Comunicado da ANVISA: Por que insetos são liberados na farinha?

Poucos sabem, mas a ANVISA permite fragmentos de insetos na farinha; Por que isso é legal? Representa riscos reais à saúde? Descubra aqui
A farinha sempre ocupou um papel central na culinária mundial. No Brasil, ela é base de receitas diárias que vão do pão francês à massa de bolo, passando por farofas, panquecas e empanados. Além de versátil, fornece carboidratos, fibras, proteínas e vitaminas do complexo B, sendo considerada um alimento funcional e nutritivo.
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No entanto, apesar da sua importância, esse ingrediente tão presente na alimentação pode conter fragmentos de insetos. Sim, isso acontece. Mas antes de qualquer alarde, vale entender:
- A presença dessas partículas é prevista e regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
- Está dentro de limites considerados seguros para o consumo humano.
Mas por que a ANVISA permite isso? De acordo com um comunicado da própria autarquia, essa regulamentação está prevista na RDC nº 14, de 2014, que determina as quantidades máximas de matérias estranhas permitidas em alimentos industrializados.
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A resolução inclui fragmentos de insetos, pelos de roedores e outras impurezas que, segundo a agência, são inevitáveis ao longo da cadeia produtiva.
No caso da farinha de trigo, o limite é de 75 fragmentos de insetos por 50 gramas.
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Essa margem foi definida com base em análises toxicológicas e microbiológicas, considerando que a remoção total dessas partículas, desde a colheita até o processamento, elevaria os custos dos produtos a um nível inviável para o consumidor final.
Veja a permissão para outros alimentos:
- Café torrado e moído: Até 60 fragmentos de insetos por 25g;
- Molho de tomate: Até 10 fragmentos de insetos e 1 pelo de roedor por 100g;
- Orégano: Até 20 fragmentos por 10g;
- Chás de menta ou hortelã: Até 300 fragmentos e 2 pelos de roedor por 25g;
- Biscoitos e massas doces: Até 225 fragmentos em 225g.
Essa norma reconhece que a presença de impurezas pode ocorrer de forma acidental e natural.
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Durante a colheita, por exemplo, insetos são arrastados junto aos grãos.
No transporte, a contaminação pode ocorrer por contato com pragas, mesmo em ambientes monitorados.
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Já na indústria, as etapas de moagem, peneiramento e envase contam com controles rígidos, mas não eliminam totalmente resíduos microscópicos.
Por isso, a ANVISA considera aceitável a presença de certas impurezas em quantidades limitadas e inofensivas, desde que não representem risco microbiológico.
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Mas engana-se quem pensa que esse critério seja usado somente no Brasil, a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, adota parâmetros semelhantes, e vários países da Europa também possuem legislações que preveem esse tipo de tolerância.
Apesar de a ideia de se ter esses fragmentos causar impacto visual ou desconforto para o consumidor, ela não oferece perigo real se os limites forem respeitados.
Mas faz mal a ingestão de insetos?
Conforme citamos acima, a ingestão ocasional de fragmentos de insetos, por exemplo, não é tóxica nem representa risco direto à saúde.
O que preocupa, segundo a ANVISA, é quando os valores ultrapassam os níveis permitidos, pois aí sim pode haver risco de contaminação por bactérias, fungos ou substâncias prejudiciais.
Quando isso ocorre, a ANVISA pode aplicar penalidades à empresa responsável, que incluem:
- Recolhimento imediato dos produtos do mercado;
- Suspensão da comercialização e distribuição;
- Multas que podem chegar a R$ 1,5 milhão;
- Cancelamento da autorização sanitária.
Inclusive, o Brasil mantém laboratórios públicos, como o LACEN, para realizar análises fiscais periódicas em alimentos industrializados.
Essas inspeções são feitas de forma amostral e os resultados são divulgados em laudos que embasam medidas sanitárias e a fiscalização é ativa e rotineira.
Mas, para saber sobre mais informações e ficar por dentro dos boletins da ANVISA, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.