Muito tem se discutido sobre o ritmo lento e diálogos que beiram ao discurso poético de senso comum da trama, mas uma coisa é inegável: Manoel Carlos cumpriu o que havia prometido, levar ao espectador uma narrativa mais clássica tradicional e menos cinematográfica.

E como não devia deixar de ser, essa antiga empreitada pouco agradou a um público já acostumado com as chamadas “séries-novelas” ou “novelas-séries”.

Esse tipo de serialização esteve presente em sua antecessora “Amor à Vida”, porém sem o mesmo êxito de “Avenida Brasil”, por exemplo. Eram muitas as tramas paralelas da novela de Carrasco e a resolução imediata dos conflitos, como ocorrem nos enlatados americanos, não atendiam a demanda de tantos personagens. Isso fez com que os próprios protagonistas fossem ofuscados.

A Globo e a própria Record se adequaram a essa nova forma de conteúdo em suas novelas.

Tanto em sua parte de fotografia quanto em sua edição, “Pecado Mortal” é a prova do abandono do “dramalhão” e do investimento em produções com cara de filme.

Mas afinal, seria esse o futuro das telenovelas?

O total abandono da história corriqueira, do habitual, dos dramas presentes no melhor estilo novelão? Manoel Carlos, em sua última novela, seguiu como sempre os seus instintos e colocou a sua marca e identidade na produção, não se preocupando com as mudanças de estilo que rondam as telenovelas atuais.

E isso não desmerece “Em Família” a qual consegue assim mesmo, atiçar a curiosidade de qualquer homem moderno que não tem muita paciência de acompanhar as aventuras de Helena e Companhia.

Texto enviador por: Daniel Macedo

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