
William Bonner recebeu o troféu de Fernanda Montenegro (Foto: Divulgação)
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A premiação de William Bonner com o Troféu Mário Lago continua sendo motivo para as várias críticas por parte de Graça Lago, filha do poeta e ator que dá nome ao prêmio. Ela voltou a se manifestar sobre a escolha de Bonner como vencedor da edição deste ano. No domingo da premiação, dia 21, ela já havia dito que estava “enojada e revoltada” ao ver quem foi o vencedor.
Nesta quarta-feira (24), ela voltou a usar seu perfil no Facebook para esclarecer alguns pontos. Ela disse que achava o Troféu Mário Lago uma homenagem bacana. “Nada grandioso, nem um pouco espetacular, apenas um prêmio corriqueiro de uma emissora de TV (onde ele trabalhou muitos anos) e destinado a homenagear artistas, principalmente atores…”, afirmou Graça.
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“Nunca nos consultaram sobre isso, mas confesso que fiquei profundamente emocionada quando, passados sete meses da morte de papai, foi anunciado o prêmio, com um belo clipping sobre a trajetória dele e dedicado à grande atriz e pessoa de Laura Cardoso”, explicou ela sobre o prêmio, que homenageou vários outros grandes atores e nomes da música brasileira.
Entre 2002 e 2013, receberam o troféu Laura Cardoso, Paulo José, Glória Menezes, Tarcísio Meira, Tony Ramos, Lima Duarte, Glória Pires, Gilberto Gil, Antônio Fagundes, Hebe Camargo, Regina Duarte, Roberto Carlos e Fernanda Montenegro. Bonner, âncora e editor-chefe do “Jornal Nacional”, foi o primeiro jornalista a levar o troféu. Isso deixou Graça indignada.
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“Mas, desta vez, foi tudo diferente, foi tudo armado e instrumentalizado (como quer o Bonner) para fazer da premiação um ato político, de defesa das orientações facciosas da Globo e de seu principal (embora decadente) telejornal. Foi uma pretensa maneira de usar o prêmio para abafar as críticas que a partidarização do JN e de seu editor/apresentador vêm recebendo,” escreveu.
Graça se referia à cobertura do telejornal durante o período eleitoral. Ao criticar, ela deixa claro que tem 50 de militância política e 46 de jornalismo. “Em tudo o prêmio fugiu aos seus propósitos originais. A começar, o Bonner não é um artista, a não ser na arte de manipular e omitir os fatos”, apontou a filha de Mário Lago, se referindo às entrevistas do jornalistas com os presidenciáveis.
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“Ouvir o Bonner criticar as redes sociais revirou o meu estômago. Ouvir o Bonner chamar os que o criticam, e à Globo, de robôs instrumentalizados é inqualificável. É um atentado à democracia. Tudo demonstra que o prêmio, criado talvez até por força de uma admiração por meu pai, foi usado este ano politicamente, para proteger com a respeitabilidade e memória de Mário Lago o que não tem respeito, nem nunca terá. Se a intenção foi política, politicamente me manifestei.”
“No final dos anos 60, o Exército informou à Globo que queria papai como apresentador das Olimpíadas do Exército. Seria uma maneira de humilhá-lo, de jogar no lixo a sua biografia. Roberto Marinho recusou o pedido, justificando da seguinte forma: ‘se o Mário recusar, terei que demiti-lo; se o Mário aceitar, perderei o respeito por ele’. Meio século depois, a Globo tentou jogar no lixo a biografia do meu pai.”
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Mário Lago defendia idéias comunistas e era militante político. Ele foi casado com Zeli, filha do militante comunista Henrique Cordeiro, e teve cinco filhos. Em 1989 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e em 1998 participou como âncora dos programas eleitorais Lula à presidência da República.