Sinal cortado e falência: Fim devastador de 3 emissoras de TV tão grandes quanto a Globo

Três grandes emissoras de TV enfrentaram o colapso após anos de sucesso; Entenda os motivos por trás do adeus dessas redes históricas.

21/07/2025 5h30

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Emissoras de TV tiveram um fim devastador após anos de sucesso (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva/Freepik)

Três grandes emissoras de TV enfrentaram o colapso após anos de sucesso; Entenda os motivos por trás do adeus dessas redes históricas e como isso impactou a televisão nacional

No cenário da televisão brasileira, poucas coisas causam tanto espanto quanto o fim de uma emissora. Inclusive, esse tipo de situação não é algo isolado, uma vez que, em um setor movido por audiência, publicidade e reputação, grandes canais já passaram do auge à ruína em um intervalo surpreendentemente curto.

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Falando nisso, três dessas grandes emissoras, as quais eram tão grandes quanto uma rede Globo, sofreram um fim devastador após passarem por fases gloriosas na história da TV.

Estamos falando da TV Tupi, Manchete e MTV Brasil que, após decisões administrativas, conjunturas políticas e mudanças no mercado, presenciaram a queda dos seus impérios da comunicação.

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Sendo assim, com base em informações do CNN Brasil e Wiki, listamos abaixo os detalhes de cada uma dessas quedas e a tristeza causada em milhares de telespectadores:

TV Tupi:

A TV Tupi entrou para a história como a primeira emissora de televisão do Brasil e da América Latina. Inaugurada em 18 de setembro de 1950, em São Paulo, ela fez parte dos Diários Associados, conglomerado liderado por Assis Chateaubriand, um dos principais nomes da imprensa brasileira do século 20.

A estreia foi marcada por uma solenidade com a presença de autoridades, inclusive o então presidente Eurico Gaspar Dutra.

Inclusive, nos anos seguintes, a emissora lançou programas de auditório, novelas e coberturas jornalísticas que moldaram a identidade da TV nacional.

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Durante os anos 50 e 60, a Tupi foi sinônimo de inovação. Lançou a primeira telenovela diária da TV brasileira, Sua Vida Me Pertence, e revelou nomes como Lima Duarte, Hebe Camargo e Lolita Rodrigues.

No entanto, a morte de Chateaubriand, em 1968, deu início a um processo de desorganização interna. A sucessão foi mal conduzida. Faltou um comando forte e competente que conseguisse administrar um grupo que incluía jornais, rádios, revistas e estações de TV.

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A crise financeira ganhou corpo nos anos 1970, com atrasos salariais, greves e estrutura técnica defasada.

Em 1978, a emissora perdeu a liderança no Ibope para a Globo e passou a acumular dívidas com o governo e fornecedores.

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Por fim, o golpe final veio em julho de 1980, quando o Ministério das Comunicações cassou suas concessões.

Funcionários protestaram em frente às sedes da emissora, fazendo com que a emissora desse adeus em meio à falência.

Assim, um canal pioneiro foi encerrado sem conseguir modernizar sua gestão e acompanhar a profissionalização do setor.

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TV Manchete:

Lançada em 1983, a Manchete foi uma tentativa de criar uma televisão de padrão internacional. Fundada pelo empresário Adolpho Bloch, dono da Bloch Editores (que publicava revistas como Manchete, Amiga e Fatos & Fotos), a nova rede apostou em uma programação refinada, com forte investimento em dramaturgia, jornalismo e conteúdo cultural.

A emissora ficou famosa por sua estética sofisticada e por investir em grandes produções, como Pantanal (1990), que revolucionou a teledramaturgia ao gravar cenas externas em locações naturais.

Também se destacou em minisséries, desfiles de carnaval, programas infantis e shows de auditório. Foi berço de nomes como Angélica, Xuxa, Marília Gabriela e Clodovil Hernandes.

Porém, o alto custo das produções, somado à gestão deficiente e à dependência de publicidade pública, levou a emissora ao declínio. No final dos anos 1990, a situação era crítica: salários atrasados, estúdios sucateados e queda drástica na audiência.

Em 1999, Bloch morreu, e os herdeiros venderam a concessão para um grupo que criaria a RedeTV!.

A transição foi marcada por disputas judiciais e denúncias trabalhistas, e a Manchete saiu do ar em meio ao caos.

A emissora deixou um legado visual e artístico, mas afundou sem sustentabilidade financeira.

MTV Brasil:

Por fim, voltada ao público jovem, a MTV Brasil surgiu em outubro de 1990 como a primeira filial da MTV fora dos Estados Unidos.

Operada pelo Grupo Abril, a emissora rapidamente se tornou um fenômeno cultural.

Trouxe ao Brasil o videoclipe como linguagem televisiva e lançou apresentadores carismáticos, como:

  • Astrid Fontenelle;
  • Maria Paula;
  • Zeca Camargo;
  • Marcos Mion;
  • Marcelo Adnet;
  • Tatá Werneck.

Além disso, ao longo dos anos 1990 e 2000, a MTV formou uma identidade irreverente, alternativa e próxima dos adolescentes.

Ela oferecia desde programas de humor como Hermes e Renato até o Disk MTV, como premiações musicais, debates sociais e reality shows como Beija Sapo e MTV na Rua, o canal construiu uma audiência fiel e uma marca poderosa.

No entanto, a entrada da internet e do YouTube como plataformas de consumo musical, somadas à chegada de canais pagos e plataformas de streaming, minaram sua relevância.

Além disso, a MTV sofria com cortes orçamentários e mudanças constantes de direção. Em 30 de setembro de 2013, a emissora encerrou oficialmente suas transmissões como canal aberto.

A marca foi comprada pela Viacom, que passou a exibir a MTV em versão fechada.

Por fim, vários ex-VJs migraram para a Globo ou canais pagos, entre eles Tatá Werneck, Adnet e Dani Calabresa.Conforme podem ver por aqui*

O que leva uma emissora de TV à falência?

Geralmente, as emissoras acabam por três fatores interligados:

  • Má gestão administrativa;
  • Dificuldade de adaptação ao mercado;
  • Perda de receita publicitária.

No caso da Tupi e da Manchete, o excesso de centralização e a ausência de sucessão clara minaram a governança.

Quando esses fatores convergem, nem mesmo o prestígio histórico ou o apelo cultural são suficientes para impedir seu adeus.

Mas, se você quer saber mais sobre histórias e falências envolvendo emissoras, clique aqui*

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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