Aumento real ou reposição da inflação? Descubra como será o poder de compra do novo salário mínimo de 2026

O novo salário mínimo de 2026 garante ganho real, mas será que dá para comprar mais no mercado? Veja a matemática do poder de compra
O anúncio do salário mínimo de R$ 1.621 para 2026, apesar de ser um valor consistente de certa forma, gera uma dúvida imediata em milhões de brasileiros: “Eu vou viver melhor ou apenas pagar mais caro pelos mesmos produtos?”.
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Para responder a isso, precisamos separar o valor nominal (o número que aparece no contracheque) do valor real (o que esse número de fato compra no supermercado).
A seguir, com base em informações do portal Solides, demonstramos abaixo os dados econômicos e exemplos do cotidiano para explicar se o reajuste de 6,79% representa uma vitória financeira ou apenas um escudo contra a carestia.
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O que é Ganho Real?
O governo federal estrutura o valor de R$ 1.621 sobre dois pilares. Para que haja valorização, o índice de reajuste deve ser obrigatoriamente maior que a inflação (INPC) do período.
- A parcela da inflação: Se a inflação fechasse, por exemplo, em 3,8%, o salário precisaria subir para R$ 1.575 apenas para você não empobrecer;
- A Parcela do PIB (O Ganho Real): O que sobra acima da inflação é o “aumento real”. No caso de 2026, a projeção indica que cerca de 3% desse aumento é ganho real, vindo do crescimento da economia de dois anos anteriores.
Ou seja, não olhe apenas para o valor bruto. A valorização acontece quando a porcentagem do aumento supera a velocidade com que os preços sobem.
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Teste de poder de compra
Para entender se há valorização, comparemos o custo de itens básicos entre 2025 (salário de R$ 1.518) e a projeção para 2026 (salário de R$ 1.621).
1. Cesta básica:
Imagine que uma cesta básica custe R$ 750 em 2025.
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- Em 2025: O salário de R$ 1.518 comprava exatamente 2,02 cestas;
- Em 2026: Se a inflação de alimentos for de 4%, a cesta passará a custar R$ 780. Com o novo salário de R$ 1.621, o trabalhador passará a comprar 2,07 cestas;
- Ou seja, há uma valorização real. O trabalhador termina o mês com “meia cesta básica” a mais de fôlego em comparação ao ano anterior.
2. Botijão de gás e energia:
Os custos de energia costumam ser rígidos.
- Se um botijão de gás custa R$ 115 (7,5% do salário de 2025) e em 2026 ele subir para R$ 120 devido à inflação, ele passará a representar 7,4% do novo salário;
- Embora o preço suba, ele “pesa menos” no bolso total. Sobram mais reais para outras despesas.
3. Combustível
Para quem utiliza o salário para mobilidade, o ganho real funciona como um amortecedor. Se o transporte público subir menos que os6,79% do reajuste salarial, o excedente permite ao trabalhador investir em lazer ou educação, algo que antes ficaria restrito ao básico.
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Por A + B:
A defesa do valor de R$ 1.621 como valorização real sustenta-se em três pontos técnicos:
- Ao dar mais dinheiro do que a inflação tira, o governo injeta bilhões na economia. Isso faz com que o comércio venda mais, gerando um ciclo positivo de empregos;
- Como o salário mínimo é a base da pirâmide, aumentos reais diminuem a distância entre a renda média e o custo de vida básico;
- Ao usar o PIB de dois anos atrás, dá para projetar custos com antecedência, evitando demissões por sustos econômicos em grandes e médias empresas.
Como planejar seus gastos em 2026?
O aumento real só se transforma em qualidade de vida se houver estratégia.
1. Não saia gastando todo o aumento imediatamente:
O erro comum é elevar o padrão de vida assim que o salário cai na conta em fevereiro. Tente manter seu custo de vida no patamar de 2025 por pelo menos três meses. Sendo assim, use o excedente para criar um fundo de reserva (se possível);
2. Monitore a inflação setorial:
O salário mínimo sobe 6,79%, mas o seu custo de vida pode subir mais. Se você gasta muito com remédios ou aluguel, e esses itens subirem 10%, o seu “aumento real” será anulado. Acompanhe os preços do que você consome para ajustar suas escolhas;
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.