Figurino de “Dois Irmãos” marcará mudanças temporais da série, que tem história não linear

Tv Foco mostra hoje atrizes brasileiras dos anos 1990 já chegaram aos 50 anos, mas continuam arrancando suspiros por onde passam.
Por: Vitor

28/12/2016 16h41

2 min de leitura

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Zana (Juliana Paes) em 'Dois Irmãos' (Foto: Globo/Divulgação)
Zana (Juliana Paes) em 'Dois Irmãos' (Foto: Globo/Divulgação)

Zana (Juliana Paes) em “Dois Irmãos”
(Foto: Globo/Divulgação)

A transposição do romance “Dois Irmãos” para a televisão não trará apenas os acontecimentos imaginados por Milton Hatoum. A narrativa singular do escritor amazonense, não linear e entrecortada pelas memórias de Nael (Ryan Soares/ Irandhir Santos), também é marcante na minissérie de dez episódios escrita por Maria Camargo e dirigida por Luiz Fernando Carvalho.

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O figurino é um dos elementos que espelham mais fortemente as mudanças temporais e ajudam a situar o espectador nessa história de registro realista ambientada em Manaus, com saltos e voltas no tempo entre as décadas de 1920 e 1980. “Imagine uma linha reta que contém o estudo detalhado da silhueta de cada época. Em cima dela, traçamos linhas curvas que acompanham as características pessoais, aspectos emocionais e psicológicos de cada personagem. Todo esse cruzamento de informações é o resultado do figurino, onde há personagens situados em diferentes tempos e espaços dentro do conjunto estético no registro realista”, detalha a figurinista Thanara Schönardie. “Além de costurarem a história de cada um, essas linhas servem para arrematar a junção entre as trocas de fase, onde novos corpos, com diferentes energias, dão vida ao mesmo personagem.”

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Dessa forma, o tempo passa pelas saias e vestidos de Zana, a matriarca interpretada em três diferentes fases da vida por Gabriella Mustafá, Juliana Paes e Eliane Giardini. Nos iluminados anos 1920, ainda em meio à “belle époque amazônica” e envolvida pelo surgimento do amor, seu figurino é composto de peças em tons pastéis e branco, que evocam a história da família, a cultura árabe, os sabores do Mediterrâneo e os perfumes da Amazônia.

Nos anos 1930 e 1940, então interpretada por Juliana Paes, Zana ganha um guarda-roupa de tons mais contrastantes e peças ajustadas ao corpo, evidenciando sua sensualidade. A cada evolução do tempo, as cores ficam mais fortes, marcando a intensidade da personalidade da mãe de Yaqub e Omar (Matheus Abreu/ Cauã Reymond). Por volta dos anos 1960, já interpretada por Eliane Giardini, Zana passa a usar verde musgo e vinho. E a partir da morte de Halim (Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes), ela tinge suas roupas de preto e guarda o luto até o fim. “Talvez esse tenha sido o maior desafio: transpassar o tempo unindo as pontas do início às do final. Conseguimos através da delicadeza do trabalho em conjunto. Da forma à expressão, é sempre clara na representação de cada personagem, a presença das sementes da primeira fase nos frutos maduros da terceira”, conclui Thanara.

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Com estreia no dia 9 de janeiro, “Dois Irmãos” é uma minissérie de dez capítulos, baseada na obra de Milton Hatoum, escrita por Maria Camargo e com direção artística de Luiz Fernando Carvalho.

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Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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