Em meio a um cenário desfavorável envolvendo a saúde particular, plano gigantesco deixa milhares de brasileiros na mão após falência e situação preocupa
Já dissemos em matérias anteriores o quanto o setor da saúde complementar, mais conhecidos como dos planos de saúde, não estão nas melhores fases. Apenas para contextualizar, o que ocorre é um reflexo da crise das operadoras, que acumulam prejuízo operacional de R$ 18 bilhões, entre 2021 e 2023 (até setembro).
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De acordo com o portal Valor Econômico, essa desaceleração acentuada no setor começou em 2021 com a retomada dos procedimentos médicos não realizados durante o primeiro ano da pandemia. Para piorar, uma série de planos de saúde estão em queda livre passando por fechamentos, reformulações e até mesmo falências.
Falando nisso, o ano de 2024 começou preocupando milhares de brasileiros que acabaram perdendo a cobertura de um dos maiores planos de saúde após o mesmo quebrar ao entrar em situação de insolvência* e falência por meio de uma intervenção judicial, que se arrastava desde o dia 23 de dezembro de 2023.
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(*Insolvência é o estado do devedor que não é comerciante e se encontra sem recursos, financeiros ou patrimoniais, para saldar as obrigações contraídas; inadimplência)
Pois é, em plena véspera de natal, milhares de segurados ficaram no mais completo abandono pelo seguro, fazendo com que muitos entrassem em janeiro com essa bomba na cabeça.
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Estamos falando do plano de saúde Americano, GBG ( Global Security), que de acordo com o próprio institucional da empresa, é elaborado para famílias brasileiras que residem em regiões da América Latina e Caribe, cujos quais procuram um seguro médico internacional, integral e com acesso a uma rede de provedores médicos de excelência até nos Estados Unidos.
Vale mencionar que tal plano oferecia a essas famílias brasileiras uma variedade de franquias e fornece cobertura para:
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- Atendimento hospitalar
- Tratamentos ambulatoriais
- Emergências
- Anexo opcional para transplantes
- Farmácia e mais
Acabou!
De acordo com o portal O Globo, na coluna do jornalista Landim, milhares de consumidores brasileiros receberam a notícia de que tal plano de saúde, que aliás é um dos mais caros do mercado, deixaria seus segurados sem quaisquer coberturas médicas e hospitalares a partir de janeiro de 2024.
Vale destacar que os motivos por trás dessa quebra não foram revelados. Fora isso, não foram encontradas notas oficiais e manifestações a respeito do ocorrido, porém é sempre bom lembrar que o espaço permanece em aberto caso a seguradora queira expor a sua versão dos fatos.
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Porém, é válido dizer que tal situação ocorre em meio à crise mencionada acima, cuja qual afeta não apenas ela como diversos outros planos de saúde, em todo mundo, nos últimos meses.
Mas por que os planos de saúde caíram tanto?
Ainda de acordo com o portal Valor, a saúde suplementar também teve um prejuízo operacional de R$ 10,7 bilhões só no ano de 2022, frutos da consequência de custos assistenciais subindo mais que as receitas, cuja tendência se manteve no primeiro trimestre de 2023, conforme dito no inicio deste texto.
Mas essa performance negativa foi compensada pela alta rentabilidade das aplicações financeiras, levando a um resultado líquido de R$ 620,6 milhões. Segundo a ANS, os planos médicos fecharam 2022 com 50,5 milhões de beneficiários, o maior número desde 2014, mais de 80% deles no segmento coletivo, especialmente empresarial.
Apesar do leve crescimento em 50,8 milhões de usuários, ele não tem sido suficiente para colocar o setor no caminho do lucro operacional, por conta da alta taxa de sinistralidade.
De acordo com o executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, os elevados índices de utilização, somados à incorporação de novas (e mais caras) tecnologias, trazem aumentos de custos que dificultam o acesso aos planos.
Porém, à medida que os reajustes vão sendo aplicados, a tendência é de reequilíbrio dos contratos.
De acordo com o Poder 360, a única luz do fim do túnel para alavancar os planos em geral é pensar em uma nova reestruturação e pensar em inovações que consigam atender o público e as expectativas de ganhos ainda neste ano de 2024.