Colapso milionário atinge operadora de celular que mergulha em dívida com a Anatel e deixa o mercado em alerta após falência inesperada
A operadora Aeiou nasceu em 2008 como um sopro de ousadia no mercado de telefonia móvel. Era pequena, diferente, barulhenta na promessa e silenciosa na estrutura. A empresa, controlada pela Unicel Telecomunicações, recebeu autorização da ANATEL para operar em São Paulo e mais 63 municípios.
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Porém, a ideia era simples, mas ambiciosa: oferecer um serviço mais barato, direto e próximo das pessoas, com tarifas reduzidas e atendimento digital. No papel, tudo parecia promissor. O cenário indicava que a chegada da Aeiou poderia incomodar gigantes como Vivo e Claro.
Nos primeiros meses, o entusiasmo ainda existia. A empresa investiu em marketing, falou em expansão e chegou a anunciar a intenção de levar seus serviços a outras capitais. Mas a realidade logo cobrou. As reclamações cresceram, os clientes se irritaram e o suporte não deu conta.
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No entanto, em 2009, o índice de desempenho de atendimento da Aeiou ficou em 80,5, um dos piores do país, segundo dados da ANATEL e do Infomoney. A insatisfação dos consumidores se espalhou e a confiança começou a ruir. Era o primeiro sinal de que o castelo tinha alicerces frágeis.
Porém, a estrutura financeira não aguentou a pressão. A empresa começou a atrasar pagamentos, inclusive aqueles devidos à própria ANATEL. Aos poucos, os números saíram do controle. Quando se deu conta, a Unicel já devia mais de R$ 100 milhões ao órgão regulador.
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O caso virou notícia no Valor Econômico e chocou o setor. Uma operadora que mal tinha alguns milhares de clientes desaparecia deixando uma dívida milionária e uma longa lista de perguntas sem resposta.
A Aeiou entrou em falência?
A ANATEL tentou contato. Notificou a empresa, cobrou esclarecimentos, mas ninguém respondeu. O órgão classificou a situação como de “local incerto e não sabido”. A operadora simplesmente sumiu. Os clientes, confusos, ficaram sem sinal, sem atendimento e sem qualquer compensação. Muitos relataram que as linhas deixaram de funcionar de um dia para o outro. Era como se a Aeiou nunca tivesse existido.
A falência foi inevitável. A participação da empresa no mercado brasileiro de telefonia móvel nunca passou de 0,007%. Quando tudo desabou, restavam cerca de 14 mil clientes ativos. Um número ínfimo diante dos milhões das concorrentes.
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Por fim, para o consumidor, ficou a sensação de abandono. Nenhum comunicado oficial, nenhuma explicação clara. A ANATEL precisou intervir para garantir que os usuários não ficassem totalmente desamparados. Mas o estrago já estava feito. O nome Aeiou passou a ser lembrado apenas como sinônimo de falência e má gestão.
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