Falência, dívidas com o Banco do Brasil e prisão do dono: O fim escandaloso de fábrica nº1 do Brasil

Fábrica nº 1 do Brasil enfrentou uma queda vertiginosa após dívidas astronômicas com o Banco do Brasil e a prisão escandalosa de seu dono
Uma das maiores fábricas brasileiras, considerada nº1 em seu segmento, acabou tendo um desfecho escandaloso em meio à falência, dívidas com o Banco do Brasil e até mesmo prisão do dono.
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Trata-se da Encol, a qual iniciou como uma forte fábrica de tacos de madeira e outros produtos voltados a construção.
Posteriormente atuou assiduamente na construção de edifícios. Fundada ainda em 1961 pelo engenheiro Pedro Paulo de Souza, na cidade de Goiânia, a Encol foi, por décadas, símbolo de sucesso no setor.
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No entanto, conforme dito acima, sua trajetória gloriosa foi interrompida por uma série de escândalos financeiros, má gestão e intervenções controversas do Banco do Brasil, culminando em sua falência em 1999.
Mais de duas décadas depois, milhares de ex-funcionários e compradores de imóveis aguardavam por suas indenizações, enquanto a massa falida da empresa acumulava recursos que não chegavam aos prejudicados.
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A partir de informações obtidas através do portal Wiki e de uma reportagem de meados de 2023, da Record, a equipe especializada em economia do TV Foco traz o parâmetro completo do ocorrido.

Um pilar da construção civil:
A Encol apostou no crescimento do setor da construção civil durante um período de expansão econômica no Brasil:
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- Com sede em Goiânia, a empresa se destacou por sua capacidade de executar grandes projetos, incluindo obras públicas e privadas, e chegou a ser reconhecida como a maior construtora do país.
- Durante décadas, a Encol foi sinônimo de solidez e competência, acumulando contratos milionários e construindo uma reputação de confiança no mercado.
A queda:
Porém, a crise da Encol começou a se desenhar em meados dos anos 90, quando problemas administrativos e financeiros começaram a surgir.
A gestão da empresa foi acusada de temerária, e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apontou irregularidades na administração.
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No ano de 1994, o Ministério Público investigou indícios de sonegação de impostos e emissão de notas fiscais falsas, mas não encontrou provas concretas.
Apesar disso, todas essas acusações abalaram a confiança na empresa e afetaram sua capacidade de captar recursos.
Nesse ínterim, o Banco do Brasil, um dos principais credores da Encol, interveio na administração da empresa, indicando um de seus executivos para acompanhar as operações diárias.
Essa intervenção, no entanto, agravou ainda mais os problemas financeiros da empresa, segundo muitos analistas, comprometendo o pagamento de fornecedores e até mesmo dos funcionários.
Crise e falência
Em janeiro de 1997, um consórcio de 38 bancos tentou renegociar as dívidas da Encol, mas não obteve sucesso.
A situação financeira da empresa se deteriorou rapidamente e, no final daquele ano, a Encol entrou com um pedido de concordata.
A medida, no entanto, não foi suficiente para salvar a empresa. Em 1999, após anos de crise e inadimplência, a Encol declarou falência, deixando um legado de obras inacabadas e milhares de funcionários sem emprego.
Pedro Paulo de Souza, o fundador da empresa, acusou o Banco do Brasil de conspirar para forçar a falência da Encol.
Na época, ele alegou que a intervenção do banco foi deliberadamente prejudicial e que a empresa foi vítima de um complô.
No entanto, a Justiça nunca comprovou essas acusações.

Caso de prisão:
Além disso, o fundador da Encol também enfrentou problemas pessoais decorrentes da crise da empresa.
- Nos anos 2000, a Justiça condenou Souza a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto e a 266 dias de multa por crimes contra o sistema financeiro.
- A pena prescreveu em 2006, quando Souza completou 70 anos, mas o caso só foi concluído em 2010.
- Naquele ano, ele chegou a ser preso em abril, mas obteve um habeas corpus um dia depois.
Trabalhadores lutando pelas indenizações
Após 23 anos da falência, o caso da Encol ainda não se resolveu completamente. De acordo com uma reportagem da Record, exibida ainda em 2023, mais de 1.500 ex-funcionários e 42 mil compradores de imóveis continuaram aguardando indenizações.
Muitos dos prejudicados já faleceram sem receber o que lhes era devido. A massa falida da empresa possui cerca de R$185 milhões em caixa, mas, nos últimos anos, os advogados envolvidos no caso embolsaram cerca de R$140 milhões em honorários.

Manifestantes, incluindo ex-funcionários e compradores, protestam pela priorização dos pagamentos às pessoas físicas.
Como o caso do carpinteiro Raimundo, que ainda esperava receber pouco mais de R$ 1.500 – um valor que faria grande diferença em sua vida.
Márcia, filha de um ex-funcionário, emociona-se ao relatar que o dinheiro que o pai deixou de receber afetou toda a família: “Quem vai nos ajudar agora?”
A Encol também deixou um rastro de esqueletos de prédios inacabados e mais de 20 mil desempregados.
Douglas, um dos compradores, planejava morar em um apartamento de 200 metros quadrados, mas acabou amargando um prejuízo de R$ 400 mil (em valores atuais).
Ele tentou provar em tribunal que foi vítima de um crime, mas a acusação arquivou o caso, entendendo que a empresa não agiu de má-fé na época da compra.
Manifestações:
Após uma pesquisa detalhada, não foram encontradas manifestações oficiais dos responsáveis pela Encol sobre a falência da empresa ou sobre as dívidas deixadas para funcionários e compradores.
No entanto, o espaço permanece em aberto caso ela ainda queira expor a sua versão dos fatos.
O que podemos aprender com o caso da Encol?
Podemos dizer que o caso da Encol levou a mudanças na legislação brasileira. Atualmente, uma construtora não pode utilizar os recursos de um empreendimento para bancar o próximo, e os compradores devem fiscalizar se o patrimônio de afetação está registrado na conservatória de imóveis.
No entanto, para os milhares de prejudicados pela falência da Encol, essas mudanças chegaram tarde demais.
A história da Encol, que começou com promessas de crescimento e desenvolvimento, terminou em escândalos, dívidas e falência.
A empresa que já foi a maior construtora do Brasil hoje é lembrada como um caso emblemático de ascensão e queda no mundo dos negócios, enquanto milhares de pessoas ainda esperam por justiça.
A Encol já pagou quanto da sua dívida?
De acordo com o G1, desde que houve a decretação da falência, já foram pagos aproximadamente R$ 440 milhões, contando com a parcela atual.
Conforme a última atualização do caso exposta pelo portal, ainda restam 1.972 ex-funcionários para receber outros valores além dos R$ 25 mil já determinados.
Conclusão:
A Encol, outrora a maior construtora do Brasil, fundada em 1961, faliu em 1999 após escândalos financeiros e intervenção do Banco do Brasil, um dos seus maiores credores da época.
Após 23 anos, mais de 1.500 ex-funcionários e 42 mil compradores ainda aguardam indenizações, enquanto a massa falida acumula R$180 milhões em caixa, sendo R$ 140 milhões pagos a advogados.
O caso deixou um legado de obras inacabadas, desempregados e mudanças na legislação, mas muitos prejudicados ainda esperam justiça.
Mas, para saber mais sobre outros casos de falência, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.