Chocolate realmente causa enxaqueca? Ciência descobre a verdade

Chocolate e dor de cabeça, inimigos ou aliados? Descubra o que a ciência diz a respeito dessa mistura e o que fazer em caso de enxaqueca
Muitos amantes de chocolate já ouviram que o doce pode causar dor de cabeça, especialmente enxaqueca, a qual muitas vezes chega a ser insuportável.
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Mas será que essa suspeita faz sentido? O que a ciência diz sobre essa relação?
Desvendando o chocolate:
Popular em todas as culturas e presença garantida em celebrações e momentos de conforto, o chocolate é muito mais do que apenas um doce.
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Contudo, conforme mencionamos acima, entre quem sofre de enxaqueca, ele também é frequentemente visto como um possível vilão.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, o chocolate aparece com frequência nas listas de alimentos associados ao agravamento de crises.
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MAS ATENÇÃO! Isso não significa que o chocolate seja a causa direta.
O fato de estar presente em momentos que antecedem uma dor não prova que ele tenha desencadeado o problema.
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Afinal de contas, a ciência segue tentando decifrar os mecanismos por trás dessa ligação.
O que os estudos revelam sobre os componentes do chocolate?
De acordo com o portal do Dorflex, um dos principais medicamentos para dores em geral, pesquisas científicas apontam diversos caminhos que podem explicar a associação entre o chocolate e a enxaqueca.
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No entanto, não se trata de um único fator, mas da combinação de elementos bioquímicos que atuam no sistema nervoso. Veja os principais:
- 1. Estímulo ao óxido nítrico: Os flavonoides presentes no cacau aumentam a produção de óxido nítrico, uma molécula que promove a dilatação dos vasos sanguíneos. Essa vasodilatação está entre os processos fisiológicos envolvidos em algumas crises de enxaqueca, embora sua participação ainda seja debatida pela comunidade científica.
- 2. Liberação de serotonina: O chocolate também estimula a liberação de serotonina, um neurotransmissor ligado ao bem-estar. Paradoxalmente, picos de serotonina estão associados ao início de crises em algumas pessoas predispostas. No entanto, outras pesquisas apontam o contrário: níveis baixos de serotonina estariam mais ligados à frequência das enxaquecas.
- 3. Presença de feniletilamina: Essa substância, encontrada naturalmente no cacau e também produzida pelo nosso cérebro, é conhecida por afetar os vasos cerebrais e pode, em certos casos, atuar como gatilho para dores de cabeça.
Essas hipóteses são plausíveis, mas ainda não definitivas.
Segundo revisões da literatura médica, como a publicada na Nutrients em 2020, faltam estudos clínicos padronizados que confirmem, com clareza, a relação direta entre chocolate e enxaqueca.
Nem sempre tem culpa:
Pois é, por vezes o chocolate é acusado injustamente.
Isso acontece porque ele costuma ser consumido em situações que, por si só, favorecem a dor de cabeça.
Exemplos clássicos incluem:
- Jejum prolongado: Comer chocolate após pular uma refeição pode gerar confusão sobre o verdadeiro gatilho da dor.
- Estresse emocional: Em dias de tensão, é comum recorrer ao chocolate como forma de conforto. A dor de cabeça que surge depois pode ter origem no estresse, não no doce.
- Privação de sono: A falta de descanso afeta diretamente a frequência e intensidade das enxaquecas.
Ou seja, o chocolate pode ser apenas um coadjuvante em meio a outros fatores que, combinados, desencadeiam a crise.
A melhor forma de descobrir se ele é um gatilho real é manter um diário alimentar e de sintomas.
E digo mais, o chocolate até ajuda:
Além disso, embora pareça contraditório, o chocolate também tem propriedades que podem, teoricamente, beneficiar quem sofre de enxaqueca.
Algumas das substâncias presentes no cacau têm efeitos protetores, segundo estudos recentes:
- Magnésio e riboflavina (vitamina B2): Ambos são recomendados na prevenção da enxaqueca e estão presentes no chocolate amargo.
- Redução da excitabilidade neuronal: Dietas ricas em cacau parecem elevar proteínas que ajudam a regular a atividade das células nervosas, o que pode diminuir a ocorrência de crises.
- Modulação do intestino: Os polifenóis do cacau ajudam a equilibrar a microbiota intestinal. Evidências recentes indicam que a saúde intestinal tem papel relevante no controle de dores crônicas, incluindo a enxaqueca.
- Melhora do humor: Como o chocolate eleva a sensação de prazer e bem-estar, ele pode aliviar sintomas depressivos — condição frequentemente associada à enxaqueca crônica.
MAS ATENÇÃO! Ainda que promissoras, essas descobertas exigem mais estudos controlados para se confirmarem como estratégias de tratamento.
Sobre a abstinência:
Existe ainda um fator pouco discutido: a abstinência.
Pessoas que consomem chocolate com frequência e interrompem esse hábito de forma brusca podem experimentar sintomas de abstinência, incluindo dores de cabeça.
Ao voltar a consumir o alimento, sentem alívio, o que gera a percepção equivocada de que o chocolate “cura” a dor.
Além disso, o chocolate amargo contém cafeína em pequenas quantidades.
Para quem sofre com dores de cabeça provocadas por abstinência de café, ele pode fornecer alívio temporário — o que novamente pode levar a interpretações erradas sobre seus efeitos.
Como combater a enxaqueca de forma efetiva?
Em suma, a enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada. O primeiro passo é entender os gatilhos pessoais e adotar uma rotina preventiva. Eis algumas medidas eficazes:
- Mantenha um diário alimentar e de sintomas: Isso ajuda a identificar padrões e possíveis gatilhos, como o chocolate.
- Evite jejum prolongado e desidratação: Comer e beber água em horários regulares reduz as chances de crises.
- Priorize o sono de qualidade: Dormir mal, pouco ou em excesso está diretamente ligado à frequência das enxaquecas.
- Reduza o consumo de álcool, cafeína e alimentos ultraprocessados.
- Consulte um médico ou neurologista regularmente: Em casos graves ou persistentes, apenas o acompanhamento profissional garante um tratamento adequado, que pode incluir medicamentos preventivos.
MAS ATENÇÃO!
Mesmo que você não relacione o chocolate diretamente à enxaqueca, o consumo deve ser moderado.
Chocolates ao leite e brancos têm alto teor de açúcar e gordura, o que contribui para problemas metabólicos e inflamatórios.
Especialistas recomendam dar preferência ao chocolate amargo, com pelo menos 70% de cacau, por ser mais rico em antioxidantes, fibras e minerais como o magnésio.
Mas isso não significa que ele pode ser consumido livremente: moderação continua sendo essencial.
Além disso, conforme citamos acima, todo e qualquer sintoma prolongado deve ser analisado por um médico. Sendo assim, não deixe de frequentar suas consultas e faça todos os exames solicitados.
Conclusão:
Em síntese, a relação entre chocolate e enxaqueca depende de cada organismo. Enquanto alguns sentem piora após o consumo, outros não apresentam nenhum sintoma.
No entanto, observar os próprios sinais e buscar orientação médica é o melhor caminho.
E lembre-se: Jamais elimine alimentos ou inicie tratamentos sem consultar um profissional de saúde. Mas, para saber outras curiosidades interessantes, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.