Dívida de R$ 675M, demissões em massa e falência: O fim de varejista centenária dos shoppings de SP

De ícone desde 1914 à falência: Varejista amada acumulou dívida de R$ 675 milhões e teve o domínio leiloado para gigante.

10/12/2025 6h15

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Varejista entra em colapso após crises e se despede dos principais shoppings (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/TV Foco/Canva)

De ícone desde 1914 à falência: Varejista amada acumulou dívida de R$ 675 milhões e teve o domínio leiloado para gigante

E o mercado brasileiro testemunhou o melancólico fim de uma de suas instituições mais respeitadas e presentes nos principais shoppings do país, principalmente em SP.

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Estamos falando da icônica e centenária Saraiva. Fundada em 1914 por Joaquim Saraiva, um imigrante português, a empresa nasceu inicialmente como uma editora em São Paulo.

Ao longo das décadas, ela expandiu sua atuação, deixando de ser apenas uma casa editorial e tornando-se a maior rede de livrarias multimídia do país, estabelecendo um legado inestimável.

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Lojas como a unidade do Shopping Tatuapé, em São Paulo, serviam como pontos de referência para geeks, estudantes e amantes de literatura, sediaram eventos literários e fomentaram comunidades.

No varejo e na cultura nacional, ela acabou representando um pilar da cultura nacional e foi considerada a maior rede de lojas multimídia do país.

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Infelizmente, ainda em 2023, a varejista passou a enfrentar uma liquidação de ativos, o que acabou confirmando o colapso, apesar da tamanha importância.

Não é de se admirar que o seu fechamento final gerou comoção entre os consumidores, que lamentaram a perda de um símbolo do mercado editorial.

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Sendo assim, com base em informações do portal Exame, Bloomberg Línea e Jornal SBT News, trazemos abaixo mais detalhes sobre essa quebra e as consequências do seu adeus.

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Um calote de milhões

A Saraiva começou a acumular uma dívida de R$ 675 milhões, a qual se arrastava desde a última década.

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Ainda em 2018, a empresa deflagrou um processo de recuperação judicial, buscando se reestruturar ao fechar unidades físicas e focar no comércio eletrônico.

Inclusive, cerca de 3 mil funcionários nesta época do pedido da recuperação foram colocados na rua.

Mas, apesar dos esforços, que envolveram o fechamento de 13 unidades estratégicas entre maio e setembro de 2023, a empresa não conseguiu reverter o quadro.

Seu encerramento definitivo incluiu a simbólica e mencionada loja do Shopping Tatuapé e marcou o fim da presença física da marca.

O que acabou gerando mais demissões em massa das últimas lojas, naquele mesmo mês.

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A defesa da empresa

Mas, antes da decisão final, os representantes legais da Saraiva reforçaram a insolvência da empresa.

Por meio de uma petição, o escritório TWZ Advogados afirmou que:

  • A Saraiva encontrava-se em uma crise grave e insanável;
  • E que havia esgotado todas as possibilidades de dar prosseguimento à sua atividade empresarial.

A própria administração reconheceu que restava apenas o requerimento da falência para a liquidação e o pagamento aos credores.

Em outubro de 2023, a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou oficialmente a falência.

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho fundamentou a decisão no descumprimento do plano de recuperação judicial, o que resultou na exclusão dos perfis digitais e no encerramento total das operações.

Vale dizer que um dos motivos que contribuiu para sua queda foi a pressão competitiva do e-commerce, um fator determinante para a incapacidade de a Saraiva se reerguer.

O que aconteceu com o que sobrou da Saraiva?

O administrador judicial conduziu a liquidação do que restou da gigante.

A massa falida possuía um estoque de livros e papelaria avaliado em R$ 21 milhões, além de R$ 250 milhões em créditos judiciais a receber.

Além disso, após a Saraiva deixar de renovar o registro do domínio “saraiva.com.br”, o endereço entrou em leilão.

De acordo com o Nespe, em fevereiro de 2025, a gigante Amazon arrematou o domínio – Conforme podem ver por aqui*.

Mas, para os consumidores e entusiastas da cultura, resta a lembrança da empresa que, por mais de cem anos, moldou o varejo e incentivou a leitura no Brasil.

Ademais, para saber mais informações sobre outras redes, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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