Falência de rede popular de supermercados após 44 anos no Brasil deixa clientes sem referência

Crise leva à falência rede popular de supermercados após 44 anos no Brasil e clientes ficam desolados
Inicialmente, redes de supermercados exercem papel central na economia brasileira e no dia a dia da população.
Nesse cenário, elas garantem o acesso a alimentos, produtos básicos e itens essenciais para milhões de famílias.
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Além disso, o setor responde por uma parcela relevante da geração de empregos, conecta produtores ao consumidor final e movimenta uma fatia expressiva do PIB nacional.
Por esse motivo, quando uma grande rede entra em colapso, os impactos extrapolam o varejo.
Falência de supermercados afeta economia, empregos e consumo
Em primeiro lugar, o fechamento de uma rede amplia o desemprego e fragiliza economias locais.
Em seguida, a população enfrenta redução da concorrência, o que pode resultar em alta de preços.
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Ao mesmo tempo, fornecedores perdem canais de escoamento e trabalhadores ficam sem renda.
Dessa maneira, a falência de supermercados provoca efeitos diretos na estrutura social das cidades.
Casas da Banha marcou época no varejo brasileiro

Nesse contexto, um dos casos mais emblemáticos envolve a Casas da Banha, rede que fez história no país.
Fundada em 1955, a empresa construiu uma trajetória sólida e se tornou referência em preços e variedade.
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De acordo com informações do portal Wiki, a rede chegou a ocupar posição de destaque no varejo nacional, conquistando milhares de consumidores ao longo de décadas.
Parceria com Chacrinha impulsionou crescimento nos anos 70

Com o passar dos anos, o grande salto de popularidade veio na década de 1970.
Naquele período, a Casas da Banha patrocinou o apresentador Chacrinha, um dos maiores ícones da televisão brasileira.
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Durante os programas exibidos na antiga TV Tupi, o comunicador ficou conhecido por arremessar bacalhau para a plateia, em referência direta aos produtos da rede.
Assim, a marca se consolidou no imaginário popular e ampliou sua presença nacional.
Planos econômicos agravaram crise financeira da rede
No entanto, a estabilidade começou a ruir a partir dos anos 1980.
Na época, os planos econômicos federais, como o Cruzado I e II, impuseram congelamento de preços que afetou diretamente o caixa da empresa.
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Segundo relatos do advogado da companhia, divulgados pelo Diário do Comércio, mercadorias vendidas em promoção precisaram manter os mesmos valores por longos períodos.
Com isso, a margem de lucro desapareceu.
Posteriormente, o Plano Collor agravou ainda mais a situação ao impor confisco de recursos, comprometendo o capital de giro da rede.
Fechamento de lojas e demissões em massa marcaram o declínio
Diante desse cenário, a Casas da Banha iniciou o fechamento gradual de unidades ainda no início dos anos 1990.
Em 1991, a empresa chegou a ter cerca de 22 mil funcionários, número que despencou nos anos seguintes.
De acordo com a fonte, a rede reduziu o quadro para aproximadamente 9 mil empregados, acumulando dívidas trabalhistas milionárias.
Além disso, a companhia vendeu ou repassou 149 lojas para tentar amenizar a crise.
Mesmo assim, cerca de 75 unidades permaneceram fechadas, incluindo estabelecimentos tradicionais.
Falência foi decretada após 44 anos de atuação
Por fim, em 1999, a Justiça decretou a falência da Casas da Banha após 44 anos de atividade no Brasil.
A decisão partiu do juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas, conforme noticiado pelo Diário do Comércio.
Na ocasião, a prioridade foi o pagamento de dívidas trabalhistas, estimadas em cerca de US$ 5 milhões.
Mesmo assim, milhares de ex-funcionários recorreram à Justiça.
Ao longo dos anos seguintes, a empresa acumulou cerca de 9 mil processos trabalhistas, número que caiu gradualmente com acordos e indenizações.
Quais direitos o trabalhador tem em caso de falência da empresa?
Por último, quando ocorre a falência de uma empresa, o trabalhador mantém direitos semelhantes aos de uma demissão sem justa causa.
Entre eles estão salários atrasados, férias vencidas e proporcionais, 13º salário, FGTS, multa de 40% e seguro-desemprego.
Diante disso, a história da Casas da Banha permanece como um alerta sobre os efeitos de crises econômicas, políticas públicas mal planejadas e dificuldades de adaptação no varejo brasileiro.
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