Falência, intervenção do Banco Central e venda ao Bradesco: O fim de banco tradicional no RJ após 48 anos

Conheça a história de uma das principais instituições fundadas no Rio de Janeiro, mas que acabou tendo sua falência decretada.

20/10/2025 9h45

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Banco tradicional do RJ teve falência decretada após intervenção do BC e venda de cartela de clientes ao Bradesco (Foto Reprodução/Montagem/Canva/Bradesco/Lennita/TV Foco)

Conheça a história de uma das principais instituições fundadas no Rio de Janeiro, a qual marcou o crédito imobiliário no Brasil, mas que acabou tendo sua falência decretada

É fato inquestionável que os bancos são pilares fundamentais de qualquer economia moderna. Atuam como intermediários entre poupadores e tomadores de crédito, sustentam o fluxo de capital que financia empresas, viabilizam o consumo das famílias e garantem a liquidez do sistema financeiro.

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Ou seja, sem essas instituições bancárias sólidas, a engrenagem da economia trava, investimentos diminuem, o crédito encarece e o risco de colapso se amplia.

Entretanto, apesar dessa relevância, nem todas as instituições conseguem se manter diante das transformações econômicas e regulatórias.

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Má gestão, fraudes internas e crises de liquidez já derrubaram bancos tradicionais no Brasil.

Esse é o caso do Banco Morada, um dos mais tradicionais do estado do Rio de Janeiro, o qual teve uma ascensão sólida, mas acabou sofrendo um fim histórico, o qual acabou expondo fragilidades relevantes do sistema.

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Sendo assim, com base no portal Wiki, trazemos abaixo todo o desenrolar dessa falência, incluindo intervenção do Banco Central e até mesmo a venda da sua carteira de clientes ao Bradesco.

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O começo de tudo

O Banco Morada teve origem em 1967, a partir da criação da Associação de Poupança e Empréstimo Morada, voltada ao financiamento habitacional.

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Sua sede se localizava no bairro do Méier, Rio de Janeiro, e a instituição nasceu no auge da expansão do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que buscava estimular o crédito imobiliário e o acesso à casa própria.

Em seus melhores anos, financiou mais de 25 mil imóveis, consolidando-se como uma referência no setor.

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Expansão e diversificação:

Durante as décadas de 90 e 2000, o banco ampliou suas operações. Passou a atuar em segmentos como:

  • Crédito ao consumo;
  • Financiamento de automóveis;
  • Administração de cartões;
  • Empréstimos a empresas.

Com esse reposicionamento, deixou de ser uma instituição restrita ao mercado imobiliário e se tornou um banco de crédito de médio porte, com atuação relevante no Rio de Janeiro.

Em 2005, sua importância chamou a atenção do Bradesco, que adquiriu sua carteira de clientes, uma operação estratégica para ampliar a presença no mercado de crédito pessoal e reforçar a atuação no estado fluminense.

A ruína

A trajetória do Banco Morada começou a ruir poucos anos depois. Em abril de 2011, o Banco Central decretou intervenção na instituição devido a graves problemas financeiros e administrativos.
Os motivos incluíam:

  • Comprometimento patrimonial severo;
  • Descumprimento de normas regulatórias;
  • Falta de um plano viável de recuperação financeira.

Naquele momento, o Banco Morada representava 0,01% dos ativos e 0,03% dos depósitos do sistema financeiro nacional.

Apesar de sua dimensão modesta, o caso expôs deficiências graves na gestão de risco e na governança corporativa.

Ainda em 2003, o Banco Central havia multado cinco diretores da instituição por irregularidades administrativas e suspeita de repasses indevidos a pessoas ligadas à diretoria.

Esse histórico de problemas internos agravou a crise que culminou na intervenção.

Quando o Banco Morada faliu de vez?

Em outubro de 2011, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Morada, tornando definitiva a perda de controle da instituição.

Quatro anos depois, em março de 2015, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência formal do banco e de três empresas coligadas:

  • Morada Informática e Serviços Técnicos;
  • Morada Administradora de Cartões de Crédito;
  • Morada Viagens e Turismo.

O passivo líquido registrado na sentença ultrapassava R$ 544 milhões, valor que evidenciou a magnitude do colapso financeiro da instituição.

Após a decretação da falência, as agências foram encerradas, os funcionários dispensados e os bens do banco, bloqueados judicialmente.

Em 2012, parte dos bens de ex-diretores foi desbloqueada, mas o processo de liquidação seguiu sob responsabilidade do Banco Central.

Lembrando que, até hoje, não há registro público de declarações oficiais dos ex-controladores, diretores ou porta-vozes do Banco Morada sobre o colapso da instituição.

Bem como, nenhuma nota pública, coletiva de imprensa ou relatório detalhado foi emitido após a intervenção.

No entanto, apesar do tempo, o espaço segue em aberto caso queiram expor a sua versão dos fatos. Mas, para saber mais casos similares, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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