A rede varejista encerrou o primeiro trimestre de 2023 com prejuízo

As Lojas Marisa encerra o primeiro trimestre do ano com um prejuízo de R$ 149 milhões de reais. Há mais problemas, como pedidos de falências feitos por fornecedores, fechamento de mais de 90 lojas e despejos por aluguéis atrasados.

No comunicado que foi feito pela varejista, ela não revelou qual o motivo do fechamento de suas unidades, entretanto, João Pinheiro Nogueira Batista, CEO da marca, já adiantou recentemente que o grupo fecharia diversos estabelecimentos ao longo dos próximos meses como parte do plano de reestruturação da empresa.

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Nos últimos tempos, a varejista já vinha enfrentando uma forte crise financeira, envolvendo a renegociação de algumas dívidas antigas, além dos juros e de uma queda drástica em suas vendas.

De acordo com a revista Valor, uma das ações corre na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital, do Tribunal de Justiça de São Paulo, desde o início do mês de maio. O processo foi requerido pela MGM Comércio de Acessórios de Modas pelo valor de R$ 363,5 milhões.

O grupo destaca que o dinheiro se refere às dívidas que estariam em aberto, mas não foram devidamente pagas. Uma negociação chegou a ser realizada, mas não foi para frente por causa do descumprimento da principal parte.

A segunda ação partiu da Oneflip Indústria e Comércio, uma das maiores fabricantes de calçados vendidos nas Lojas Marisa. O valor chega a R$ 345,7 milhões. Esse processo foi aberto no dia 09 de maio, pressionando ainda mais a situação da empresa.

A empresa pretende ainda reduzir as despesas operacionais em R$ 52 milhões. Essa redução drástica será dividida da seguinte forma: R$ 32 milhões virão de uma revisão de estrutura, R$ 10,5 milhões de revisão de atividades e R$ 9 milhões de cargos de gestão.

Lojas Marisa anuncia fechamento de lojas (Foto: Reprodução / Internet)

É POSSÍVEL REVERTER ESSA SITUAÇÃO?

A varejista tem capacidade de arcar com os custos anunciados. A avaliação é de Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital conforme relato no portal UOL Economia. Apesar do prejuízo, a empresa teve receita líquida positiva em 2022 em comparação com 2021 e faturou R$ 440,5 milhões.

O maior desafio da Marisa atualmente, segundo Richetti, é o comércio eletrônico. A empresa sempre teve como diferenciais a reputação de suas lojas físicas e a marca. Porém, com a pandemia de covid-19, a rede perdeu essas vantagens competitivas.

Por meio de comunicado oficial, a empresa disse que está em “rota de ajuste”. A Marisa disse que teve “números positivos na operação de varejo, notadamente na receita e margem bruta” e mostra “resiliência diante de cenário macroeconômico adverso“.

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