Falência, intervenção do Banco Central e venda ao Bradesco: O fim de banco tradicional no RJ após 48 anos

Conheça a história de uma das principais instituições fundadas no Rio de Janeiro, a qual marcou o crédito imobiliário no Brasil, mas que acabou tendo sua falência decretada
É fato inquestionável que os bancos são pilares fundamentais de qualquer economia moderna. Atuam como intermediários entre poupadores e tomadores de crédito, sustentam o fluxo de capital que financia empresas, viabilizam o consumo das famílias e garantem a liquidez do sistema financeiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ou seja, sem essas instituições bancárias sólidas, a engrenagem da economia trava, investimentos diminuem, o crédito encarece e o risco de colapso se amplia.
Entretanto, apesar dessa relevância, nem todas as instituições conseguem se manter diante das transformações econômicas e regulatórias.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Má gestão, fraudes internas e crises de liquidez já derrubaram bancos tradicionais no Brasil.
Esse é o caso do Banco Morada, um dos mais tradicionais do estado do Rio de Janeiro, o qual teve uma ascensão sólida, mas acabou sofrendo um fim histórico, o qual acabou expondo fragilidades relevantes do sistema.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Sendo assim, com base no portal Wiki, trazemos abaixo todo o desenrolar dessa falência, incluindo intervenção do Banco Central e até mesmo a venda da sua carteira de clientes ao Bradesco.
O começo de tudo
O Banco Morada teve origem em 1967, a partir da criação da Associação de Poupança e Empréstimo Morada, voltada ao financiamento habitacional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Sua sede se localizava no bairro do Méier, Rio de Janeiro, e a instituição nasceu no auge da expansão do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que buscava estimular o crédito imobiliário e o acesso à casa própria.
Em seus melhores anos, financiou mais de 25 mil imóveis, consolidando-se como uma referência no setor.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Expansão e diversificação:
Durante as décadas de 90 e 2000, o banco ampliou suas operações. Passou a atuar em segmentos como:
- Crédito ao consumo;
- Financiamento de automóveis;
- Administração de cartões;
- Empréstimos a empresas.
Com esse reposicionamento, deixou de ser uma instituição restrita ao mercado imobiliário e se tornou um banco de crédito de médio porte, com atuação relevante no Rio de Janeiro.
Em 2005, sua importância chamou a atenção do Bradesco, que adquiriu sua carteira de clientes, uma operação estratégica para ampliar a presença no mercado de crédito pessoal e reforçar a atuação no estado fluminense.
A ruína
A trajetória do Banco Morada começou a ruir poucos anos depois. Em abril de 2011, o Banco Central decretou intervenção na instituição devido a graves problemas financeiros e administrativos.
Os motivos incluíam:
- Comprometimento patrimonial severo;
- Descumprimento de normas regulatórias;
- Falta de um plano viável de recuperação financeira.
Naquele momento, o Banco Morada representava 0,01% dos ativos e 0,03% dos depósitos do sistema financeiro nacional.
Apesar de sua dimensão modesta, o caso expôs deficiências graves na gestão de risco e na governança corporativa.
Ainda em 2003, o Banco Central havia multado cinco diretores da instituição por irregularidades administrativas e suspeita de repasses indevidos a pessoas ligadas à diretoria.
Esse histórico de problemas internos agravou a crise que culminou na intervenção.
Quando o Banco Morada faliu de vez?
Em outubro de 2011, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Morada, tornando definitiva a perda de controle da instituição.
Quatro anos depois, em março de 2015, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência formal do banco e de três empresas coligadas:
- Morada Informática e Serviços Técnicos;
- Morada Administradora de Cartões de Crédito;
- Morada Viagens e Turismo.
O passivo líquido registrado na sentença ultrapassava R$ 544 milhões, valor que evidenciou a magnitude do colapso financeiro da instituição.
Após a decretação da falência, as agências foram encerradas, os funcionários dispensados e os bens do banco, bloqueados judicialmente.
Em 2012, parte dos bens de ex-diretores foi desbloqueada, mas o processo de liquidação seguiu sob responsabilidade do Banco Central.
Lembrando que, até hoje, não há registro público de declarações oficiais dos ex-controladores, diretores ou porta-vozes do Banco Morada sobre o colapso da instituição.
Bem como, nenhuma nota pública, coletiva de imprensa ou relatório detalhado foi emitido após a intervenção.
No entanto, apesar do tempo, o espaço segue em aberto caso queiram expor a sua versão dos fatos. Mas, para saber mais casos similares, clique aqui*.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.