas estavam contaminadas pela enchente
A Globo, por meio do seu portal de notícias G1, revelou uma denúncia que escancarou um dos maiores escândalos sanitários dos últimos anos no país, envolvendo um frigorífico gigante de um varejista do setor.
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A investigação, iniciada ainda em janeiro de 2025, mostrou que a empresa Tem Di Tudo Salvados, sediada em Três Rios (RJ), distribuía carne imprópria para o consumo humano como se fossem cortes nobres importados do Uruguai.
Em suma, essa fraude envolveu mais de 800 toneladas de carne contaminada, que haviam ficado submersas durante a enchente histórica em Canoas (RS).
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No entanto, essa exposição do caso acendeu o alerta da ANVISA diante dos perigos apresentados.
Diante de todos esses pontos, a equipe especializada em fiscalizações e serviços do TV Foco, com base em informações divulgadas pelo portal mencionado, traz mais detalhes sobre o ocorrido e as medidas tomadas.
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Da lama ao prato:
As toneladas de carne, danificadas após ficarem semanas submersas pela enchente em Canoas, deveriam ter sido destruídas ou destinadas exclusivamente para a fabricação de ração animal.
Contudo, a empresa Tem Di Tudo Salvados recebeu os lotes com esse objetivo, mas, segundo a Delegacia do Consumidor (Decon), adulterou o produto e o vendeu como carne nobre.
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Além disso, esse esquema envolvia:
- Lavagem das peças para remover resíduos de lama;
- Reembalagem com rótulos falsificados que simulavam cortes importados;
- Revenda a açougues e mercados de várias partes do país.

Denúncia partiu de quem descartou a carne:
A investigação começou quando o próprio produtor gaúcho, que havia descartado a carga após a enchente, percebeu que a carne retornou ao seu radar — agora oferecida como se estivesse em perfeito estado.
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O produtor reconheceu o material pelos códigos dos lotes e procurou a polícia.
Com o alerta, a Decon iniciou uma força-tarefa e confirmou que a carne, visivelmente podre e com odor fétido, estava sendo distribuída de forma irregular.
Polícia flagra venda e prende quatro suspeitos
No dia 22 de janeiro, a polícia encontrou uma peça de picanha — pertencente ao lote contaminado — ainda à venda na empresa investigada.
Os agentes prenderam quatro pessoas suspeitas de integrar o esquema, que passaram a responder por crimes como:
- Corrupção de alimentos;
- Associação criminosa;
- Adulteração de produto destinado ao consumo;
- Receptação qualificada.
“Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas no frigorífico da capital gaúcha.”
De acordo com a polícia, a carne foi revendida para um frigorífico de Nova Iguaçu (RJ), que por sua vez repassou o material a compradores de Minas Gerais e outros estados.
A operação identificou que 32 carretas saíram do Rio Grande do Sul com a carga contaminada e circularam pelo Brasil, levando o produto a mercados sem que os consumidores ou comerciantes soubessem da real origem.
“Todas as pessoas que consumiram essa carne correram risco de vida. Quando uma mercadoria fica debaixo d’água, ela traz risco iminente à saúde” – Ressaltou o delegado.
Em 24 de janeiro de 2025, a Justiça do Rio de Janeiro converteu em preventivas as prisões dos quatro suspeitos detidos durante a Operação Carne Fraca.
A decisão judicial deu a sentença por tempo indeterminado, enquanto as investigações prosseguem.
Conforme apurado pelo TV Foco, até então, não houve mais atualizações do caso.
Carne podre, remédios vencidos e cosméticos ilegais
Além disso, no local investigado, a polícia também encontrou centenas de caixas de medicamentos e testes de Covid vencidos, além de cigarros contrabandeados e produtos de beleza fora da validade.
Todo o material foi inutilizado com cloro e entregue à companhia de limpeza urbana da cidade.
As fotos divulgadas pela TV Globo mostraram peças de carne em estado de decomposição, com manchas, mau cheiro e coloração alterada.

Conforme mencionamos, toda essa situação levantou o alerta da ANVISA, uma vez que atenta contra a saúde pública.
Valor irrisório:
De acordo com as investigações, a empresa Tem Di Tudo Salvados pagou somente R$ 80 mil pelas 800 toneladas de carne.
Em condições normais, a carga teria valor de aproximadamente R$ 5 milhões.
A revenda maquiada como de uma carne nobre geraria um lucro estimado de até 1.000%, configurando um esquema lucrativo e criminoso.
Os envolvidos usaram rótulos falsos e distribuição pulverizada para dificultar o rastreamento da mercadoria.

Porém a empresa alegou na época que possuía autorização para reaproveitar produtos vencidos
Veja abaixo o esquema:
- Aquisição da carne: A Tem Di Tudo Salvados adquiriu 800 toneladas de carne bovina, suína e de aves de um frigorífico em Porto Alegre, alegando que o produto seria destinado à fabricação de ração animal.
- Revenda fraudulenta: No entanto, ao invés de processar a carne para ração, a empresa teria lavado e embalado os produtos, simulando origem uruguaia, e os revendido para açougues e mercados em diversos estados brasileiros.

Como denunciar à Vigilância Sanitária?
Consumidores que suspeitarem de irregularidades podem denunciar à vigilância sanitária local ou à Anvisa por meio dos seguintes canais:
- Disque Saúde 136 (ligação gratuita, 24 horas)
- Plataforma Fala.BR através deste link*.
- Ouvidorias das secretarias de saúde municipais e estaduais.
- Atendimento presencial nos postos da ANVISA/Vigilância Sanitária.
É recomendável fornecer detalhes como o nome do estabelecimento, endereço, nota fiscal e, se possível, fotos do produto.
Conclusão:
Em suma, uma reportagem do G1 não apenas desvendou um esquema de fraude alimentar envolvendo mais de 800 toneladas de carne podre, mas também mobilizou autoridades em todo o país.
A atuação rápida da Polícia Civil e da ANVISA evitou que o crime ganhasse proporções ainda maiores. O caso revela uma mistura de negligência sanitária e ganância criminosa.
Mais do que um escândalo, é um alerta sobre a importância da fiscalização e da denúncia cidadã.
Por fim, a saúde pública não pode ser tratada como moeda de troca, ainda mais em tempos de calamidade.
Mas, para saber mais informações sobre a ANVISA e suas proibições e alertas, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.
