Falência decretada: Fábrica afunda e faz donas de casa chorarem em Florianópolis, SC, após 121 anos

Falência histórica: Fábrica nº 1 encerrou de vez após 121 anos, deixando milhares de donas de casa desoladas
E uma tradicional fábrica centenária, vista como nº1 na região de Florianópolis, SC, acabou tendo um desfecho triste ao sucumbir à falência, deixando milhares de donas de casa chorando.
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Trata-se da Tecidos Carlos Renaux, cuja falência foi decretada no dia 15 de julho de 2013, após 121 anos de atividades ininterruptas.
Além disso, a empresa era símbolo da história econômica catarinense que infelizmente não resistiu após as dificuldades financeiras que se arrastavam há anos.
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Neste contexto, a partir de informações coletadas através do portal Wiki e TMA, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo todo o parâmetro desse colapso.

O começo de uma revolução têxtil
A história da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux começou em 11 de março de 1892, em Brusque, região até então parte da Grande Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis):
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- O comerciante Carlos Renaux, ao lado dos empresários Augusto Klappoth e Paul Hoepcke, fundou a empresa com apenas oito teares manuais instalados em um depósito de mercadorias.
- Inclusive, o que determinou o seu sucesso inicial foi a chegada de tecelões experientes vindos da cidade de Lodz, na Polônia.
Isso porque, em busca de melhores condições de vida no Brasil, alguns tecelões alemães aceitaram o trabalho assalariado na indústria nascente.
Entre esses pioneiros estavam nomes como:
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- Karl Gottlieb Petermann;
- Gottlieb Tietzmann;
- Franz Kreibich;
- Wilhelm Jakowsky.
Com eles, veio o conhecimento técnico que permitiria a Carlos Renaux se tornar um pilar do setor têxtil catarinense.

Expansão e consolidação:
Em 1918, a empresa se transformou em sociedade anônima, agora denominada Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A.
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O comando passou para Otto Renaux, filho de Carlos Renaux, cuja gestão impulsionou a expansão:
- Em 1935, a empresa já operava com 294 teares;
- Além disso, empregava 649 trabalhadores.
Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto a Europa enfrentava ruínas, a indústria têxtil brasileira florescia — e a Renaux se beneficiava diretamente do contexto.
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Nos anos seguintes, a empresa manteve a liderança ao investir em inovação, sendo a primeira da região a girar fio penteado e adotar tecnologias de resinas sintéticas nos anos 60.
Inclusive, a abertura de capital, que levou suas ações à Bolsa de Valores de São Paulo, representou o auge de sua expansão e prestígio no cenário econômico nacional.
O declínio:
Apesar do passado glorioso, sinais de declínio começaram a aparecer no final da década de 1990 com fatores que corroeram a saúde financeira da Renaux, como:
- Abertura do mercado brasileiro;
- Concorrência estrangeira;
- Dificuldade de modernização;
- Problemas administrativos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Fiação e Tecelagem de Brusque (Sintrafite), a Carlos Renaux já havia dispensado 115 trabalhadores no final de 2011, em uma medida de redução do quadro, mantendo apenas cerca de 200 funcionários na produção.
O advogado responsável pelo processo de recuperação judicial da fábrica, Gilson Sgrott, informou que não havia mais condições financeiras de manter a empresa em funcionamento:
“A partir de segunda-feira, 8, a fábrica encerra as atividades. Isso será informado em juízo, e a justiça determinará o afastamento dos administradores. Eu, como administrador judicial, assumirei a gestão da empresa” – Disse ele na época.
Quando a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux faliu de vez?
Fatalmente, em 15 de julho de 2013, após anos de recuperação judicial e tentativas frustradas de reestruturação, a Justiça decretou oficialmente a falência da empresa, proferida pela juíza Ana Vera Sganzerla Truccolo da Vara Comercial de Brusque.
O impacto foi imediato: centenas de trabalhadores perderam seus empregos, enquanto a comunidade local lamentava a derrocada de uma verdadeira instituição.
De acordo com o portal Brusque Memória, em 2017, seus bens foram adquiridos pelas Lojas Havan, de Brusque.
Conclusão:
O fim da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux simbolizou mais do que uma crise econômica: representou a perda de um capítulo essencial da história catarinense.
A memória dos tecelões de Lodz e o legado de 121 anos, no entanto, seguem vivos na identidade de Brusque. Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.