R$5,38 bilhões: O fim de banco tradicional, comprado pelo Banco do Brasil, e a fúria de funcionários

Banco tradicional brasileiro deu um adeus definitivo e acabou sendo comprado pelo Banco do Brasil, gerando revolta nos antigos funcionários
Atualmente, o Brasil conta com uma infinidade de instituições financeiras espalhadas em todo território nacional. Inclusive, muitos desses bancos, estão há anos operando no país e atendem milhares de correntistas.
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Apesar de parecer um negócio extremamente lucrativo, muitas delas acabaram sucumbindo a ponto de fechar as suas portas ou até mesmo serem comprados por rivais.
O findado banco estatal Nossa Caixa é um exemplo nítido disso. Ele que foi fundado em 1917, acabou sendo comprado pelo Banco do Brasil em 2009, deixando muitos brasileiros completamente surpresos.
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Banco do Brasil (Foto Reprodução/Internet)

Nossa Caixa era um dos últimos bancos estatais a serem privatizados (Foto Reprodução/Internet)

Sindicalistas e bancários protestaram em Campinas contra a incorporação (Foto Reprodução/Internet)
História e tradição
De acordo com o portal da cidade de São Paulo, a historia dessa instituição foi extremamente memorável em nosso país!
Inaugurado em 22 de março de 1917, na rua Floriano Peixoto, ao lado do Pátio do Colégio, a Nossa Caixa iniciou suas atividades com o depósito de um conto de réis, feito pelo estudante Paulo Francisco de Arantes, 15 anos, filho do então presidente do Estado Altino Arantes.
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Em anos de operação, a instituição financeira chegou a ser reconhecida como o terceiro maior banco público brasileiro, com 5,4 milhões de clientes e com agências em todas as cidades de São Paulo.
Porém, como mencionamos, a intuição acabou sendo incorporada por uma de suas maiores rivais, que inclusive também é estatal, o Banco do Brasil. Vale dizer que essa transação foi feita no ano de 2008.
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Compra de bilhões!
Pra se ter uma ideia do quanto Banco do Brasil desembolsou nisso, foi informado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Bolsa de Valores de São Paulo, que a aquisição do Nossa Caixa custou aos cofres do BB uma bagatela de R$ 5,38 bilhões.
De acordo com o portal Age BB, esse pagamento foi realizado em 18 parcelas. A data marcou a incorporação societária oficial do banco e a consequente extinção do CNPJ, assim como a alteração de sua hierarquia, que se subordinou à do BB.
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A partir de então, os funcionários da instituição paulista puderam optar por seguir a carreira no banco federal.
A venda da Nossa Caixa foi precedida por reunião entre o então governador de São Paulo, José Serra, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao concretizar a compra, o BB passou a somar, à época, R$ 53,4 bilhões em ativos, que já totalizavam R$ 459 bilhões antes da operação.
Com isso, a instituição subiu para R$ 512,4 bilhões em ativos totais, já contabilizados também aqueles oriundos do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e Banco do Piauí (BEP).
Essa ação foi tão memorável, que até mesmo a atriz Fernanda Monte Negro participou de um anúncio publicitário na época anunciando sobre essa transação, como podem ver no vídeo abaixo:

1-Situação dos clientes
Na migração das agências, os clientes tiveram de mudar números de conta e senha. Por outro lado, ganharam acesso a um portfólio maior de produtos e serviços, como fundos de investimento, cartões, seguros e previdência.
O banco equiparou tarifas, taxas de juros e benefícios, para que nenhum cliente saísse perdendo com a migração.
Para os funcionários da Nossa Caixa foi criado um PDV na época. O plano foi destinado aos altos funcionários do banco em funções estratégicas ou com 15 anos ou mais de casa e acima dos 50 anos de idade.
Os cargos incluíam assessor de diretoria, assistente jurídico, coordenador especialista de processos, coordenador de processos, gerentes de departamento, gerentes de divisão e gerentes regionais.
As condições incluíam o pagamento de verbas rescisórias, mais três salários para cada ano faltando para a aposentadoria –acrescidos de indenização adicional prevista em convenção coletiva, limitada a 20 salários.
Além disso, o BB ofereceu contribuição ao INSS até a aposentadoria (limitada a 48 meses) e multa de 40% do FGTS.
2-Funcionários em fúria
Mas nem tudo foi flores, após essa transação ser concluída, uma onda revolta partiu de alguns funcionários, que juntamente ao Sindicato dos Bancários, realizaram em uma agência do Nossa Caixa, que ficava localizada no Centro de Campinas.
De acordo com o portal da CUT, um ato de protesto contra o processo de incorporação do ex-banco paulista pela instituição estatal foi realizado no dia 30 de novembro de 2009.
Vale destacar que, antes do ato, o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, e as diretoras Cida e Renata entraram no prédio e convidaram os funcionários a participarem da manifestação, que começou na parte da manhã daquele dia.
Na escadaria da agência e trajando camisetas vermelhas, adesivos e fitinhas de cor preta distribuídos pelo Sindicato, os funcionários fizeram um minuto de silêncio.
Em seguida, para marcar a unidade, a continuidade da luta, os funcionários, emocionados se abraçaram.
Como ficou o Banco do Brasil após a compra?
Vale mencionar que incorporação rendeu ao Banco do Brasil a liderança no mercado no estado de São Paulo, onde anteriormente ocupava a quarta colocação.
Vale dizer que a Nossa Caixa era a última instituição estatal ainda não privatizado na época. Outro fato interessante sobre esse caso, é que algumas instituições financeiras privadas sugeriram que a venda da Nossa Caixa fosse à leilão.
Porém, com a definição do Conselho Nacional de Justiça sobre a obrigatoriedade de manutenção dos depósitos judiciais em bancos públicos, o famoso BB tornou-se o único capaz de pagar a máxima quantia possível pela Nossa Caixa.
Afinal de contas, os demais concorrentes privados teriam de subavaliá-la, visto que perderiam os depósitos judiciais, da ordem de 15 bilhões.
Ainda de acordo com a Wikipédia, em novembro de 2009, houve a incorporação societária do banco e a consequente extinção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), assim como a alteração de sua hierarquia, que se subordinou à do Banco do Brasil.
A partir desta data os funcionários puderam optar pela carreira de funcionários do Banco do Brasil.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.