Acabou a farra: Demolição de shopping multimilionário de SP, rival nº1 do West Plaza, choca paulistas

Shopping gigantesco e tradicional acabou tendo um fim amargo após não conseguir bater de frente com a concorrência e lidar com uma série de crises e dificuldades no caminho
Apesar dos shoppings centers serem vistos como grandes empreendimentos e praticamente intocáveis, nem sempre essa “realidade” é absoluta. Inclusive, muitos deles, cujos quais tinham tudo para deslanchar, muitas vezes sofreram grandes quedas, deixando milhares de frequentadores em choque.
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E em meio ao pulsante e competitivo cenário comercial de São Paulo, uma das maiores metrópoles da América Latina, essa realidade acometeu um dos maiores shoppings da cidade que nunca dorme após um tombo colossal, culminando em um fim nada agradável.
Estamos falando do gigantesco Shopping Center Matarazzo, rival nº 1 do West Plaza e que segundo o portal Estadão, foi o primeiro shopping da região da Pompeia, um dos bairros mais badalados da cidade de São Paulo e chegou a aquecer o comércio dos bairros de Perdizes, Água Branca e Barra Funda.
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Localizado na Rua Turiassu, 2010, ao lado do Parque Antarctica, aonde hoje abriga o Arena Palestra Itália, o shopping foi inaugurado ainda na década de 1970.
Atropelado pela concorrência
Ainda de acordo com o portal Estadão, o empreendimento faraônico e multimilionário tinha dois grandes atrativos para os moradores da região oeste, um supermercado Jumbo-Eletro, que posteriormente viria a ser um Sonda, e uma loja do McDonald’s, cuja qual ficava grudada ao seu estacionamento.
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Segundo informações expostas pelo Estadão, a rede de fast food permanece no mesmo local. Como já até mencionamos em matérias anteriores, a década de 90 foi extremamente competitiva para grandes varejistas, shoppings e lojas de departamento no geral. Aliás, tudo que era novidade atraía de forma bem mais voraz o público da época.
Com esse crescimento do comércio em conjunto com demais empreendimentos imóbiliários da região, a concorrência do shopping obviamente acompanhou essa mesma crescente, o que acabou dificultando a situação do Shopping Center Matarazzo, uma vez que até então ele era a única opção.
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Para piorar ainda mais pra ele, houve a inauguração do West Plaza, em maio de 1991, e o fechamento da unidade do Jumbo Eletro do Matarazzo, o que fez com que a “farra” do gigante começasse a ter fim, além claro, de ter o seu número de frequentadores caindo drasticamente.
O shopping por sua vez tentou, sem sucesso, reanimar suas vendas construindo uma área exclusiva para alimentação e uma pista de patinação de 240 m² da Maxi-Roller. Mas, em 1997, o mesmo foi levado a leilão para saldar as dívida de IPI, ICMS e outros impostos.
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Foi arrematado por R$18,5 milhões pelo Grupo Zaffari, que no local ergueu o Shopping Bourbon, inaugurado em março de 2008.
Conforme exposto pelo Jornal Folha de S. Paulo na época, o empreendimento ainda possuía uma série de dívidas. Só de débito do IPTU de 1997 estava em R$ 3,653 milhões com a Prefeitura de São Paulo.
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Segundo Botesini, juiz de execuções fiscais, nesses R$ 18,5 milhões não estava incluído o IPTU.
Além do IPTU, o grupo Matarazzo possuía débitos de R$ 12,987 milhões com a Fazenda Nacional e de R$ 182,919 milhões com o BNDES.
O leilão foi realizado pelo leiloeiro oficial Ronaldo Sérgio Faro. Além do valor de arrematação, o grupo gaúcho pagou mais 5% de comissão a Faro.
Manifestações e recursos
Além disso, o vice-presidente do grupo Matarazzo, Hamilton Gomes de Oliveira, disse na época que entraria com um recurso. O advogado do grupo na causa do leilão, Maércio de Abreu Sampaio, confirmou que já estava em busca desses mesmos recursos por meios dos “embargos à arrematação”, com o objetivo de tentar embargar o leilão.
Segundo declarado por Sampaio na ocasião, a empresa teria um prazo de 10 dias para entrar com o recurso na Vara de Execuções Fiscais da Capital . Além do novo recurso, já tinha um em andamento que ainda não havia sido julgado.
Para o advogado, em segundo leilão o lance mínimo inferior a 60% do valor de avaliação era considerado “vil”. No caso, o lance deveria ser de R$ 24,8 milhões.
A associação dos lojistas do shopping Matarazzo foi procurada a época pela Folha, mas a mesma não quis se manifestar sobre o leilão.
Vale mencionar que, apesar do TV Foco não ter encontrado manifestações posteriores sobre o ocorrido, o espaço permanece em aberto caso a mesma deseja expor a sua versão dos fatos.

Shopping Center Matarazzo (Foto: Reprodução / Internet)

Shopping Center Matarazzo foi o primeiro da região da Pompeia (Foto Reprodução/Internet)

Shopping Matarazzo acabou demolido após não conseguir deslanchar (Foto Reprodução/Internet)
Qual foi o desfecho real do Shopping Center Matarazzo?
Segundo o portal Wiki, apesar da venda, o shopping seguiu funcionando normalmente ainda por 5 anos. Mas em 2002, o Sonda brigava na justiça devido a uma ordem de despejo expedida pelos novos donos, exigindo que a loja do supermercado que ficava no local fosse fechada.
Após a resolução deste impasse, o shopping finalmente foi fechado e demolido, dando início as obras do mencionado e substituto Bourbon Shopping São Paulo, que como dissemos acima foi inaugurado no mesmo terreno em março de 2008.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.