Descubra quando e como parte do salário pode ser penhorada no Brasil, quais limites a lei estabelece para proteger trabalhadores CLT e como contestar
Muitos brasileiros, principalmente trabalhadores com carteira assinada, os chamados CLTs, se perguntam se a dívida pode resultar na penhora do salário. Embora a lei proteja a remuneração, decisões recentes mostram que, em determinadas situações, parte do salário pode ser penhorada.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Com base em dados oficiais do Código de Processo Civil (CPC) e em decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), descobrimos a verdade e mostramos abaixo como é possível entender quando essa medida é aplicada e como se proteger.
A lei e a flexibilização da impenhorabilidade
De acordo com o artigo 833 do CPC, salários, vencimentos e demais valores destinados ao sustento do trabalhador e de sua família são impenhoráveis.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Originalmente, isso incluía trabalhadores CLT, autônomos e profissionais liberais.
No entanto, em maio de 2023, a Corte Especial do STJ decidiu que, em último caso, juízes podem autorizar a penhora de parte do salário para quitar dívidas não alimentares, respeitando limites que preservem a subsistência do devedor e sua família.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Entre as dívidas, temos: Empréstimos, financiamentos, contratos ou cobranças civis.
Antes dessa decisão, apenas duas situações permitiam a penhora de salários:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
- Pagamento de pensão alimentícia;
- Salários superiores a 50 salários mínimos mensais para dívidas não alimentares.
Como funciona a penhora de salários?
- O credor entra com uma ação de execução e pede a penhora;
- O juiz avalia a situação e decide se é cabível;
- Se autorizado, o bloqueio pode ser feito diretamente pelo sistema BacenJud/Sisbajud (que conecta os bancos à Justiça) ou comunicado ao empregador para desconto em folha;
- O percentual bloqueado costuma variar entre 20% e 30% do salário, mas, conforme destacamos acima, nunca pode inviabilizar a vida digna do trabalhador.
Ou seja, a penhora não é automática e só ocorre mediante pedido judicial e análise criteriosa, sempre como último recurso quando não há outros bens para saldar a dívida.
Como contestar uma penhora salarial injusta?
Agora, se o trabalhador considerar que a penhora compromete sua subsistência ou não respeita os limites legais, ele pode contestar judicialmente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para isso, deve:
- Primeiramente, o funcionário deve reunir documentação comprovando renda e despesas essenciais;
- Em seguida, apresentar defesa formal ao juiz responsável pelo processo;
- Por fim, solicitar revisão do percentual penhorado ou suspensão da execução.
A contestação garante que a penhora respeite a legislação em casos de arbitrariedade. Mas, para mais dicas e informações sobre os direitos trabalhistas, clique aqui*.