Falência e engolida pela Pernambucanas no Brasil: O fim de rede varejista tradicional e clientes sem chão

Rede famosa do varejo brasileiro teve fim e foi engolida posteriormente pela Lojas Pernambucanas, encerrando uma era do varejo moderno

26/11/2025 6h15

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Pernambucanas engoliu varejista após seu fim (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/TV Foco/Canva/GMN)

Rede famosa do varejo brasileiro teve fim e foi engolida posteriormente pela Lojas Pernambucanas, encerrando uma era do varejo moderno

E no fim da década de 90, o varejo brasileiro e sul-americano testemunhou o desmantelamento de uma das operações mais modernas de sua época, culminando no desaparecimento completo da marca Lojas Muricy.

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O movimento, orquestrado pela holding Arthur Lundgren Tecidos S.A., encerrou as atividades de uma bandeira que marcou gerações, deixando um rastro que misturou a falência de operações internacionais e a absorção total pela gigante Pernambucanas no mercado doméstico.

Sendo assim, com base em informações do portal Wiki, trazemos abaixo mais sobre esse colapso e como essa grande rede foi engolida pela varejista.

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Um marco na modernidade

A rede Lojas Muricy foi fundada em 27 de janeiro de 1976 com uma proposta ousada, que era criar a loja de departamentos mais moderna do Brasil.

A inauguração da primeira unidade em Curitiba, em 9 de abril daquele ano, materializou essa ambição.

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A empresa construiu um edifício de cinco andares especificamente para o varejo na Rua Dr. Muricy (origem do nome da rede), algo inédito para a época.

Com três andares de 1.500 m² e dois de 1.000 m², a loja introduziu inovações que hoje são padrão, mas que na época revolucionaram o consumo:

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  • Com a exibição tátil e demonstração de produtos, ela viabilizou que o cliente manuseasse a mercadoria e usufruísse de um bom sistema de crédito a prazo.

No auge dos anos 90, a Muricy operava unidades estratégicas em polos de alto consumo:

  • Curitiba;
  • São José dos Campos;
  • Ribeirão Preto;
  • Campinas.

Consolidando-se como uma marca de prestígio superior à sua “irmã” mais popular, a Pernambucanas.

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A falência derradeira

Enquanto a operação brasileira mantinha estabilidade, o braço internacional da companhia enfrentou uma falência derradeira.

A empresa iniciou operações no Chile em 12 de fevereiro de 1981, sob a razão social “Sociedade Comercial Muricy Limitada”, posteriormente alterada para “Sociedad Comercial de Tiendas Limitada”.

A Muricy posicionou-se nos pontos mais nobres do varejo chileno, ancorando o Shopping Parque Arauco (inaugurado em 1982) e posteriormente o Mall Plaza Vespucio (1990).

No entanto, a expansão insustentável e as flutuações econômicas levaram a um fim abrupto.

Conforme mencionamos no início desse texto, no final dos anos 90, a operação chilena declarou falência.

A empresa cessou formalmente suas atividades em 10 de janeiro de 1991.

Assim, o mercado viu:

  • A gigante local Almacenes París adquirir os pontos comerciais;
  • Apagando a presença da marca brasileira no país andino;
  • Deixando fornecedores e clientes locais sem a referência de consumo a que estavam habituados.

O que aconteceu com as Lojas Muricy no Brasil?

No Brasil, o fim das Lojas Muricy não ocorreu por insolvência financeira direta, mas por uma decisão estratégica de dissolução e unificação de marca que pegou o mercado de surpresa.

Em 1998, a Arthur Lundgren Tecidos S.A. determinou a reestruturação radical de seus ativos.

Assim, a holding decidiu extinguir a bandeira Muricy, considerada na época uma “joia” do grupo, para fortalecer a identidade das Casas Pernambucanas.

A Pernambucanas efetivamente “engoliu” a operação, uma vez que a controladora converteu os pontos de venda sofisticados da Muricy em lojas tradicionais da Pernambucanas.

O edifício icônico de Curitiba e as filiais do interior paulista perderam sua identidade visual exclusiva.

Ao procurar declarações dos envolvidos, elas não foram encontradas; no entanto, o espaço segue em aberto, se assim desejar.

Como ficaram os clientes das Lojas Muricy?

Mas essa decisão deixou clientes tradicionais “sem chão”. Afinal de contas, a Muricy detinha um público fiel que buscava um atendimento diferenciado e produtos de uma linha superior à encontrada nas lojas de varejo popular.

Com a migração forçada, os correntistas e detentores dos cartões de crédito Muricy viram seus contratos irem para a base da Pernambucanas.

Por fim, a dissolução da Muricy em 1998 encerrou um capítulo de 22 anos de história no Brasil, transformando uma das redes mais inovadoras do país em apenas mais um ativo dentro do vasto portfólio da família Lundgren.

Mas, para saber mais informações sobre outras falências, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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