Falência e rombo de R$4 bilhões: O triste adeus de supermercado e 224 lojas encerradas

Saiba como uma grande rede de supermercados ruiu, fechando 224 lojas e deixando um rombo de R$ 4 bilhões e um rastro de demissões.

03/12/2025 6h15

3 min de leitura

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Falência de rede tradicional de supermercado brasileira desolou consumidores (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Canva)

Saiba como uma grande rede de supermercados ruiu, fechando 224 lojas e deixando um rombo de R$ 4 bilhões

Os supermercados sempre funcionaram como verdadeiros alicerces do cotidiano e da economia nacional e, quando uma gigante do varejo encerra suas atividades, o impacto vai além das prateleiras, causando desemprego e afetando o poder de compra.

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Este foi o destino trágico da Casas da Banha, uma das redes de supermercados mais emblemáticas do Brasil, cujo colapso reflete as turbulências das políticas econômicas e as falhas de gestão que moldaram o varejo nacional.

A história da rede culminou em um rombo financeiro estimado em R$ 4 bilhões, o fechamento de 224 lojas e o adeus definitivo após quatro décadas de operação.

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Um império construído no Rio de Janeiro

De acordo com o portal Wiki, a rede foi fundada no Rio de Janeiro em 1955 e rapidamente estabeleceu-se como referência, especialmente no setor de carnes.

No entanto, seu auge e projeção nacional aconteceram nos anos 70, graças a uma parceria histórica.

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A marca patrocinou o lendário apresentador Chacrinha, o “Velho Guerreiro”, na antiga TV Tupi.

O gesto icônico do apresentador atirando bacalhaus para a plateia tornou-se uma estratégia de marketing criativa e carismática.

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O que acabou ajudando a gravar o nome da rede na memória do público brasileiro. Além disso, durante sua fase de expansão, a Casas da Banha abriu unidades em diversos estados.

Inclusive, uma forte rede delas em São Paulo, operando em cidades como:

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  • São Bernardo do Campo;
  • Osasco;
  • Guarulhos;
  • Entre outras.

Isso sem falar na vasta presença em Minas Gerais com filiais em:

  • Belo Horizonte;
  • Juiz de Fora;
  • Montes Claros;
  • Entre outras.

Uma crise devastadora

Entretanto, o sucesso da rede começou a ruir por volta de 1986 com a implantação dos Planos Cruzado I e II, planos econômicos do Governo Federal da época que impuseram o congelamento de preços.

Essa medida atingiu de forma brutal o modelo de negócios da Casas da Banha e a empresa, que já operava com margens apertadas, com a proibição de reajustes:

  • Teve seu fluxo de caixa corrompido;
  • E gestão de perecíveis atingidos;

Até por isso, na época, o advogado da rede chegou a classificar as medidas de congelamento como um “absurdo”.

A situação agravou-se ainda mais com o Plano Collor, que confiscou recursos das empresas e aprofundou o desequilíbrio financeiro da rede.

O desmonte

Em seu período de maior sucesso, a Casas da Banha empregava cerca de 22 mil trabalhadores, mas, no início dos anos 90, viu este número despencar drasticamente para 9 mil, enquanto a companhia acumulava uma dívida de US$ 2 milhões só com salários atrasados.

Para quitar parte dos débitos e tentar conter a crise, a rede executou um desmonte em massa:

  • A empresa vendeu 149 lojas a antigos proprietários;
  • Em 1992, uma decisão judicial determinou a demissão de mais 3,5 mil funcionários, acelerando o fim da operação.

No entanto, essa crise social refletiu-se na Justiça, uma vez que a empresa enfrentou 9 mil processos trabalhistas no ano seguinte, número que caiu para 800 após o pagamento de indenizações em 2,8 mil casos.

Quando a rede Casas da Banha faliu de vez?

O fim oficial da Casas da Banha veio mesmo em março de 1999, quando o juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas, decretou formalmente a falência.

O desfecho foi resultado da confissão da própria empresa, que reconheceu não ter mais condições de se reerguer financeiramente.

A decisão judicial estabeleceu a prioridade máxima no pagamento das dívidas trabalhistas, estimadas em US$ 5 milhões na época.

O fim das Casas da Banha simbolizou o colapso de um império em apenas lembrança e “cinzas”. Mas, se quiser mais histórias como essa, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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