Falência e 700 funcionários na rua: Fim de fábrica nº1 desola donas de casa de SC após 67 anos

Fim de uma era: Falência de uma das fábricas mais emblemáticas na Indústria Têxtil catarinense desola donas de casa após 67 anos de atuação
Após 67 anos de atuação, uma das fábricas mais tradicionais do ramo têxtil de Blumenau (SC) teve sua falência decretada e encerrou definitivamente suas atividades em 2014, após 67 anos de existência.
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Trata-se da Sulfabril S.A., cuja decisão abalou e trouxe desolação à comunidade local, especialmente donas de casa e famílias que por décadas sustentaram seus lares com os empregos gerados pela companhia.
Sendo assim, a partir de informações coletadas do portal G1 e Wiki, trazemos abaixo mais detalhes sobre esse fim e seus impactos.
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Fundação e ascensão
- A Sulfabril nasceu em 23 de janeiro de 1947, fundada por Paulo Fritzche sob o nome Sociedade Sul Fabril Ltda.
- Em 1954, transformou-se em sociedade anônima de capital fechado.
- O crescimento foi meteórico: a empresa instalou unidades fabris em Gaspar, Ascurra e Rio do Sul nos anos 70 e 80.
- Chegou a empregar mais de 5 mil pessoas, tornando-se a segunda maior indústria têxtil da América Latina.
Durante esse auge, a Sulfabril lançou campanhas publicitárias com ícones da televisão como Sandra Bréa e Marcos Paulo, além de patrocinar o programa Os Trapalhões.

As marcas Sulfabril, Senha e Pura Onda tornaram-se conhecidas nacionalmente, consolidando a empresa como uma potência no setor.
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A queda:
Porém, nos anos 90, a abertura do mercado brasileiro à concorrência internacional fragilizou diversas empresas nacionais e a querida fábrica não ficou de fora da lista.
Na época, a Sulfabril acumulou dívidas expressivas, especialmente junto a instituições financeiras, e entrou em colapso financeiro.
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Em 1999, a Justiça decretou sua falência, no entanto, permitiu a manutenção das atividades sob regime de massa falida, com o objetivo de saldar os débitos.
Esses débitos eram, em sua maioria, trabalhistas, os quais somavam cerca de R$ 60 milhões.
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700 funcionários na rua:
Após 15 anos de tentativas frustradas de leilão e reorganização, em dezembro de 2014, a Justiça determinou o fechamento total da empresa.
A empresa colocou os últimos 700 funcionários “na rua” após o colapso e, desde o início do processo falimentar, ainda não haviam pago as verbas rescisórias a eles.
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A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Vivian Kreutzfeld, lamentou a perda:
“É uma perda para a economia da nossa cidade e uma perda para os trabalhadores.”
Ivan Custódio, que trabalhou como tintureiro por 24 anos, se emocionou ao comentar o fechamento:
“É como ver uma pessoa que a gente ama indo embora. A gente se despede não querendo acreditar que essa pessoa está partindo.”
Ao procurar declarações da empresa sobre as mesmas, não foram encontradas. No entanto, apesar do tempo, o espaço segue em aberto.
Leilão:
Em 2015, os principais ativos da Sulfabril — incluindo sua marca — foram arrematados em leilão judicial por aproximadamente R$ 40 milhões.
O montante arrecadado destinou-se ao pagamento parcial das dívidas trabalhistas, beneficiando cerca de 3 mil ex-funcionários.

O que ficou no lugar da Sulfabril?
De acordo com a NSC Total, o antigo complexo industrial da Sulfabril em Blumenau ganhou nova vida quando foi adquirido pela empresa Tex Cotton.

O grupo investiu na modernização da estrutura e instalou ali seu centro administrativo e operacional.
Além disso, uma praça foi construída no local, como forma de preservar parte da memória da indústria e abrir o espaço à comunidade.
Conclusão:
O fim da Sulfabril representou mais do que o encerramento de uma empresa: foi o fechamento de um capítulo importante da história industrial catarinense.
O impacto social e econômico foi profundo, mas a reocupação do espaço por outra companhia devolveu esperança à região.
A memória da Sulfabril, no entanto, permanece viva nas histórias de quem ali construiu não apenas uma carreira, mas também uma vida. Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.