Em meio aos ensaios dos espetáculos ‘As Cantrizes’ e ‘Assim como Nós’, Sandra Pêra precisou encarar a morte da irmã, Marília Pêra, no ano passado. Ela, que voltou aos palcos em janeiro, falou um pouco sobre a batalha diária que tem sido lidar com esta ausência, em entrevista ao jornal Extra:
“Tenho todas as lembranças comigo. A mais lindinha de todas aconteceu uma semana antes de ela morrer. Estávamos na sala de casa e, para distrair a cabeça, ela quis ouvir uma entrevista que ela havia dado para a rádio MEC. Fiquei sentada ao seu lado. Ela ficou sorrindo. Vi que aquilo fez um bem e falei para ouvirmos as bases do CD que ela estava gravando. Marília estava cantando lindo, baixinho… Ficamos ouvindo, conversando, fazendo planos”, revela.
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“No domingo anterior à morte, ela teve muita vontade de comer uma maminha (risos). Fomos a uma churrascaria, e ela comeu maminha, polenta e ainda bebeu cerveja”, lembrou.
Ainda em entrevista Sandra revelou o momento mais amargo da luta de Marília contra o câncer: o momento que ela ficou sabendo que teria somente 6 meses de vida:
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Em outubro do ano passado, após uma tomografia, o oncologista responsável pelo tratamento da artista afirmou que ela teria seis meses de vida. A informação, dita de forma bruta, acelerou o processo da morte, segundo Sandra.
“O médico disse isso para ela sem que ninguém perguntasse. “Você já parou para pensar na sua finitude? A partir de agora, você vai sentir muita falta de ar, vai perder os movimentos de não sei onde. Você tem seis meses de vida”. Ela ficou catatônica e nunca mais voltamos lá. Marília falava comigo: “Ele precisava dizer isso?”. E ficou se perguntando: “Então, eu vou morrer em abril? Em abril?”. Eu dizia que não, que ele era limitado. Sofremos muito juntas. Foi uma sentença. O cara que estuda os tumores precisa entender que em volta dos tumores existe uma pessoa ali, frágil — reforça ela, preferindo não revelar o nome do profissional: — Ele pode ler isso e dizer: “Mas eu tinha razão”. A questão não é essa. Ele deveria ter falado com a família antes e a gente decidiria como agir”.
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Em recentre entrevista à revista Época, Sandra comentou também sobre a morte da irmã. “Acordo sem acreditar que ela não existe mais”, diz a atriz. Mas retomar o trabalho, segundo ela, é o que tem lhe ajudado a atravessar este momento. “Porque ensaiar faz com que a vida pareça normal”, explica Sandra, ainda bastante abalada com a saída de cena repentina da irmã, vítima de um câncer. “É um luto imenso.”
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