Falência e dívida de R$ 100M com a ANATEL: O triste fim de operadora tão popular quanto a Vivo

Conheça o trágico fim de operadora tão grande quanto a Vivo, a qual faliu após calote de R$ 100 milhões à ANATEL e escândalo político.
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Operadora tão poplar quanto a vivo tem colapso confirmado após dívida com a ANATEL (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva/ANATEL/Vivo)

Operadora tão poplar quanto a vivo tem colapso confirmado após dívida com a ANATEL (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva/ANATEL/Vivo)

Conheça o trágico fim de operadora tão grande quanto a Vivo, a qual faliu após calote de R$ 100 milhões à ANATEL e escândalo político

E uma operadora que prometeu revolucionar o mercado de telecomunicações, posicionando-se como uma das maiores operadoras brasileiras, tão popular quanto a Vivo, teve sua falência declarada após contrair uma dívida de R$ 100 milhões na ANATEL e encerrar suas atividades em meio a graves escândalos.

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O mercado de telefonia testemunhou um de seus colapsos mais dramáticos quando a Unicel,que operava sob a chamativa marca Aeiou, desapareceu do mapa.

A empresa, que ambicionava mudar o jogo da telefonia móvel no Brasil, deixou um rastro de dívidas, consumidores abandonados e denúncias de favorecimento político.

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Além disso, o seu colapso confirmou uma sequência de erros estratégicos, irregularidades e promessas que a empresa não cumpriu, levando-a à ruína.

Sendo assim, com base em informações do portal Wiki e G1, trazemos abaixo todo o desenrolar dessa quebra e suas consequências.

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Uma promessa

A Unicel lançou a marca Aeiou ainda em 2008 com um discurso ousado e uma promessa de ser um grande marco da telecomunicação. Isso porque a empresa queria democratizar o acesso à telefonia móvel, assumindo o papel de “Gol das telecomunicações” no setor.

Os executivos da Unicel estruturaram a operação focando na inovação.

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Eles propuseram um serviço totalmente digital, priorizando o sistema pré-pago e simplificando a gestão de contas pela internet, uma estratégia moderna que, na época, foi vista como algo extremamente inovador.

Atuando exclusivamente na Grande São Paulo, a Aeiou tentou seduzir o consumidor oferecendo chips gratuitos, recargas mínimas de R$ 20 e tarifas agressivamente mais baixas que as das operadoras tradicionais.

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A tabela de preços da operadora fixava tarifas de apenas R$ 0,14 por minuto em ligações entre clientes da mesma rede e R$ 0,63 para chamadas externas.

Além disso, a plataforma digital permitia que os usuários acompanhassem o consumo em tempo real, acessassem suporte e administrassem seus próprios créditos.

Apesar de hoje ser algo comum, essa estrutura representava um salto tecnológico no ano de 2008.

Sonho x realidade

Mas, apesar do modelo de negócios inovador, a Aeiou não conseguiu sustentar a promessa no mercado.

A empresa traçou uma meta ambiciosa, prevendo alcançar 500 mil usuários no primeiro ano e 2 milhões até 2010.

A realidade, porém, foi cruel e derradeira. No final de setembro de 2008, a operadora contava com apenas 3.649 clientes ativos.

Fora isso, a baixa penetração da banda larga no Brasil e a ausência de canais de vendas físicos dificultaram o crescimento que a empresa tanto almejava.

Os executivos ainda cogitaram reverter o quadro distribuindo chips em casas lotéricas, mirando usuários sem conta bancária, mas essa tentativa também fracassou.

Um escândalo nacional

Para piorar, a crise tomou caminhos ainda mais tensos quando a Unicel interrompeu a prestação de contas à ANATEL a partir de maio de 2010. Naquele momento, apenas 14.565 usuários permaneciam vinculados à Aeiou.

A empresa acumulou dívidas que ultrapassaram os R$ 100 milhões com a agência reguladora, e o governo federal inscreveu a Unicel no Cadin, o cadastro de inadimplentes da União.

Além da desorganização financeira, denúncias de favorecimento político mancharam a imagem da operadora.

De acordo com o portal Wireless Brasil, o empresário José Roberto Melo da Silva, controlador da Unicel, teria se beneficiado da influência da então ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, cuja família prestava consultoria à operadora.

Todo esse escândalo político-empresarial enfraqueceu ainda mais a posição da Unicel.

Quando a Unicel teve o seu fim definitivo?

O colapso se confirmou em agosto de 2011, quando o Diário Oficial da União reconheceu a operadora como “em local incerto e não sabido”, impossibilitando qualquer notificação judicial.

A ANATEL, por sua vez, ordenou a devolução imediata de 48 dos 50 prefixos de telefonia que haviam sido concedidos à empresa.

A Unicel desativou o atendimento ao público e, sem suporte técnico ou ressarcimento, abandonou seus clientes, que migraram para outras operadoras por meio da portabilidade. Nenhum responsável fez pronunciamento formal até hoje, no entanto, o espaço segue em aberto se assim desejar.

Por fim, a falência da Aeiou, consolidada em 2011, resultou da soma entre ambição desmedida, gestão ineficiente, problemas estruturais e envolvimento em escândalos.

Ou seja, o que era para ser uma revolução digital se tornou um símbolo de imprudência, provando que a inovação sem uma execução sólida não resiste ao peso da realidade.

Mas, para saber mais informações sobre outras empresas e operadoras que findaram, clique aqui*

Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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