Incêndio e decreto da Vigilância Sanitária: 2 sentenças trazem fim de frigorífico tradicional após 41 anos

Incêndio e decreto sanitário encerram 41 anos de um frigorífico popular, o qual foi um verdadeiro símbolo da indústria catarinense
Um incêndio e um decreto da Vigilância Sanitária ajudaram a acelerar o fim de uma das mais tradicionais agroindústrias do Vale do Itajaí.
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Em 1978, a Carlos Schroeder S.A. encerrou oficialmente as atividades do seu frigorífico, após 41 anos de operação e quase oito décadas de trajetória empresarial.
Inclusive, a história da empresa se entrelaça com o desenvolvimento econômico de Santa Catarina e carrega o nome de um dos maiores empreendedores da região: Carlos Ferdinand Schroeder.
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Sendo assim, a partir de informações do portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo todo o desenrolar dessa história e os efeitos dos impactos:
Secos e molhados
Em 1868, o imigrante Karl Krambeck, avô materno de Carlos Schroeder, instalou um armazém, com foco em secos e molhados, no Lote 1 do Rio Benedito, ponto estratégico para a travessia de balsas entre os rios Benedito e Itajaí.
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A família Schroeder assumiu o negócio em 1884, quando Johann Albert Schroeder passou a gerenciar o armazém.
Com a morte do pai, Carlos assumiu o controle da loja por volta de 1900, comprando as terras e o ponto comercial da mãe por 6 contos de réis.
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A expansão industrial de Carlos Schroeder
A partir do início do século XX, Carlos diversificou os negócios. Atuou nos setores de laticínios, produção de:
- Charutos;
- Cigarrilhas;
- Óleo de sassafrás;
- Fumo;
- Fécula.
Em 1917, participou da Exposição Agropecuária de Blumenau e recebeu prêmio pela criação de suínos.
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Também se envolveu em política local, sendo conselheiro municipal e membro de comissões de obras e segurança.
Em 1923, fundou com outros empresários a primeira fábrica de leite em pó da América do Sul, a Indaiá.
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Abriu filiais comerciais em Benedito Novo (1919), Timbó (1922), Rio do Sul (1928) e manteve depósitos em Ibirama.
Mas em 1933 é que ele fundou oficialmente a Carlos Schroeder S.A. – Indústria e Comércio, com capital de Cr$ 1.100.000,00.
Auge pós-guerra
Na década de 50, a empresa atingiu seu ápice com a transferência da matriz para um prédio moderno e ganhou status de grande loja regional:
- O grupo empregava cerca de 600 pessoas;
- Processava 4 mil litros de leite por dia;
- Abatia 150 porcos e 20 bois diariamente.
Em 1956, foi inaugurada a Ponte Carlos Schroeder sobre o Rio Benedito, um reconhecimento público da importância econômica do grupo.
Poucos anos depois, o frigorífico novo foi construído, ampliando ainda mais a atuação da empresa no setor de carnes e derivados.
O nome Carlos Schroeder se consolidou como sinônimo de inovação e qualidade industrial.

Fogo, dívidas e novas exigências
A partir do fim da década de 60, uma combinação de fatores sentenciou o fim da sustentabilidade do grupo.
Incêndios destruíram partes da matriz e filiais, causando prejuízos irreparáveis. O alto custo da construção do frigorífico, que não havia sido totalmente previsto, comprometeu o caixa da empresa.
Além disso, a Vigilância Sanitária passou a decretar novas normas para frigoríficos.
As exigências, embora necessárias para a modernização sanitária, impuseram uma carga financeira insustentável para a companhia, já fragilizada pelos prejuízos anteriores.

Quando a Carlos Schroeder S.A. acabou de vez?
Diante do cenário de dificuldades operacionais e financeiras, a direção da empresa iniciou um processo de encerramento gradual e planejado das atividades.
O frigorífico, que operava desde os anos 1930, encerrou suas funções em 1978.
A Carlos Schroeder S.A., que um dia simbolizou o progresso do Vale do Itajaí, encerrou definitivamente suas operações naquele ano.
Não há registros públicos de manifestações da família Schroeder ou de ex-funcionários sobre o fechamento, no entanto, o espaço segue em aberto.
Conclusão:
Em suma, o fim da Carlos Schroeder S.A. representa mais do que o encerramento de uma empresa: simboliza a transição de um modelo empresarial baseado em raízes locais para uma nova ordem agroindustrial em Santa Catarina.
Incêndios, investimentos mal calculados e normas sanitárias rigorosas selaram o destino de um empreendimento que marcou gerações.
A empresa resistiu ao tempo, à concorrência e às crises, até onde pôde.
Afinal de contas, Carlos Ferdinand Schroeder deixou um legado pioneiro e inovador.
No entanto, sua trajetória elevou Indaial a um polo industrial e seu nome permanece como referência de visão, coragem e empreendedorismo.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.