Falência, rituais macabros e demolição: Fim de 2 grandes shoppings assusta consumidores em SP

Conheça a história de dois grandes shoppings de São Paulo que deixaram de existir em meio a histórias de falências, rituais macabros e mais
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Dois grandes shoppings fecharam após abandono e falência (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva)

Dois grandes shoppings fecharam após abandono e falência (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva)

Conheça a história de dois grandes shoppings de São Paulo que deixaram de existir em meio a histórias de falências, rituais macabros e mais

Há décadas, os shoppings se consolidaram como centros estratégicos para o desenvolvimento das grandes cidades brasileiras, especialmente em São Paulo. Além de reunirem comércio, entretenimento e serviços em um só lugar, esses empreendimentos contribuem para a geração de empregos, circulação de renda e valorização imobiliária.

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A presença de shoppings fortalece a economia local, conecta fornecedores a consumidores e influencia políticas urbanas, especialmente no planejamento de transporte e segurança.

No entanto, nem todos os shoppings conseguiram se manter de pé. Ao longo dos anos, crises financeiras, falhas de gestão e alta concorrência provocaram fechamentos, falências e, em casos extremos, o abandono total de grandes centros comerciais.

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Inclusive, quando ocorre esse último caso, o que era sinônimo de luxo vira um verdadeiro chamariz do medo para os bairros em que os prédios se localizam, descaso e um grande elefante branco.

Entre eles, dois shoppings paulistas se destacam pelo impacto histórico e social de sua decadência:

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Com base em informações do portal Wiki, G1, Estadão e Folha de S.Paulo, trazemos abaixo os detalhes de cada despedida e as consequências das quebras.

Shopping Center Matarazzo

Inaugurado nos anos 70, o Shopping Center Matarazzo foi o primeiro da Pompeia e rapidamente se tornou referência para moradores dos bairros vizinhos, como Perdizes e Barra Funda.

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O empreendimento multimilionário contava com dois grandes atrativos:

Durante a década de 90, o comércio na região se intensificou e a concorrência se tornou acirrada.

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No entanto, a inauguração do West Plaza, em maio de 1991, e o fechamento do Jumbo-Eletro no Matarazzo serviram como catalisadores para o declínio do shopping, tornando inviável a manutenção das operações.

O empreendimento tentou reverter a situação com inovações, como uma área exclusiva para alimentação e uma pista de patinação de 240 m² da Maxi-Roller.

Mesmo assim, não conseguiu recuperar o público. Em 1997, a Justiça leiloou o shopping para saldar dívidas de impostos:

Ou seja, diante de tantos problemas com dívidas, foi decretada a sua própria falência.

O leilão foi arrematado pelo Grupo Zaffari por R$ 18,5 milhões, valor que não incluía o IPTU.

Na época, o shopping possuía R$ 3,653 milhões de dívidas de IPTU com a Prefeitura de São Paulo, R$ 12,987 milhões com a Fazenda Nacional e R$ 182,919 milhões com o BNDES.

O Grupo Zaffari construiu o Shopping Bourbon no espaço e o inaugurou em março de 2008, encerrando uma era marcada por sucesso e posterior decadência.

Best Shopping:

O Best Shopping, em São Bernardo do Campo, abriu suas portas em 1986 e chegou a receber até 10 mil visitantes nos fins de semana.

Apesar do sucesso inicial, a má gestão, dificuldades financeiras constantes e a falta de licenciamento do Corpo de Bombeiros levaram ao fechamento gradual do shopping em 1999.

Das 193 lojas originais, apenas 43 permaneciam em funcionamento, e cerca de 200 funcionários foram demitidos.

Após o fechamento definitivo, em 2001, o shopping permaneceu abandonado por 14 anos.

Durante esse período, o prédio serviu como abrigo para moradores de rua, usuários de drogas e espaço para esportes radicais, como parkour.

Relatos de moradores apontam ainda para a ocorrência de rituais macabros nas ruínas, conforme declarado por Zenilson Gurgel, último administrador do shopping:

“De 2002 a 2006, o prédio sofreu várias invasões, foi saqueado, furtaram fios elétricos, elevadores e os metais da escada rolante.

Teve muita ação da polícia no local para a retirada dessas pessoas. Muitos chegaram a usar o espaço para fazer rituais macabros.”

A situação afetou diretamente a vizinhança. Moradores relataram assaltos, crimes, abandono de veículos e medo de andar pelo entorno do shopping.

Conforme exposto por uma moradora local, destacou seu medo diante dessa situação:

“Não consigo e não ando aqui, nem minhas filhas. Já soubemos de casos de assaltos e outros crimes.”

Já o, até então, vigilante do prédio, complementou: “Tem até quem faz trabalho de magia negra.”

Demolição:

Em 2015, o advogado Marco Alexandre:

Tarcísio Secoli, que até então atuava como secretário municipal de Serviços Urbanos, destacou que o modelo de gestão do Best Shopping contribuiu para o fracasso:

“Cada lojista era dono do seu espaço, e isso provocou uma inadimplência muito grande. A construtora acabou entrando em falência. Essa chaga que existe em São Bernardo do Campo terá um fim.”

Um vídeo produzido pela área de comunicação da prefeitura de São Bernardo do Campo trouxe detalhes sobre os andamentos da demolição, já concluída, e que agora está em fase de retirada do entulho.

A construtora previu concluir a obra em dezembro daquele mesmo ano e anunciou que divulgaria o preço de venda do terreno aos interessados.

Veja o vídeo abaixo:

Procuramos informações sobre o que aconteceu após a demolição e se outro empreendimento assumiu o local, mas não encontramos os registros.

O que acontece com os funcionários quando um shopping entra em falência?

Quando shoppings ou empresas entram em falência, todos os contratos de trabalho são rescindidos.

No entanto, os funcionários têm direito às verbas rescisórias. Inclusive, o pagamento pode ser dificultado dependendo da situação financeira da empresa.

A Justiça prioriza dívidas trabalhistas, considerando-as essenciais para o sustento dos trabalhadores e suas famílias.

MAS ATENÇÃO! Trabalhadores devem registrar ações judiciais para garantir seus direitos e incluir no processo de falência os valores devidos.

Por fim, se quiser saber mais sobre outras falências e quebras, clique aqui*.

Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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