Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco Master
Nesta segunda-feira, 18, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, uma das principais rivais do Nubank. A decisão também colocou o banco sob administração especial temporária por 120 dias, medida que marca o fim imediato das atividades da instituição.
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Desse modo, surgem as principais dúvidas dos correntistas: o que acontece com contas, investimentos e saldos a partir de agora? A seguir, iremos explicar ponto a ponto.
O que significa a liquidação extrajudicial?
Primeiramente, quando o Banco Central decreta liquidação extrajudicial, o banco encerra todas as operações na hora, como:
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- Pix, cartões, saques e transferências
- Aberturas de contas
- Movimentações financeiras em geral
Em seguida, um liquidante nomeado pelo Banco Central assume o comando e passa a administrar todos os bens, dívidas, contratos e pagamos.
Além disso, a partir desse momento, o banco deixa de integrar o Sistema Financeiro Nacional e inicia seu processo de encerramento.
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O que acontece com clientes com investimentos?
O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição, somando todos os produtos elegíveis, como:
- CDB
- RDB
- LC
- LCI
- LCA
- LH
Desse modo, o cliente irá receber o valor do seu investimento:
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- Primeiramente, o FGC entra no banco e levanta os dados dos investidores
- Em seguida, o FGC confirma quem tem direito à restituição
- O cliente irá receber um voucher (site do FGC ou comunicação oficial)
- Por fim, o pagamento é liberado em um banco parceiro escolhido pelo cliente
Os valores costumam ser pagos em poucos dias ou semanas, dependendo da agilidade do levantamento.
Já clientes que possuem investimentos garantidos recebem automaticamente até R$ 250 mil sem necessidade de acionar a Justiça. O pagamento varia de acordo com o valor do seu investimento.
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O que acontece com investimentos sem cobertura do FGC ?
No entanto, é necessário ficar atento aos produtos que não fazem parte da garantia do FGC. Esses passam automaticamente para a fila de credores da liquidação. São eles:
- Fundos de investimento
- Renda variável
- Debêntures
- Produtos estruturados
- Valores acima do limite de R$ 250 mil
Na prática, o liquidante vende ativos e bens do bancos, e o dinheiro é pago aos credores conforme a ordem prevista em lei.
No entanto, a recuperação pode levar anos e não é garantida. Em muitos casos, o cliente recebe apenas parte do valor.
Dinheiro na conta
Já os valores em conta corrente, conta de pagamento, conta poupança, depósitos à vista, aplicações equivalentes cobertas seguem a mesma regra dos demais depósitos garantidos.
Porém, se os valores ultrapassarem R$ 250 mil, o excedente entra na fila de credores e o cliente dependerá do processo de liquidação, que pode ser longo.
O Banco Master continua funcionando?
Com a liquidação extrajudicial, o rival do Nubank não irá mais funcionar. Ou seja:
- Pix, cartões e transferências são suspensos
- Nenhum serviço bancário segue ativo
- Todo contato passa a ser realizado com o liquidante nomeado pelo Banco Central
O que aconteceu com o Banco Master?
A decisão do Banco Central veio um dia após a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição controlada por Daniel Vorcaro, e pouco mais de dois meses depois de o Banco Central ter rejeitado a aquisição pelo Banco de Brasília.
De acordo com informações do portal G1, a EFB Regimes Especiais de Empresas foi escolhida para conduzir a administração especial.
Desse modo, com a liquidação extrajudicial, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente suspensas.
No ofício assinado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a autoridade afirma que a liquidação do Banco Master ocorre “em razão do comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, com deterioração da situação de liquidez, bem como por infringência às normas que disciplinam a atividade bancária e inobservância das determinações do Banco Central do Brasil”.
Além disso, o Banco Master já vinha enfrentando risco de quebra por causa do alto custo de captação e da exposição a investimentos considerados arriscados.
A instituição emitia CDBs com remuneração até 40% superior à taxa básica do mercado e mantinha posições relevantes em precatórios e empresas em situação financeira delicada, o que ampliou o desequilíbrio.
Desse modo, nos últimos meses, diversas tentativas foram feitas para evitar a quebra.
