Dívida de R$204M e pedido de falência: Fast food, nº1 como o McDonald’s padece em país após colapso

Rede de fast-food, popular e nº1 como o McDonald’s, não resiste e pede pela falência após pressão de dívidas, reformas e queda nas vendas
A Consolidated Burger Holdings, uma das maiores franqueadas regionais do Burger King, tão popular e nº1 quanto um McDonald’s, padece e colapsa nos Estados Unidos.
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Inclusive, a rede entrou com pedido de falência no dia 14 de abril, após acumular perdas severas e enfrentar um impasse com a própria franqueadora.

Com uma dívida estimada em R$ 204 milhões (US$ 36,6 milhões) e apenas US$ 179 mil em caixa, a empresa recorreu à recuperação judicial sob o Capítulo 11 da lei de falências americana.
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Sediada em Destin, na Flórida, a CBH operava 57 restaurantes do Burger King em duas regiões estratégicas: o sul da Geórgia e diversas localidades da Flórida, incluindo unidades dentro de lojas Walmart.
A decisão pelo pedido de falência encerra anos de tentativas frustradas de reverter um desempenho financeiro negativo.
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A partir de informações coletadas por meio do portal Capitalist e Bondoro, a equipe especializada em economia do TV Foco traz mais detalhes desse colapso.
Aquisição ousada, retorno problemático
A CBH foi criada em junho de 2018 com o objetivo de adquirir e revitalizar 66 unidades do Burger King que enfrentavam dificuldades operacionais.
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A compra, avaliada em US$ 45,5 milhões, teve apoio direto da controladora da marca, a Restaurant Brands International.
O plano previa reformas pontuais e a revitalização completa de 14 unidades até 2020.
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Porém, logo nos primeiros meses, a nova gestora precisou arcar com reparos imprevistos que somaram mais de US$ 4 milhões.
Ainda assim, seguiu investindo. Ao todo, injetou US$ 30 milhões em:
- Reformas;
- Novas lojas;
- Modernizações ao longo de cinco anos.
Melhorias nas lojas e rombo nas contas
Embora as lojas tenham passado por melhorias físicas e operacionais, o caixa da empresa seguiu no vermelho.
A CBH enfrentou alta nos custos de alimentos, energia e mão de obra, além de uma estrutura de capital extremamente alavancada desde o início da operação.
Entre 2021 e 2024, a empresa registrou prejuízos anuais crescentes.
Em 2023, a perda foi de US$ 6,3 milhões, e em 2024, saltou para US$ 12,5 milhões — mesmo com uma receita de US$ 67 milhões, quase US$ 10 milhões abaixo da registrada no ano anterior.
Situação delicada com o BK
A relação entre CBH e Burger King Corporation (BKC) começou a ficar delicada ainda em 2023.
A franqueadora notificou a empresa por atrasos nas reformas exigidas por contrato e ameaçou não renovar cinco franquias.
Em contrapartida, a CBH reagiu com um processo judicial, alegando violação contratual. A BKC, por sua vez, contra-atacou nos tribunais.

Um acordo confidencial foi firmado em setembro de 2024, mas a crise financeira persistiu.
Em fevereiro de 2025, novas notificações de inadimplência foram emitidas. A franqueadora concedeu uma trégua até 14 de abril, data em que a CBH oficializou o pedido de falência.
Venda frustrada e um pedido de falência inadiável:
Na tentativa de evitar o colapso, a CBH colocou suas operações à venda ainda em julho de 2024.
A banca Peak Franchise Capital recebeu mais de 230 manifestações de interesse, mas nenhuma proposta vinculante foi feita após sete meses de negociações.
Com o caixa praticamente esgotado, a empresa optou por pedir a falência e vender seus ativos operacionais sob supervisão da corte.
Um financiamento emergencial de US$ 1,6 milhão foi obtido junto à Auxilior Capital Partners, credor sênior, a fim de garantir a continuidade das atividades durante o processo.
Impacto e cenário:
Em suma, a CBH emprega 773 funcionários e opera 57 unidades:
- 53 tradicionais;
- 4 dentro de lojas Walmart — espalhadas entre o sul da Geórgia e a Flórida.
Os contratos de franquia seguem válidos, mas estão sob vigilância do tribunal.
Essa não é a primeira grande franqueada do Burger King a pedir proteção judicial.
Inclusive, ainda em 2023, outras duas operadoras — Premier Kings e TOMS King — também recorreram ao Capítulo 11.
A situação da franqueada CBH afetou o BK no Brasil?
A Burger King Corporation, por sua vez, tenta reagir com um plano de modernização que prevê a reforma de até 90% das unidades nos EUA até 2028, com:
- Foco em digitalização;
- Visual renovado;
- Ganhos de eficiência.
Mas, apesar do impacto nos EUA, o modelo de franquias do Burger King no Brasil permanece estável.
Conclusão:
A Consolidated Burger Holdings, maior franqueada regional do Burger King nos EUA, entrou em recuperação judicial com dívida de R$ 204 milhões.
Operando 57 lojas, tentou vender os ativos por sete meses, mas não encontrou compradores. A franqueadora e a justiça agora acompanham a venda forçada dos ativos para evitar liquidação completa.
O caso acende o alerta sobre os riscos de operar grandes franquias sem estrutura de capital robusta, mesmo quando se representa uma marca global.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.
