Grande fábrica histórica de chocolates, tão icônica quanto a Chocolates Pan, tem fim devastador e desola o país

A indústria do chocolate é um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, movimentando bilhões de reais anualmente e gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Desde a produção do cacau até a comercialização dos produtos finais, essa cadeia produtiva impulsiona economias regionais, promove inovação e contribui para o fortalecimento do mercado interno e das exportações.

Marcas contemporâneas como Kopenhagen, Cacau Show e Lacta não apenas mantêm viva a tradição do chocolate no Brasil, mas também a ampliam..

Porém, é importante lembrar que a história desse setor remonta a empresas pioneiras, cujas quais também deixaram sua marca na vida de milhares de brasileiros.

Pensando nisso, a partir de informações divulgadas pela São Paulo Antiga, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz hoje a história de uma dessas marcas, cuja qual foi tão marcante, histórica e popular quanto a também findada Chocolates Pan.

Trata-se da Chocolates Sönksen, que desempenhou um papel essencial na consolidação desse mercado.

Chocolates Sönksen – Uma marca histórica

Fundada em 1887, ainda sob o regime monárquico, a Sönksen começou como La Bonbonniere, uma pequena loja de doces na Rua Líbero Badaró, São Paulo.

Liderada inicialmente por Alfredo Richter e, após sua morte, por Alwine Sophia Sönksen, a empresa se destacou pela inovação e pela qualidade de seus produtos.

A fábrica foi transferida para a Rua Vergueiro, onde cresceu exponencialmente, sendo uma das primeiras grandes produtoras de chocolates do Brasil.

Principais marcos da Chocolates Sönksen:

• Em 1924, a razão social mudou para Sönksen Irmãos & Cia., marcando a participação ativa de mulheres na gestão empresarial, algo raro na época.

• Tornou-se uma sociedade anônima em 1948, reforçando sua modernidade e solidez empresarial.

• A empresa produziu chocolates icônicos como bombons finos, drágeas e línguas de gato, marcando gerações com sua qualidade e embalagens refinadas.

Além disso, seu modelo de lojas próprias, similar ao de marcas atuais, era inovador para a época.

Crise:

Na década de 70, problemas financeiros e estratégicos levaram a Sönksen a um período de dificuldades.

Um investimento mal-sucedido em tecnologia e a falta de uma rede de vendas eficiente contribuíram para o colapso:

• Em 1977, no auge da crise, já não havia um Sönksen no comando.

• Influenciado por um dos diretores da empresa que era seu amigo, o dono de uma das maiores concorrentes da Sönksen;

• A Casa Falchi, decidiu assumir o passivo da concorrente, cujos bens estavam prestes a ir a leilão.

Mas, os problemas que todos pensavam que poderiam estar acabando, na verdade continuariam.

À frente da Falchi, ele não conseguia tocar a empresa como se propunha salvar e optou então por nomear se filho, chamado José Clibas de Oliveira e Silva Filho para assumir a presidência da Sönksen.

Como não era do ramo de chocolates, inicialmente Clibas Filho veio como uma espécie de interventor, seguindo sugestões de seu pai. Aos poucos, foi tomando conta do negócio.

Uma curiosidade: os donos da Doceria Ofner chegaram ser acionistas e membros da diretoria da Sönksen até pouco antes de Clibas Filho assumir.

Quando a Sönksen entrou em falência?

A vasta linha de produtos da Sönksen foi reduzida. Mesmo assim, permanecia com cerca de 150 produtos e detendo cerca de 30% do mercado brasileiro de chocolates.

No entanto, nem isso foi suficiente para salvar a empresa. Juntas, Falchi & Sönksen, caminharam de mãos dadas para o fim.

Foi aí que, em setembro de 1983, a empresa decretou falência definitiva, tendo um fim decadente após uma longa trajetória como pioneira do chocolate em São Paulo.

Contudo, não conseguiu adaptar-se às mudanças do mercado. Felizmente, marcas sucessoras como as mencionadas no inicio do texto, tiveram um destino diferente e exploraram estratégias modernas, como a expansão de franquias e marketing digital.

Devido ao longo período de tempo, entre o ocorrido e os dias atuais, ao procurar manifestações sobre o ocorrido, as mesmas não foram encontradas.

Mas, caso queira saber também sobre o que aconteceu com a Chocolates Pan, uma fábrica tão popular quanto o nome que abordamos hoje, clique aqui*.

Considerações finais:

Em suma, a Chocolates Sönksen, fundada em 1887, foi pioneira na indústria do chocolate brasileira.
Inovou com produtos de qualidade e embalagens refinadas, marcando gerações.

Porém, infelizmente, os problemas financeiros e estratégicos levaram à falência em 1983. Mas, seu legado influenciou o desenvolvimento do mercado de chocolates no Brasil.

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