Banco de Edir Macedo acumula prejuízo de R$ 95 milhões e entra em rota de venda
O banco Digimais, controlado por Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record, enfrenta uma grave crise financeira e de identidade. Segundo apuração da coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo, o banco está à venda após registrar um prejuízo de R$ 95 milhões em 2023.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Com um passivo acumulado de R$ 9,5 bilhões e R$ 7,4 bilhões em depósitos, o Digimais busca se reposicionar no mercado ou encontrar um comprador disposto a assumir a operação — algo que até agora não aconteceu.
Em março deste ano, o banqueiro Maurício Quadrado, ex-sócio do Master e atual dono do BlueBank, recuou da intenção de comprar o Digimais. Ele não comentou os motivos da desistência, alegando cláusula de sigilo nas negociações.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A saída de Quadrado deixou o banco ainda mais exposto, numa disputa acirrada com grandes fintechs como o Nubank. Embora o Digimais tenha porte semelhante em alguns indicadores, não conseguiu atrair o mesmo interesse do mercado.
Empréstimos a fiéis: o início da queda
De acordo com fontes envolvidas nas negociações, os problemas começaram com empréstimos feitos a fiéis da Igreja Universal. A estratégia, que visava atrair e fidelizar clientes, acabou comprometendo o pagamento do dízimo — uma das principais fontes de receita da instituição religiosa.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● Filho de Edir Macedo choca ao surgir de cueca e manda recado para rapaz: “Ajoelha então”
● Filho discreto de Edir Macedo surge só de cueca em fotos quentes e prova que é o mais ousado do Brasil
● Rival do NUBANK, hospital e +: Edir Macedo é dono de 4 empresas gigantescas e que jorram milhões à Record
Diante do alerta financeiro, o banco migrou seu foco para crédito de veículos, que hoje representa 77% da carteira ativa, com um estoque de R$ 1,7 bilhão. O restante está concentrado em crédito consignado para funcionários da Record e da própria igreja.
Braço imobiliário e tentativa de digitalização
O banco também administra um fundo de investimento imobiliário, que gerencia os imóveis próprios onde funcionam templos da Universal. Essa operação gera uma receita modesta, baseada na valorização patrimonial.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Diante do fracasso em fidelizar exclusivamente o público da igreja, o Digimais tentou se reposicionar como banco digital, apostando em uma marca mais moderna. No entanto, a concorrência com grandes fintechs como Nubank, Inter e C6 Bank tornou o cenário ainda mais desafiador.
Venda sem interessados
Com dificuldades crescentes e resultados negativos, Edir Macedo autorizou a venda do banco. A ideia é se desfazer do Digimais antes que a situação piore ainda mais. No entanto, nenhum comprador se apresentou até o momento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Procurada pela Folha de S.Paulo, a Igreja Universal do Reino de Deus negou qualquer envolvimento direto com o banco e afirmou, por meio de assessoria, que não tem informações sobre o Digimais. Edir Macedo não respondeu aos contatos da reportagem, e o banco também não se pronunciou.
Conclusão
O Digimais, banco ligado a Edir Macedo, enfrenta um cenário crítico, com prejuízo de R$ 95 milhões e tentativas frustradas de venda. A estratégia inicial de focar em fiéis da Igreja Universal falhou, e a tentativa de modernização não resistiu à concorrência com grandes fintechs. Sem interessados na compra, o futuro da instituição permanece incerto e sob pressão.
O valor que Edir Macedo tem na conta surpreende evangélicos