Falência decretada e leiloada à rival: Varejista nº1 é enterrada pela crise e deixa clientes órfãos em Curitiba (PR)

Colapso de gigante do varejo deixa Curitiba órfã e rival toma espaço deixado por ela impactando ainda mais o setor da região
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Grande varejista de Curitiba tem falência decretada (Foto Reprodução/Montagem/Canva/Freepik/Tv Foco/Lennita)

Colapso de gigante do varejo deixa Curitiba órfã e rival toma espaço deixado por ela, impactando ainda mais o setor da região

É praticamente impossível falar sobre a história econômica de Curitiba, capital do Paraná, sem mencionar a história de uma grande varejista, a qual sempre esteve na lista nº 1 de milhares de paranaenses.

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Trata-se da Disapel, a qual teve uma trajetória marcada por um rápido crescimento e, ao mesmo tempo, pelo seu fim trágico que surpreendeu o mercado.

A empresa, cujo segmento era focado em eletrodomésticos, foi um marco no varejo brasileiro.

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Mas, infelizmente, após ser enterrada pela crise nos anos 2000, deixou uma legião de clientes órfãos e com um vazio enorme na cidade.

Sendo assim, a partir do portal Wiki e Jus Brasil, a equipe especializada em economia do TV Foco traz mais detalhes sobre os motivos que a levaram ao fim e seu legado.

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Fundação e expansão:

A Disapel foi fundada em 25 de setembro de 1964, em Curitiba, pelo empresário Mário Turkiewicz:

Lojas Disapel (Foto: Reprodução/ Internet)

Uma liderança visionária

Sob a liderança de Paulo Turkiewicz, filho de Mário, a Disapel atingiu novos patamares.

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Inclusive, graças ao seu perfil empreendedor e inovador, Paulo foi reconhecido como Empresário do Ano em 1994 no Paraná e se destacou por sua habilidade em expandir a rede e firmar parcerias estratégicas.

Assim, a Disapel se consolidou como a maior revendedora de grandes marcas no país e, em 1992, Paulo se destacou como um dos dez maiores revendedores da Philips no mundo, em evento realizado em Paris.

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Durante os anos 90, a Disapel não apenas conquistou uma enorme fatia do mercado, mas também passou a ser uma das maiores empregadoras de Curitiba e do Paraná.

Lojas Disapel, foi uma das maiores varejistas do país (Foto: Reprodução)

Com mais de 100 lojas e faturamento superior a US$ 500 milhões por ano, ela se tornou um pilar da economia local, influenciando não apenas o setor de varejo, mas também fornecedores, prestadores de serviço e parceiros comerciais.

Enterrada pela crise

No entanto, no início dos anos 2000, a Disapel começou a enfrentar dificuldades financeiras.

Apesar de um desempenho impressionante no faturamento, a empresa não conseguiu manter sua saúde financeira devido a uma série de fatores, como:

O auge da crise ocorreu em junho de 2000, quando a falência da Disapel foi decretada, surpreendendo o mercado e seus milhares de clientes.

Na época da falência, a Disapel ainda mantinha 81 lojas ativas, com presença significativa no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O fechamento dessas lojas impactou diretamente o setor de eletrodomésticos e as redes de fornecimento locais.

Leiloada diretamente para as mãos do rival

Com a falência formalizada, a Disapel precisou vender suas lojas em um leilão para liquidar seus ativos.

Nesse contexto, a maior rival da Disapel, a rede Ponto Frio, atualmente chamada apenas de Ponto, arrematou as lojas por R$ 12,1 milhões, valor da época.

Com a aquisição das lojas da Disapel pelo Ponto Frio, a gigante do varejo foi gradualmente absorvendo suas unidades.

Ponto Frio, atual Ponto, foi quem arrematou a Disapel (Foto Reprodução/Internet)

Quais impactos a falência da Disapel causou em Curitiba?

O impacto da sua falência foi imediato e profundo, refletindo-se em diversos aspectos da região sul, principalmente para Curitiba, uma vez que a mesma precisou lidar com:

A falência gerou um efeito cascata, afetando não apenas os trabalhadores da empresa, mas também os serviços terceirizados, como transporte e manutenção, que dependiam diretamente das operações da varejista.

Pequenos fornecedores de peças e serviços, que antes mantinham contratos constantes com a Disapel, tiveram que buscar novos canais de distribuição ou fechar suas portas devido à perda de um grande cliente.

Por fim, a queda da Disapel também afetou o imaginário coletivo de Curitiba.

Durante décadas, a marca foi sinônimo de confiança e qualidade no varejo.

Seu fechamento representou um fim simbólico para muitos curitibanos, que viram o fechamento de suas lojas como o fim de uma era de prosperidade econômica e desenvolvimento regional.

Conclusão:

A história da Disapel é um reflexo das complexas dinâmicas econômicas que envolvem o setor varejista brasileiro.

De um sucesso magnânimo à falência, a empresa mostrou na prática os desafios da gestão empresarial em um mercado competitivo e volátil.

Embora a marca tenha desaparecido, seu impacto na economia de Curitiba permanece até hoje.

Por fim, a falência da Disapel é um exemplo claro de como a ascensão e queda de grandes empresas pode alterar toda uma cidade, tanto economicamente quanto culturalmente.

Mas, para saber mais histórias de falências como essa, clique aqui.

Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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